E na véspera de seu casamento Kate tinha tudo o que era nescessário. Tinha um enxoval para a lua de mel. Tinha uma coroa de flores brancas de laranjeira para usar na cabeça, essa tradição Penelope e Anne não a deixaram abandonar. As flores que significavam pureza e virgindade, um tanto quanto irônico para uma mulher grávida.
Kate não queria estar ansiosa, mas estaria mentindo se dissesse que não estava. Afinal além de todo o estresse comum das noivas, ela ainda tinha o medo de alguma dama da sociedade descobrir de sua gravidez. Seria um escândalo.
Era esperado que Kate dormisse por toda noite para ter um rosto relaxado para o seu grande dia. Mas ela não havia conseguido dormir direito desde que chegara a casa Hastings.
A casa Hastings que era o ponto mais engraçado de toda essa história de casamento.
A casa Hastings havia sido reformada. Criados haviam sido contratados, a faixada da casa havia sido totalmente repaginada para sua forma original. Kate não acreditava nos próprios olhos quando viu.
Era mágico o que o dinheiro era capaz de fazer. Em uma semana, a casa não tinha mais a aparência de uma casa abandonada. As únicas partes que continuavam da mesma forma eram o interior dos quartos, o escritório de Anthony, a biblioteca e a preciosa estufa de Kate.
Anne havia dito para Anthony contratar um jardineiro para cuidar da estufa, mas ele não concordou. No fundo ele sabia que Kate deveria ser a pessoa a dar vida novamente à aquela estufa.
Também havia toda a história do vestido de Kate. Quando Anne descobriu a cor dele ficou furiosa e brigou com Penelope. Kate teve que fugir para o escritório de Anthony e por lá ficou escondida. Tinha como companhia Anthony e seus beijos ardentes.
Eles voltaram a se ver depois do encontro da biblioteca. E Kate havia levado um grande sermão de Mary sobre o incidente. Damas não podem se comportar dessa maneira, senhorita Kate, havia dito Mary.
Ela estava construindo uma nova história de beijos sob as estrelas. E ela tinha que admitir, estava aos poucos se apaixonando pelo seu noivo. Ela lembrava-se claramente de seus olhos castanhos a encarando, certa noite estrelada.
Ele havia citado Aristóteles à ela." O amor é o sentimento dos seres imperfeitos, posto que a função do amor é levar o ser humano à perfeição.",dissera ele durante uma conversa sobre amor verdadeiro. Ele havia contado a ela sobre seus pais.
Ele era perigosamente apaixonante. A fazia rir com as histórias de sua adolescência. Ela se contentou em ouvi-lo contar sua história. Mas sempre que ele insistia em saber algo sobre os últimos anos de sua vida, ela mudava de assunto.
E uma semana foi o suficiente para que o clima na casa mudasse. Anne e Penelope não discutiam mais na frente dela, mas Kate ainda as ouvia conversando no corredor sobre o que deveria ser servido aos convidados ou sobre toalhas de mesa. Leonard havia voltado para sua casa em Londres, mas Penelope insistira em ficar para ajudar sua irmã.
Kate e Anthony continuaram a discutir. Mas dessa vez as discussões acabavam em beijos, não em gritos.
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E lá estava ela, na véspera de seu casamento, descendo as escadas e caminhando até a biblioteca. E como se o destino pregasse uma peça, lá estava Anthony.- É interessante como tudo acaba voltando para essa biblioteca, concorda, milady?
Ela se espantou, pois ele ainda estava de costas para ela, mas mesmo assim sabia que ela estava ali.
- Discordo.
- Por algum motivo em especial?
- Eu gosto de discordar de você. Me dá um motivo para acordar todas as manhãs.
- Pensa em mim todas as manhãs?
- Penso em discutir com o senhor todas as manhãs, é diferente.
- Touché!
Ela dá de ombros e se reencosta no banco do sofá. Ele não se senta mas permanece do outro lado da sala a encarando.
- Como está realmente se sentindo sobre o casamento? - pergunta ele.
- Eu acho exagerado. Não conheço quase ninguém que vem para nossa cerimônia. Eu preferia algo simples, só com a família - ela estava nervosa.
- Quer desistir,milady?
- Não creio que esse seja o caso. Talvez fugir para a Escócia e se casar. Você sabia que na Escócia só é nescessário uma testemunha e um papel para que um casal se case?
- Creio que Anne e Penelope nos arrastariam de volta para cerimonia pelas orelhas.
- Ou pelos cabelos. Eu aposto que elas adorariam discutir sobre qual parte do corpo nos arrastariam para casa.
Ambos riram alegremente.
- É melhor você ir, milady, está tarde.
- É o que quer?
- É o meu dever como protetor de sua honra.
- Ora, mas qual a vantagem de um noivo se nem mesmo posso ficar a sós com ele?
Ambos sabiam que eles já haviam ficado a sós, e trocados beijos que não poderiam ser considerados castos o suficiente para noivos.
- Vá dormir milady.
- Até logo, milorde.
Ela sai da sala fazendo uma mesura exagerada. E ele continua rindo baixo quando ela alcança o final do corredor.
Ele estava completamente apaixonado por sua noiva. E ele não sabia porque isso parecia o fim do mundo.
❤NOTA DA AUTORA:
Esse foi o capítulo de hoje. Preparem o coração para o grande dia.
Não se esqueçam de votar!!
E se estiveram procurando por histórias para ler,procure o perfil da SrtaCabell0 ,prometo que não vão se arrepender.
Até mais...
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Os Mistérios De Uma Inglesa (Concluída)
RomanceEstrelas brilhantes e um pai furioso. Foi isso que trouxe Kate até ali. E lá estava ela, com a barriga começando a aparecer sobre o vestido, na frente da casa do duque de Hastings, se é que ela poderia chamar aquilo de casa. Kate pensava que estava...