Cap XXI - Carta de ordem

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-¡Que dijiste?! O rei levou um tiro? -Perguntou aflita a jovem rainha Sofia. -Mas e meu baile? Será daqui uma semana papá! -Parecia então que os planos de Felipe mais a filha estavam ruindo.
 
-Calma minha filha, quem sabe em menos de uma semana o rei do Brasil esterá melhor, de acuerdo? -Disse ele consolando a jovem enquanto acariciava seu rosto angelical. -Você precisa ser mais otimista. Olhe para mim, juntos, iremos reinar sobre todos e uma nova ordem surgirá. -Sofia parou para raciocinar essa última frase de seu pai e olhou para ele intrigada e falou:
 
-Mas eu não tenho ódio papá. -Sabia ela, que seu pai, era movido pelo ódio que adquiriu através do seus avós.
 
-É claro que tem! -Disse ele. -Eu também tenho!
 
-Tenho medo desse ódio me destruir.
 
-Está blefando sua garota estúpida? -Gritou ele chateado pelo que Sofia falou. -Não criei uma princesa sem sangue de rainha nas veias! A humanidade foi feita para ser governada! -Sofia ficava cada vez mais indignada:
 
-Não seja tão tolo papá! Não deve ser rei de um lugar só por apenas ser, também devemos ser bondosos com o povo.
 
-E do que muito isso adianta? No final eles sempre se ajoelharão. -Argumentou Felipe e deixou Sofia sem palavras. -Você é minha filha, sangue do meu sangue, sangue das antigas rainhas, você tem planos para este seu reinado e seus objetivos devem ser alcançados. -Sabia ela, Sofia, que os planos não eram seus, e sim de seu pai, mas mesmo assim, preferiu se calar e apenas baixar a cabeça. Sofia então saiu do quarto e foi em direção ao jardim, sua irmã Eleonor viu ela e correu logo atrás:
 
-Hey, hermana! -A jovem Sofia olhou para trás e perguntou:
 
-O que é? -Virou-se emburrada e Eleonor pergunta:
 
-Não está contente pelo plano sujo de nosso pai, está? -Eleonor atingiu em cheio, mesmo assim Sofia se recusou em assumir:
 
-Não se meta nos nossos assuntos Eleonor.
 
-Não se faça de desentendida, eu sei a irmã que tenho, eu vi você crescer, e essa não é a minha Sofia.
 
-Como sabe? -Perguntou ela séria tentando manter uma boa postura para a conversa e Eleonor responde:
 
-Nunca fomos á favor dos planos políticos do papá. -Ela toca o rosto de Sofia e continua: -Não será você se fizer o que ele quer, será ele mesmo, então não faça.
 
-Mas e se Erick for uma ameaça? A França não pertence á ele! Papá me disse.
 
-Sofia, o que é a França para nós? Você é a rainha das Astúrias! Já fomos um dos maiores impérios do mundo, por quê brigar por mais um pedaço de terra? México é nosso! Bolívia é nossa! Peru é nosso! Argentina é nossa! Não precisamos de mais nada. -As palavras sábias de Eleonor parecia convencer a irmã, e Sofia abraça Eleonor e diz:
 
-As vezes acho que você quem devia reinar as Espanhas. -Eleonor rir e fala:
 
-Claro que não! Você quem carrega mais sangue da rainha Vitória do que eu!
 
-Ah, claro que não! -Foram as duas rindo pelos corredores do palácio.
 
Já estava de noite, quando o Duque Joaquim acabara de se arrumar para ir ao departamento como Marcos pediu, assim ele lançaria sua ordem em relação ás princesas Rose e Cristina. Edu também saiu do quarto arrumado, pois pretendia acompanhar seu pai e ele não perderia por nada a oportunidade de olhar para a cara suja de Rose e Cristina.
 
-Aonde pensa que vai? -Perguntou Joaquim ao filho que o seguia atrás pelo corredor e Edu responde:
 
-Vou com você.
 
-Não precisa, irei sozinho.
 
-Mas não depende do senhor, eu irei mesmo assim. -Chegando na sala, Lady de Sá aparece, também arrumada:
 
-Eu irei com vocês! -Exclamou ela e o Duque põe a mão na testa, suspira e diz:
 
-Estás bem, vamos.
 
