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A melancolia me assombra, olho em volta e esta tudo em meio a escuridão, observo o varal com minhas roupas e me deparo com uma paleta de cores pretas, cinzas, as roupas de cores rosa são da minha sobrinha, um grande motivo de me manter.

Observo o sorriso quase que se fechando de uma mulher que sempre sorriu, chego da minha faculdade, na hora mais sombria, com as ruas sendo agraciada com ventos gélidos e tristes, minha casa durante muito tempo dava pra ver da esquina, sempre acesa, sempre fluorescente. Agora me deparo com breu, escuro, ao chegar ao portão, observo uma luz amarela parecendo, um rosto de uma senhora focada e trabalhando na sua nova descoberta, a confecção de mantas, vejo um sorriso de orgulho e de que ta conseguindo alguma coisa. "Boa noite vó" dou um beijo na sua testa, meio suada pelo calor da lampada, ela recebe de maneira desajeitada, como sempre. Não importa as dificuldades do dia, sempre sinto uma imensa felicidade ao ver um sorri no seu rosto que já esta se acostumando a não sorrir. Como em um dia de tarde, ao céu alaranjado, ela senta, o venta bate nos seus cachos acinzentados, com um olhar fixo ao nada, me apoio no portão "oi doninha, ta bem?" "estou, só to esperando alguma coisa" e me finaliza com um sorriso quase que sem querer sair, mas ela põe e volta ao nada.

A melancolia me incentiva, me faz olhar ao eu e me da espaço para olhar ao outro, que no fundo acaba sendo eu. Eu te respeito doce melancolia. 

HIPERATIVIDADES E AMORES DE UM GALEGO LERDOWhere stories live. Discover now