Segredos obscuros!

Cap XI - Fadinha vs cachorro molhado!

P.O.V Cléo    

Todos estavam olhando para mim e isso estava começando a me incomodar. Eu odiava quando isso acontecia! Porém, havia um porquê para eu estar ali, mesmo que sombrio. Não podia recuar e nem perder minha postura, eu tinha um objetivo!

- Sim, meu povo é amável, doce e certinho, fantasminha. - Encarei o garoto de longos cabelos branco e olhos azuis, - mas isso não quer dizer que não podemos ser sérios quando queremos!

- Então uma fada está vindo morar com a gente!? Isso foi inesperado! – Disse o cachorro molhado com cara de surpreso. Olhei-o de cima a baixo, igual quando ele fez comigo quando entrei na sala. Parecia que ele tinha se desapontado com algo em mim naquele momento, ele que lute!

Hum! Até que para um lobisomem, em aparência, ele não era desprovido da beleza! Tinha cabelos castanhos que caiam pelos ombros, seus olhos eram da cor de ouro e tinha um porte físico bem definido. Devolvi o mesmo olhar desapontado que ele havia me dado, só por vingança.

-Bom, só queria me apresentar da maneira correta para vocês. Sou Cléo Zang, do reino norte das fadas. - Meu curvei. - É um prazer conhecê-los. Espero que possamos nos dar bem daqui para frente. - Me levantei novamente, olhei nos olhos de cada um e saí andando pelo corredor. Meu coração estava batendo à mil, odiava receber atenção daquela maneira.  

As aulas passaram como um flash, pelo jeito não iria ter problemas com as matérias. Enquanto guardava minhas coisas vi Haru e Kaoru se apressarem pelo corredor, os dois estavam de mãos dadas? Em seguida vi Mey e Sebastian subirem junto com  a professora Angel para o segundo andar. Acho que eles dois faziam aulas extras com ela. O único que eu não havia visto era Jason, assim que bateu o sinal ele sumira como se por magia.

Dei um longo suspiro, parece que no meu primeiro dia iria para casa sozinha! Fui andando pela rua sem prestar muita atenção, pois estava anotando tudo que acontecera hoje em meu caderninho. Ele sempre andava comigo, preso em meu pulso. Era um caderno feito de folhas especiais, podia reduzir ou aumentar de tamanho e o melhor, tinha infinitas páginas!

Estava andando tranquila até que senti uma respiração quente invadir meus cabelos e em seguida, um peso em meu ombro e cabeça, olhei para cima e vi os olhos dourados de Jason me encarando de volta. Foi impossível não sentir um arrepio subir pela minha espinha.

P.O.V Jason

Depois que bateu o sinal eu fui na frente, pois queria poder observar a fadinha, para saber qual era a dela. Desde que saiu da escola ela não parou de anotar em seu caderninho, ela nem olhava para onde estava pisando! Admito que teve várias vezes que eu torci para que ela caísse e se estabacasse no chão, só para ver se ela acordava de seu mundinho!

- Ei! – Disse apoiando minha cabeça sobre a sua para ver se conseguia ler algo, mas pude sentir que pela minha aproximação ela se arrepiou e seu coração começou a bater mais rápido, dei um sorriso convencido. – O que você tanto escreve aí?

- N-nada. E além do mais, não é da sua conta! – Disse enquanto fechava o caderno rapidamente, para eu não ler.

- Parece que você levou um baita susto com minha aproximação! – Disse, tentando provocá-la, eu estava com um sorriso travesso, mas parece que não deu certo.

- Mas é claro, você sumiu como se por magia assim que o sinal bateu, e brotou do chão, do nada também! – Respondeu enquanto se afastava de mim. Parei em meu lugar e abaixei a cabeça balançando negativamente, dei uma gargalhada.

P.O.V Cléo

Jason passou o resto do caminho me provocando, quanta energia um lobisomem podia ter? Fiquei o ignorando como se ainda estivesse andando sozinha, estávamos quase chegando em casa, quando ele conseguiu me levar ao meu limite.

- Sabe, você me lembra uma prima minha. - Ele parou por um segundo. - e olha que ela só tem seis anos!

- Você está me comparando a uma criança!? – Virei em sua direção e falei em tom ameaçador.

- Até que enfim você me respondeu! Acho que encontrei seu calcanhar de Aquiles. – Ele gargalhou e deu um sorriso de lado, como se estivesse me desafiando. – Eu não! Não estou insinuando nada, estou afirmando! Você é uma criança!

- Eu realmente odeio quando dizem isso! – Quando ele percebeu a irritação em minha voz, seu sorriso se alargou.

– Mas você é tão pequena, delicada e se irrita tão facilmente, que chega a ser fofinho! – Ele estava falando em um tom irônico, desafiador e totalmente provocante. Então com a raiva já transbordando e espumando por dentro, eu o interrompi.

- E você, tão cheio de si, se achando o gostosão só por causa de seus músculos definidos! Você pensa que é o que? A última coca-cola do deserto, cachorrinho?

- Hm... Interessante! - Disse ele começando a se aproximar vagarosamente. – Então você estava reparando em mim! – Eu apenas revirei os olhos, dei as costas e sai andando.– Mas você quer realmente saber o porquê você parece uma criança?

Me virei e o encarei com um olhar desafiador.

- Não se atreva a dizer isso Jason Wolf!

– Por que você é uma tábua! – Aquele complemento havia sido a gota d’água para mim.

P.O.V Jason

- EU VOU MATAR VOCÊ!- A fadinha veio para cima de mim com tudo, acho que realmente peguei pesado dessa vez.. hehehehehe

Saí correndo, mas mesmo ela tendo pernas curtas, finas e delicadas e... –  Pera, desviei do assunto! FOCO JASON! - Ela corria pra caramba, corria tanto que tive até que apelar para minha forma de lobo.

Depois de um tempo tive uma ideia maluca, me transformei em humano de novo e me virei para ela com os braços esticados, como o esperado ela não teve tempo de parar. Então a peguei pela cintura e a levantei no ar.

- UPA! Peguei você! – Disse enquanto a encarava – Viu! Você é igual uma criança!

- A é!? – Ela disse em forma desafiadora e então ela veio com o rosto em minha direção e me beijou.

A desci passando a segurá-la contra meu corpo, tinha que admitir mesmo que se parecesse com uma criança, Cléo beijava muito bem! Ela estava com umas das mãos na minha nuca enquanto a outra bagunçava meus cabelos, apoiei ela contra uma das árvores, aprofundando ainda mais o beijo. O ar estava começando a faltar quando ela apoiou o pé no meu estômago e me empurrou uns dois metros para trás. Eu caí sentado no chão.

- Viu! – Ela me olhou com intensidade e esfregou uma das costas da mão sobre a boca – Uma criança não faria isso!

Com seus passos curtos, porém  rápidos ela passou por mim, entrou na casa e bateu a porta!

Eu dei uma leve risada, ainda não acreditando no que havia acontecido.

- Uau! Acho que gamei!