Dentro do carro Edu aproveita para perguntar:
 
-Tens notícias de Erick, pai?
 
-Ainda em coma. -Respondeu o Duque e Caroline esperançosa diz:
 
-Ele vai acordar, vocês vão ver, amanhã Erick acordará.
 
-Eu espero que Erick, ao se acordar, dê a punição que aquelas duas merecem. -Edu falou com uma fisionomia sinistra, o seu pai olhou para seu rosto e fez uma cara de desdém.
 
-Bom, isso quem decidirá é o próprio rei. -Disse ele.
 
-Rezarei pelo meu rei. -Concluiu Eduardo.
 
No hospital após as cirurgias e exames feitos, o rei Erick foi levado para outro leito onde familiares podiam observá-lo através de uma janela de observação de vidro. Marcos o olhava de longe, seu rei desacordado em um coma profundo, perdido em meio ao seus pensamentos, jovem Erick.
 
-Por favor majestade, não nos abandone. -Falava baixinho, Marcos com sua mão em seu queixo sem perder sua postura séria, mas não conseguiu nem segurar uma lágrima que escorreu pelo seu rosto. Seu telefone toca e o mesmo se assusta. Era o Duque Joaquim:
 
-Alô, Duque?
 
-Marcos, estou chegando agora no departamento. -Disse ele saindo do carro.
 
-Está com a carta? -Perguntou Marcos querendo aferir se estava tudo certo e o duque afirma:
 
-Sim, com o selo da casa real e tudo. Terei de desligar agora, estou a entrar. -Ele desligou e seguiu para a porta do departamento acompanhado da guarda real. Lady de Sá e Edu seguiam atrás. Joaquim se apresenta e pede para que o levem ao delegado, e um oficial o acompanha até a sala, mas quem o recebe é o oficial Thomas:
 
-Vossa excelência, é um prazer recebê-lo. -Disse Thomas sorrindo de uma forma um tanto quanto forçada. -O que o traz aqui?
 
-Gostaria de conversar com o delegado, por favor.
 
-Infelizmente o delegado não vai poder atendê-lo.
 
-Estás a me dizer que o delegado não está? -Perguntou Joaquim indignado e Thomas ainda sorrindo explica:
 
-Na verdade o delegado não está atendendo ninguém. -Duque Joaquim se aproxima de Thomas, mostra o documento e diz:
 
-Eu ordeno a presença do delegado, em nome de sua majestade real. Sou titulado o Duque da casa Orléans e Bragança e assumo a ausência do rei. -Thomas engole a seco, mas mesmo assim insiste:
 
-Eu sigo as ordens do delegado. -Nesse momento, Eduardo sai de trás do seu pai e diz:
 
-Primeiro, ao dirigir palavra á um duque, comece com “vossa excelência”, está desrespeitando o Duque da casa real, Dom Joaquim. Vai ser punido por esse desacato por sua majestade real, e exigimos a presença do delegado, agora. -Funcionários que estavam ao redor observavam a cena, o que deixava Thomas um pouco constrangido, era um garoto lhe afrontando. Ele ficou calado por um tempo olhando para eles, mas então o Joaquim agiu sem hesitar:
 
-Guardas! Prendam esse oficial em nome de sua majestade real, Erick de Orléans e Bragança. -Os mesmos obedecem a ordem do Duque e prendem o oficial Thomas.
 
-O que pensa que está fazendo? -Perguntava ele enquanto era agarrado pelos guardas da coroa e o Eduardo responde pelo pai:
 
-Devia estudar sobre como tratar um Duque da realeza, senhor oficial, os tempos não são os mesmos de antes, você agora serve á monarquia, esqueça o parlamento. -Sorriu ele com aquele olhar malicioso.
 
Logo, os três, Duque Joaquim, Caroline e Eduardo foram até a sala do delegado abrindo bruscamente a porta e assustando-o ele que estava sentado:
 
-Recusando nossa presença, senhor delegado? -Perguntou o duque de modo a afrontar o delegado que se levanta e pergunta:
 
-Mas o que significa isso? -O duque bate com a mão na mesa onde por de baixo estava a carta de ordem. O delegado pega, ler e olha para todos.
 
-Já mandei prender seu oficial. -Disse o Duque e em seguida pergunta: -Não quer desobedecer a coroa também, quer delegado?
 
-Está bem, cumprirei o mandato.

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