Cap XX - Embarque sem saída

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Quando uma bala atinge uma vítima, ela atravessa os tecidos esmagando-os e depois dilacerando-os. A bala que atingiu Erick estava em alta velocidade, o que criou uma onda de pressão forçando os tecidos para longe, formando então uma cavidade maior que a própria bala. A bala viajou em uma linha reta, e como não atingiu nenhum osso ela não deu voltas, e sim, atravessou o corpo do jovem rei, mas causou uma hemorragia grave que precisava de uma intervenção cirúrgica urgente.
 
Eduardo foi levado para o palácio junto á Caroline e o Duque Joaquim. Ficaram no hospital somente Marcos e a Duquesa Carmen.
 
-Mileide, seu filho, nossa majestade, ficará bem, Erick é forte. -Disse Marcos tentando acalmar Carmen enquanto ela olhava para o nada demonstrando enorme tristeza pela situação de Erick.
 
-Você devia ter cuidado dele. Era o seu dever. -Respondeu ela séria e indignada com desprezo por Marcos.
 
-Minha senhora, eu ajudei o meu rei, cuidei dele mais que…
 
-Mais que nada! -Gritou Carmen dirigindo seu olhar para ele e continuou: -Meu filho levou um tiro por sua culpa! -Marcos olhou para Carmen sem acreditar nas palavras da Duquesa, estava se sentindo culpado por isso, mas ele não poderia se sentir assim, afinal, ele sempre deu o seu melhor.
 
-Mileide, sinto muito, mas a culpada por isso é a sua filha que está sendo procurada pela guarda real e não eu! Se a vossa majestade está passando por essa situação lamentável, é por quê Rose, sua filha, causou isso e lhe digo mais: Eu farei o impossível para que a mesma, pague pelo que fez ao meu rei, e Erick acordará e tomará as devidas providências contra essa criminosa. -Levantou-se ele e pediu: -Mileide, dê-me licença. -Saiu ele e deixou Carmen sentada no banco sem palavras e nenhum argumento contra ele.
 
Enquanto isso, as damas do crime, Cristina e Rose chegavam no aeroporto  Santos Dumont, ambas disfarçadas com lenços e óculos além de seus documentos falsificados. O que elas não esperavam era a Guarda real junto ao Exército Brasileiro revistando os passageiros.
 
-Mas que droga! -Disse Rose saindo do táxi e Cristina do outro lado diz:
 
-Não vamos entrar em pânico. Agiremos naturalmente. -As duas pegam suas malas e seguem para dentro do aeroporto, onde tinha vários agentes militares revistando todo mundo e seus documentos de identificação.
 
-Não iremos conseguir! Vão nos pegar! -Rose estava tensa de mais e Cristina tentando manter a postura dá um beliscão no braço dela e diz:
 
-Sua imbecil, se continuar assim, de fato vão nos pegar, agora anda e mantenha a postura “senhorita Fisheer”. -As duas vão desfilando até o portão de embarque e entram na fila, que até então estava sem nenhum guarda, somente a agente de embarque, mas Rose avista um militar indo em direção a fila das duas. Ela toca no ombro de Cristina e diz:
 
-Cristina, olha. -A mesma olha, puxa o seu lenço escondendo mais o rosto e fala:
 
-Que inferno, não vamos nos precipitar. Lembre-se de seu nome.
 
Chega então a vez de Cristina ser atendida, e quando ela foi entregar o seu passaporte para a agente de embarque, o militar pega no seu braço e olha para ela:
 
-Como a senhorita se chama? -Perguntou ele estendendo a mão para que ela entregasse o passaporte e a mesma responde:
 
-Campber, Marta Campber. -Ele olha para o passaporte e em seguida olha para ela e pede para que retire o lenço. Cristina fica sem reação e um pouco tensa. O militar então pergunta:
 
-Algum problema? -Ele então olha para Rose que estava logo atrás de Cristina. As duas estavam muito suspeitas, então o militar pega seu rádio: -Agente Thomas, um probleminha aqui no portão 12, piso superior.
 
