Capitulo 5

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Para minha mãe por nunca parar de me lembrar quem eu posso ser.
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- Você chegou aí tem uma semana e já está apaixonada ?! - A voz irônica de Gabe preencheu todo o ambiente do meu quarto me fazendo rir junto ao mesmo.

- Eu não estou apaixonada. - Me defendi e ele riu mais alto ainda e a câmera ficou no seu olhar confuso direcionado a mim. - Ele nem sabe da minha existência e eu definitivamente não quero.

  Gabe havia insistido em conversamos pelo FaceTime naquela manhã antes que eu saísse para a faculdade. Antes de chegar aqui, eu havia prometido que manteríamos contato todos os dias por ligações e mensagens, mas eu estava fracassando cada vez mais nessa função porque a faculdade estava me consumindo cada vez mais e eu estava sempre atarefada.

- Você falou com a sua mãe nos últimos dias ? - Ele perguntou receoso.

  Gabe era a única pessoa que sabia como eu me sentia quando o assunto era Margaret Polivvers. Quando mencionam minha mãe ou meu pai, eu nunca sei exatamente qual é a melhor maneira de reagir sem parecer uma pessoa fudidamente traumatizada. É engraçado pensar sobre o poder que duas pessoas podem ter sob o rumo da sua vida, talvez se meu pai estivesse vivo minha relação com minha mãe poderia ser melhor..... um grande talvez.

- Eu liguei ontem e ela disse que estava bem. - Respondi encarando fixamente a porta na minha frente para que Gabe não conseguisse ver com clareza meu rosto.

- Aly... - Ele me chamou pelo meu apelido. - Eu entendo. - Ele disse simplesmente e me lançou seu melhor sorriso.

  Dizer que Gabe era um cara bonito seria o mesmo que falar que pizza é uma invenção medíocre. A verdade é que ele era lindo e, mais importante, sabe muito bem disso. O safado quase incendiou nosso antigo colégio com tantas brigas entre as meninas por conta de seus romances passageiros, eu admito que era divertido ver todo aquele desespero por ele, porém Gabe não se importava nem um pingo em arrasar corações por passava e aposto que não está sendo diferente na universidade de New York.

- Você está se comportando? - Eu perguntei e ele revirou os olhos.

- Alyssa, eu sempre me comporto. - Ele disse sedutor piscando o olho direito logo em seguida.

- Gabriel...- Eu o reaprendi severamente. - Eu preciso ir pra aula. - Falei assim que me dei conta do horário que o relógio na parede marcava.

- Eu amo você, gatinha. - Ele falou beijando a tela do celular.

- Eu também amo você, Gabe.

* * *
As aulas eram a única coisa que realmente prendiam a minha atenção por um tempo prazeroso que me fazia viajar para a idade média ou até mesmo para o período clássico, e era por isso que eu amava o poder que um bom livro pode ter sob as pessoas.

   Meus pensamentos estavam no livro de Maquiavel que se encontrava em minhas mãos no refeitório, apesar do falatório alto, eu ainda conseguia ler com tranquilidade. Eu alternava meu olhar entre o livro e a maçã verde em minha mão esquerda.

Babaca

Minha mente acusava Maquiavel com xingamentos a cada cinco segundos. Como alguém conseguia ser tão insensível assim ?! Óbvio que eu entendo a importância desse livro para desvendar o cenário político da época e até para fazer analogias com a atualidade, mas puta que pariu ele era um verdadeiro cretino.

- Se você abaixar mais um pouco a cabeça vai acabar entrando dentro do livro, Barbie. - Uma voz rouca e arrastada sussurrou no meu ouvido fazendo todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.

O Maior erro da minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora