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VICTOR

Sinto o calor do Sol na minha pele, embora eu sentisse um leve desconforto, quero continuar de olhos fechados e voltar a dormi, porém, o calor que me aquece deixa-me inquieto, e por isso sou obrigado a abri os olhos. Estou dentro de um carro velho, o qual costumava vim escondido quando mais jovem - fazia meses que eu não vinha até esse lado da cidade... até então -. Um refúgio para mim e para meu amigo Christopher.

Ele está dormindo ao meu lado, a sombra do teto do carro protege seu rosto livrando-o do contato direto com os raios solares. Quando percebo que caímos nos sono desde a noite passada sou forçado a acordá-lo. Balanço seu corpo para que acorde, mas ele apenas grunhi e diz:

- O que foi, cara? Deixa eu dormir.

A claridade do dia não o incomoda.

- Não. Nós passamos a noite aqui, Christopher, e você vai se dar mal com seu pai... Hoje é seu último teste.

Christopher abre os olhos e observa a nossa volta, ainda grogue. Ele fala algo que não escuto, abre a porta do carro e sai.

- Vamos.

Também saio do carro e observo a paisagem a frente, o lago está calmo e reflete raios de luz, e, além do lago se estende uma floresta onde fica o outro lado da cidade que agora está abandonado desde os ataques, mesmo estando tão longe consigo ver o que sobrou das pequenas construções além das arvores.

Tudo o que eu vejo à minha frente é bonito, apesar do mundo em que vivo, que foi destruído a um século atrás e que ainda tenta ser recuperado, mas a possibilidade de que isso aconteça é pouca por causa da falta de infraestrutura e, principalmente, de alguns recursos, também por outros motivos, até onde sei a priorização total é o Rio, nossa capital. É lá que vive a grande supremacia

Estico o corpo e mexo o pescoço de um lado para outro tentando aliviar a leve dor na mesma região.

Lutar para viver é essencial, dito meu mantra em silêncio como de costume, como faço todas as manhãs que acordo.

Quando vejo Christopher ele está adiantado na subida dos escombros que leva à rua principal, umas das ruas que está interditada e abandonada. Sem mais o acompanho.

Com certeza ele receberá uma bronca do pai, pois hoje ele se apresentará à União, uma organização distinta da regedoria do governo que trabalha em pró de melhorias e segurança, junto a outra organização - Morada -, para que venha a tornar nosso país o que era antes.

Para entrar nessa organização teria que passar por alguns testes, o primeiro era de pontaria e alguns tipos de habilidades conforme Christopher me falara, o segundo teste permite os candidatos lutarem uns contra os outros e depois com alguns especialistas da União, ou seja, eles precisaria ter habilidade em combate corporal - Christopher se destacou nesses dois -, o mesmo durou uma semana, e a segunda parte do terceiro teste Christopher saberia hoje.

- Então, como tá se sentindo já que foi selecionado para a última etapa dos testes? - pergunto.

- Normal. Não sei o que me espera hoje, mas... - ele dar de ombros - Tô de boa.

- Que bom. Pelo menos você é confiante. - paro apenas por um segundo para buscar um apoio para meu pé e logo continuo a subir. - Torço por você.

- Eu sei. - diz convencido e depois dá uma risada.

Por fração de segundo aquilo me prende e faz com que eu escorregue em uma das pedras. Apoio minhas duas mãos para tentar impedir que meu corpo colida contra os escombros e que eu role para baixo.

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