Others

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CAMILA

No dia seguinte, fomos até uma das base onde estão abrigados os refugiados. Esse é mais um lado isolado da cidade. O lugar não é tão diferente do os que já vi, o antigo metrô se localiza no lado Sul, ao seu redor várias árvores cresceram devido ao longo período de inatividade, ervas daninhas tomaram conta de várias parte do ambiente saindo por todas brechas e rachaduras que a estrutura tem. Na entrada, pedregulhos enormes faz uma grande barreira escondendo o lugar de qualquer coisa que possa aparecer.

Passo por um grupo de crianças que brinca de forma saudável. Ainda na entrada, vejo pessoas conversando em grupos, outras comendo debaixo das sombras do galhos das árvores e outras sendo carregadas para, provavelmente, banho de Sol.

Vim até aqui com meus dois pais para acompanhar a saída de um deles. Enzo sai daqui a alguns minutos para fazer o que mais gosta: ajudar as pessoa em situações precárias.

Passamos por um curto túnel, descemos um lance de escada e adentramos dentro do abrigo. Ali dentro é pouco iluminado, e a pouca luz vem através de uma parede quebrada e de lâmpadas que tremeluzem, como lá fora, pequenas mudas de árvores crescem ali dentro. O lugar é grande e está abarrotado. Enzo vai direto falar com Ícaro, procura saber como está o estado dos refugiados e se informar mais sobre a sua ida.

Meu pai, Athos, ainda não é de acordo, porém ele sabe que é aquilo que Enzo gosta de fazer por isso não interfere.

– ... há várias informações de que o pessoal de lá estão em situações de desespero, não há água nem comida. Crianças e idoso estão morrendo, Enzo. – ouço uma parte da história que Ícaro fala ao meu pai. – Já foi preparado vários suprimentos que conseguimos, mas a situação é tão alta que o que temos não vai dar para todos.

Vejo a expressão pensativa do meu pai, como conheço bem, sei que ele está analisando o que pode ser feito.

– Dividiremos quantidades iguais para cada um. Uma solução viável pode ser o rodizio dos enlatados, em seguida faremos a distribuição dos alimentos, priorizando as crianças, idosos e aqueles que estão mais debilitados...a horta já está quase pronta para a colheita, então faremos a primeira visita e depois uma segunda.

Ícaro meneia a cabeça.

– Ah, os carros estão prontos. Sairemos daqui cinco minutos.

– Beleza, Ícaro.

Ícaro sai e Enzo caminha até onde estou com Athos. Ele nos abraça e beija minha testa.

– Até mais. – diz. – Eu amo vocês.

– Também amamos você – responde Athos.

– Ah, não deixa o paranoico do seu pai colocar coisas na cabeça, tá? – eu sorrio e faço menção positiva. – E você não deixa ela sair por ai sozinha... ainda mais com as vistorias que o Governo está fazendo.

Cruzo os braços.

– E daí? Eu não sou um perigo pra sociedade, certo?

– Eu sei que não.

Enzo nos dar outro abraço apertado.

– Preciso ir agora.

Saímos juntos, nós três, dali de baixo e seguimos até onde está cinco carros estacionados que estão ocupados por a equipe de meu pai. Os motores já estão ligados para sua partida.

Enzo segue até o carro preto e antes de entrar ele acena. Acenamos de volta. Ele entra no automóvel e parte.

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