Mandy's pov
Flashback
– Mandy? – Ouço Daniel me chamar enquanto eu estava atenta nos dois peixinhos dourados que nadavam no aquário da cafeteria. – Seu café chegou.
– A Jey não gosta de café, sabia? – Falei me lembrando da morena que sempre faz uma careta só de sentir o cheiro da bebida amarga. – Ela gosta de dançar. Igual os peixinhos.
– Os peixinhos? – Daniel pergunta rindo.
– É. Olha. – Falei e o puxei para ver os peixes dentro do aquário. – Eles ficam nadando em volta um do outro, como uma dança. São dois peixinhos apaixonados dançando uma música lenta que só eles conseguem ouvir.
– Acho que eles só estão nadando mesmo, Mandy. – Daniel diz e me encara. – Mas é uma teoria interessante. Jack com certeza apoiaria.
– Jack é inteligente então. Por que você acha que as pessoas mandam as crianças não bater no aquário? Pra não atrapalhar a música dos peixinhos. – Falei.
– Realmente faz sentido. – Daniel diz. – Mas agora... você precisa tomar café. – Ele me entrega o copo. – Você precisa ficar sóbria pra eu te levar pra casa.
– Eu não quero ir pra casa. – Falei dando um gole no café. – Nunca mais. Nunquinha. Eu quero dançar igual os peixinhos.
– Mandy, seu pai vai ficar preocupado. – Daniel diz. – Principalmente depois do ataque.
– Ele deveria ter pensado nisso antes de virar traficante. – Falei dando outro gole no café. – Café é bem amargo né? Como será que descobriram que esse sabor do café se chama amargo? Podia ter qualquer outro nome, tipo... Daniel. Não, Daniel não. Daniel não seria amargo assim, seria um gostinho bem docinho. Mas não tão doce também. Coisas muito doces são enjoativas. Você não é enjoativo.
– Meu Deus, você vira Sócrates depois que bebe? – Daniel pergunta rindo.
– Você não fica pensando nessas coisas também? – Perguntei e bebi um pouco mais de café.
– Às vezes sim. – Daniel diz e fica me encarando com um sorriso maravilhoso. – Mas ultimamente eu só tenho tido tempo de pensar em uma coisa.
– O quê? – Perguntei curiosa.
– Nada que envolva a origem dos nomes das coisas, com toda certeza. – Daniel diz me fazendo rir.
– Minha mãe diz que eu penso demais e que isso é um problema porque eu me prendo nos meus pensamentos. – Contei. – Ela diz que grande parte das minhas inseguranças sumiriam se eu apenas parasse de pensar um pouco.
– Por quê? O que tanto você pensa que acaba te deixando insegura? – Daniel pergunta.
– Você não vai querer saber. Vou ficar a noite toda falando se eu começar. – Falei.
– Bom, você disse que não quer ir pra casa, e de jeito nenhum eu vou conseguir voltar pra minha em paz se eu apenas te deixar por ai sozinha. – Daniel diz. – Acho que vamos acabar ficando por aqui então. Seria bom ter algum tipo de entretenimento.
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As lágrimas não paravam de escorrer descontroladamente pelo meu rosto enquanto eu andava sem destino pela rua.
Tudo à minha volta parecia um grande borrão e eu só conseguia focar em minha avalanche de pensamentos. A maldita espiral me engolia aos poucos com cada coisa que eu pensava.
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Eastside - ᴡʜʏ ᴅᴏɴ'ᴛ ᴡᴇ
Roman d'amourOnde Why Don't We é uma gangue criminosa do East Side de Stillwater, mas depois de terem ficado famosos, largaram tudo e entraram em turnê. A meia-irmã de Jonah criou sua própria gangue para substituir os meninos, mas agora eles estão de volta e que...