-Mas oque está acontecendo? -Perguntou Cristina enfrentando o militar. -Eu já disse o meu nome, me chamo Marta Campber e preciso pegar este voo. -Na mesma hora o Agente Thomas chega e retruca:
 
-Marta Campber, ou será… -Ele puxa o lenço e o óculos da cara de Cristina e conclui: -Maria Cristina de Orléans e Bragança?
 
Todos param para olhar tal situação, e Rose na mesma hora tenta correr, mas o agente Thomas grita para que os guardas peguem ela.
 
-Me soltem! Vocês não sabem! Eu não sou quem pensam que sou! -Gritava Rose enquanto era levada para o agente Thomas, Cristina a olha com desprezo e diz:
 
-Sua estúpida.
 
Thomas tira o lenço da cabeça de Rose juntou ao óculos escuro e fala:
 
-Com esse cabelo ruivo, acha mesmo que deixaria de ser Rose, a princesa acusada de assassinar o próprio irmão?
 
-Então Erick está morto? -Perguntou ela, Thomas sorrir e responde:
 
-Não mesmo, suas idiotas. -Virou-se ele e ordenou: -Levem-nas para o departamento e prendam essas duas criminosas! A casa real decidirá o que fazer com elas.
 
O palácio imediatamente recebe a ligação do departamento geral e quem atende é o Duque Joaquim.
 
-Pois não, palácio Guanabara. -Atendeu ele formalmente e o delegado pergunta:
 
-Alô, com quem eu falo?
 
-Com o Dom Joaquim, Duque dos Orléans e Bragança.
 
-Sou o delegado do departamento geral de Policia, a princesa Rose junto a princesa Cristina foram pegas tentando fugir no aeroporto Santos Dumont. Conduza essa informação ao senhor Marcos e a Duquesa Carmen.
 
-Sim, sim, claro! Agradeço! -Desligou ele euforicamente e a Lady de Sá junto ao Eduardo se aproximam, e ela pergunta interessada:
 
-Alguma informação?
 
-Rose e Cristina. Foram elas, elas…
 
-Elas oque pai? -Perguntou impaciente Eduardo e o Duque Responde:
 
-Elas foram presas! -Andou ele até o outro telefone para ligar para o Marcos: -Precisamos avisar ao Marcos, ele falará com Carmen.
 
-Eu sabia que as duas vadias iriam tentar fugir, e fez muito bem pôr militares nos aeroportos. -Disse Caroline contente com a própria ideia e Edu pergunta:
 
-E agora? Como vão ser punidas? Afinal Erick está internado.
 
-Nosso rei acordará! E saberá o que fazer. -Disse Caroline.
 
-Alô, Marcos! -Disse o Duque e Marcos na outra linha responde:
 
-Duque Joaquim? O que houve? Algum problema?
 
-O departamento, ligaram para o palácio, Rose e Cristina, foram presas as duas tentando fugir no aeroporto!
 
-Finalmente! Nem consigo acreditar. Onde elas estão?
 
-Não me disseram, -Respondeu o Duque. -mas com certeza, foram levadas ao departamento geral onde a princesa já estava presa.
 
-Entendi. -Respondeu Marcos um pouco aflito. -Olha, você é o Duque, precisará ir ao departamento representar o poder de comando.
 
-Eu? Mas senhor…
 
-Não me chame de senhor. -interrompeu Marcos. Muitos tratavam ele com total respeito assim como tratavam Erick, pois Marcos sempre estava com o rei e era de sua total confiança. -Você nesse momento está no comando pela ausência do rei, ele não poderá cumprir nenhuma ação. Escute, esse caso não pode ir parar nas mãos dos militares ou qualquer outro poder judicial, nem mesmo ficar nas mãos do delegado, você precisa dar a ordem de manter presa as duas até o rei acordar e punir com sua pena imposta. -Disse Marcos sério mostrando ao Duque como agir e o mesmo aceita:
 
-Okay, Marcos, assim farei pelo rei!

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