CAMILA
Sento-me a mesa de frente a meu pai Athos, ele está com o mesmo sorriso de sempre no rosto. As covinhas que se forma nos cantos de sua boca o deixa ainda mais bonito. Os óculos pousado sobre seus nariz que acentua bem e lhe deixa com aparência um pouco mais velha, apesar de ter 35 anos.
Minha xícara de café já está sobre a mesa como de costume. Pego uma torrada que foram feitas por Athos.
– Onde você foi ontem à noite? – pergunta ele bebendo do seu café. – Subi no seu quarto e não a encontrei.
– Fui a uma festa na Harverbak com a Lara, mas não passei mais de 10 minutos – Athos é do tipo de pai que sempre gosta de saber onde vou, e de saber como foi meu dia, mas a pergunta feita por ele já havia sido questionada por meu pai, Enzo. – ... na verdade eu não ia, mas como a Lara insistiu terminei cedendo. Desculpa não ter avisado.
– Não precisa se desculpar, mas da próxima vez tente avisar. – fala enquanto vai até a pia. Sua voz é suave. – Sabe que seu pai não gosta que saia sozinha, ainda mais para o lado Sul.
Eu sei que os pais se preocupa com a segurança de seus filhos e que é direito deles se sentir preocupados, mas Enzo não carrega só a preocupação, percebo um certo medo vindo dele, não sei o porquê... talvez seja apenas coisas de pais.
– Bom dia. – Enzo entra na cozinha carregando seu jornal diário, pega uma torrada e tira um pedaço. – Hoje farei uma viagem. Farei visitas às cidades circunvizinhas para avaliar o estado de condições de algumas pessoas. A equipe de Ícaro descobriu que muitas pessoas estão passando grandes necessidades e o pior de tudo é saber que eles estão sofrendo por causa do nosso presidente. – Ironiza ele. – Irei hoje à noite.
De Enzo olho para Athos e como o conheço bem sei o que passa em sua cabeça. Essas viagem que meu pai raramente vai, deixa-o inquieto e preocupado, mas esse é seu trabalho e apesar de ser simples é também perigoso. O ato altruísta de Enzo pode ser algo bonito ou gentil para uns, mas para outros não é.
O que Enzo faz vai contra o governo, pois eles mesmos devem se responsabilizar pelos os refugiados que chega a nossa divisão e como a lei cita: "Refugiados-indigentes devem receber cuidados específicos; não toque-os, pois há risco de contaminação. Ajude-os contatando a Morada".
A União e a Morada são organizações que estão ligadas diretamente, mas que sempre permanece um tanto distinta, pelo que já ouvi falar. A Morada dita as leis a qual Enzo é totalmente contra e a União a põe em pratica, entretanto, eles são autoridades.
Enzo sabe que os refugiados resgatados pela a Moradas são levados para testes e experimentos dolorosos que na maioria das vezes leva a morte dessas pessoas, não sei como ele sabe tanto sobre a imundice desse governo, entretanto, nunca me interessei perguntar a ele sobre.
Athos levanta-se da mesa e anda de um lado para o outro.
– Meu amor, vai dar tudo certo. – Enzo levanta-se e pousa as mão nos ombro de Athos, parando-o e o tranquilizando. – Logo, logo estarei em casa. Será rápido.
– O problema, Enzo, é que sua equipe já está sendo investigada por a Morada e quando descobrirem que você acolhe pessoas não-registradas irão caçar os envolvidos, e sabe que o alvo principal será você. – diz. – É disso que tenho medo.
Enzo abraça ele e sussurra algo que não ouço.
– Camila, venha cá.
Levanto-me e vou até eles e sou aconchegada no abraço dos meus pais.
– Ficarei bem, eu prometo. – sinto um beijo no topo da minha cabeça. – Eu amo vocês.
– Ei! Isso não é uma despedida e confio em você. Sei que ficará bem. – digo olhando nos olhos dele. – Agora eu preciso realmente ir se não vou me atrasar para o colégio. – solto-me do abraço e volto a meu quarto para pegar minha mochila e pôr perfume. Desço e antes de sair grito: – Amo vocês.
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Science FictionSINOPSE: O mundo já não é mais o mesmo desde de o Ataque da Dominação, onde foi tudo destruído e tomado por pessoas de alto poder, e com isso tudo foi repartido. A sociedade em que Victor e Camila vivem - agora chamada de Segunda Divisão - é govern...