Midnight

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"É melhor assim"

Eu odiava essas palavras e odiava quando a minha avó me dizia. Geralmente era quando Josh apanhava até quase morrer e meu tio passava um dia sem pisar em casa, Sabina uma vez também disse isso quando não conseguiu de nenhum jeito ir para um concerto do CNCO e Noah já me disse essas mesmas palavras quando teimava em não se assumir por medo ds homofobia.

Agora essas palavras rondam minha mente enquanto eu estou olhando para a tela do meu notebook apenas esperando mais trezentos mil dólares entrarem na minha conta ao mesmo tempo que meus pensamentos não saem dele.

Eu o destrui, Bailey construiu um muro entre si para que não se entregasse mais à depressão e eu com um simples peteleco acabei com esse muro e soltei sua mão. O vibra do meu celular indica uma mensagem de transferência bem sucedida.

Estou o traindo

Ele não vai me perdoae por isso, não vai mesmo. Ele me odiará por deixar a sua família na miséria e desejará minha caveira. Pode-se dizer que eu já estou acostumada com sempre me dar mal em algo, a vida não é perfeita e é menos perfeita ainda para uma órfã de pai e mãe que nunca puderam sentar e conversar no decorrer do seu crescimento.

Não tive conversas com a minha mãe sobre garotos e como uma mulher deve ser respeitada na sociedade, eu vivi isso na pele quando o pai do Josh me espiava pela brecha da porta do banheiro. Meu pai nunca conversou com nenhum dos meus namorados sobre o quanto me ama e o que iria fazer com o rapaz caso eu me desapontasse, isso não aconteceu e eu já fui traída por todos.

Eu sou uma bagunça por ser órfã?

O universo não gosta dos órfãos?

Sou tirada dos meus pensamentos quando recebo uma mensagem de Sofya, a minha colega de estágio. A mesma pedia que eu lhe enviasse os relatórios do dia para que fossem postos na planilha semanal. Aproveito meu notebook aberto e assim o faço.

Deixo o notebook na mesa em frente a grande janela do meu quarto no apartamento e desço as escadas tendo a bela visão do Noah nu andando até a cozinha que era separada da sala pelo enorme e lindo balcão.

-Ah, oi Noah.- Digo normal e ele dá um dos seus sorrisos lindos.

-Meu Deus! Noah você está pelado na frente da minha prima.- Josh sai disparado atrás de mim correndo até o namorado e lhe dando uma colcha de cama que ele carregava.

-Eca, Josh essa colcha está suja de...- O moreno arregala os olhos totalmente desconcertado enquanto eu sento no degrau da escada sem forças de tanto rir.

-Eu... Eu a... Eu amo vocês.- Digo com uma enorme falta de ar.- Só vocês para me fazerem rir assim depois de claramente transarem adoidado.

-A gente nem transou adoidado!- Noah me dá a língua.- A gente fez em silêncio para não te atrapalhar.

-NOAH!- O loiro estava extremamente vermelho de vergonha e eu me ponho a rir mais ainda.

-Desencana, Josh. Ela já viu tudo isso.- Ele passa a mão pelo corpo.- E gostou disso.- Ele apontou mais para baixo mas eu não vi por conta do balcão.

-Valeu por lembrar que vocês já transaram- Josh revira os olhos.

-Ih, nem vem Beauchamp.- Digo indo até o sofá e me acomodando lá.- Cheguei primeiro e fizemos primeiro, se toca.

Ele arremessa uma uva em mim e me encara com uma feição mortal.

-AI! Desculpa, eu hein!- Faço gesto de rendição e eles passam para os fundos onde fica a lavanderia.- NADA DE TRANSAR EM CIMA DA MÁQUINA OU DA SECADORA.

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