Eastside - ᴡʜʏ ᴅᴏɴ'ᴛ ᴡᴇ

Fourty-eight.

Mandy's pov

– Ai! – Bailey reclama quando a água com sabão entra em contato com seu machucado.

– Desculpa! – Falei torcendo os lábios. – Ele te pegou de jeito, porque o machucado tá feio. Talvez seja melhor você passar no hospital pra caso precise levar ponto.

– E deixar vocês aqui sozinhas? Nem pensar. – Bailey diz.

– Se fosse só eu, até faria sentido. Mas a Isa e a Any estão aqui. Elas conseguem se proteger, me proteger e se bobear protegem até você. – Falei.

– Você também consegue se proteger. – Bailey diz.

– Ah claro. Fala isso pras duas vezes que eu quase fui sequestrada. – Falei.

– Mas isso foi antes. Se tentassem encostar um dedo sequer na Mandy de agora... coitados. – Bailey diz erguendo meu rosto segurando meu queixo pars que eu o encarasse, antes de descer o olhar para meus lábios e umedecer os seus. – Esse provavelmente não é o momento mais apropriado pra eu te beijar, né?

– Definitivamente não. – Falei engolindo em seco e me incomodando com a proximidade entre nós dois.

– E provavelmente nenhum momento seja apropriado, já que você ainda sente algo pelo Daniel. – Bailey diz.

– Sério? Isso de novo? – Perguntei.

– Apenas fatos, nena. Infelizmente. – Bailey diz. – Eu gosto de você e por isso não quero que você fuja desse assunto. Mentir pra si mesma sobre seus sentimentos é só ladeira abaixo, confia em mim.

– Conversar sobre isso agora é ainda mais inapropriado do que você me beijar. – Falei. – E eu não estou fugindo do assunto, muito menos mentindo sobre meus sentimentos, mas nesse momento, a única coisa com a qual precisamos nos preocupar é em lavar isso muito bem pra não infeccionar. – Falei voltando a limpar o machucado.

– Ai! Senti que isso foi proposital, hein? – Bailey brinca.

Ouvimos o barulho de um tiro sendo disparado e algo se quebrando na sala.

– Isso sim parece ter sido proposital. – Falei terminando de limpar o machucado. – Vamos.

Eu e Bailey chegamos na sala e Isa havia atirado em um vaso, nos fazendo fuzila-la com o olhar por ter nos assustado.

– Tava só treinando a mira. Faz tempo que não uso uma dessas. – Ela justifica dando de ombros.

– Eles já falaram alguma coisa de útil? – Perguntei parando ao lado de Any.

– Nem uma única palavrinha. – Any responde. – Mas isso vai mudar rapidinho.

– O que vai fazer? Nos torturar? – George pergunta com desdém. – Você é uma criança, não tem capacidade de fazer isso.

– Uma criança também não deveria ter capacidade de liderar uma gangue criminosa, mas eu também faço isso. – Any diz dando de ombros. – Mas eu realmente não vou te torturar. Pelo menos não fisicamente.

– O que isso quer dizer? – Millie pergunta.

– Quer dizer que vocês vão falar querendo ou não. Mas agora, uma coisa que me deixou intrigada, sra. Gray... – Any se senta de frente para a mulher. – Assim que fizemos parecer que Loren perderia a bolsa por conta do perfil que o seu marido sugeriu que tinha, você logo desmentiu o que ele havia dito e procurou outra mentira pra contar, uma que não afetaria o futuro da Loren na faculdade. Por quê?

– Que tipo de pergunta é essa? Eu me preocupo com o futuro da minha filha, se é isso que você quer saber. – A mulher responde ríspida.

– Não, não é isso que eu quero saber exatamente. Foi perceptível que você se preocupa com o futuro dela, mas o que eu quero saber é o porquê. – Any diz.