com amor, outono...

16 3 0
                                    

Tu és a folha seca que flutua e cai sobre a terra, coberta por flores que escondem seu solo degradado sem cor e nem ao menos vida.
Perdoe-me folha seca, não pude cuidar de ti. Vim para amar neste mundo, e até em seu amor me perdi, me confundi, me afundei e fundi, o teu peito no meu e tua mão na minha. Com passos contados para não piorar o pranto que já havia.
Consigo imaginar quantas cicatrizes tu tens e nunca vai me contar.
A verdade te quebrará por inteira, mas eu sei que tu tens a força pra lutar. Com uma canção de outono, que extremesse das rosas aos pinheiros, você começa a ver novamente os lindos lírios plantados pelos fazendeiros.
E assim verá oque o sol faz com as flores, porque quando seu antigo tudo a deixou, você murchou e foi morrendo de tempos em tempos, mas teve força e coragem pra passar por todas as fases.
A dor. Ela precisa ser sentida.
A aceitação. Acabou.
O amor, quando percebi que posso ser tão mais completa sozinha, o que era meu tudo, virou pó, e ganhou o título de nada.
A ruptura. Essa fase se acabou, o véu se rompeu e agora vou ser feliz.
Porque é isso que o sol faz com as flores, ele nos possibilita florescer, e aprender a lidar com terras inférteis.
E permaneceremos sempre assim, filhas do sol. Desbravando o quão sua beleza já incrível floresce mais ainda no outono.

poemas além de mim, além de Vênus, além de tudo.Onde histórias criam vida. Descubra agora