rapsódia de magia...

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Meu reflexo está no espelho, eu consigo saber pela visão periférica. Quando realmente me encaro, percebo minhas íris osilando de cor. Do verde ao cinza. Nunca entendi muito bem o por quê desses fatos ocorrerem em meu corpo. Porém, pretendo entender mais sobre isso logo.

Tia Léthicy está folheando um livro de magia antigo, à procura de um feitiço simples para que possa me ensinar.

- Esse! Finalmente o encontrei! - Tia Léth exclama. - É fácil, não se preocupe. É apenas questão de concentração.

- Vixe, então acho que ela nunca conseguirá executar. - Yara, minha irmã mais velha, fala com uma expressão provocativa direcionada à mim.

- Yara, pare de agir feito criança. - Tia Léth a repreende e eu apenas olho-a com cara de tédio.

Não posso me deixar abater por ofensas da minha irmã, meu objetivo é entender sobre o poder com que as mulheres da minha família nasceram nas mãos e aprender a usá-los e controlá-los. Então é nesse objetivo que preciso me concentrar.

- Quando vocês irão se acostumar com o fato de eu ter 18 anos com mentalidade de 12? - Yara diz com seu jeito sarcástico de sempre.

- Ó deusas, por que a fizeram sagitário?! - Tia Léth resmunga com as mãos para o alto.

Apenas diálogos normais nesta família.

- Vamos logo com isso, por favor! Estou curiosa. - Eu digo, realmente curiosa.

- Ok. Vamos começar do começo, vou contar o que você já sabe desde sempre por ter nascido nesta família, mais para reforçar... - Ela faz uma breve pausa. - As mulheres de nossa família nascem com dons, dons esses que fazem com que possamos desfrutar de fatores místicos, no nosso caso, a magia. Não somos originalmente bruxas, bruxas utilizam poderes por meio de poções e rituais, nós, mulheres da familia Eodora, já nascemos com o poder. Todas nós nascemos com um don, em alguns poucos casos pode ocorrer de uma de nós nascer com mais de um don, como sua mãe. Somos descendentes de bruxas, isso faz com que possamos tanto usar nossos dons quanto desfrutar de poções e rituais. Porém, por mais que nossa família esteja em paz com o mundo bruxo, não visitamos muito a dimensão invertida onde bruxas e feiticeiros habitam, só vamos lá em situações realmente favoráveis, para manter a segurança desse povo e eles não serem descobertos. Por mais que exista várias lendas sobre, ninguém nunca provou nada, então, melhor não arriscar. - Ela deu um breve sorriso. - Não vivemos no mundo invertido porque somos... Dizendo em linguagens A.B.O, híbridas de bruxas. Podemos viver tanto em sociedade comum, quanto em sociedade bruxa. Porém famílias como a nossa, à muito tempo atrás, escolheram viver em sociedade comum, afinal de contas, precisamos proteger uns aos outros se algo ruim ocorrer e também podemos proteger pessoas comuns em situações necessárias. Geralmente, existem pessoas já designadas para isso nas famílias, de acordo com seus dons, elas fazem rondas pelas cidades onde habitam, mas isso não impede que os não designados possam socorrer outras pessoas também. Mas para isso existem regras, quando decidimos ajudar alguém precisamos ser os mais discretos possíveis, e em muitos casos tomamos uma poção da invisibilidade ou enfeitiçamos a vítima após nossas ações para que ela se esqueça do ocorrido e siga seu caminho.

- Sabe o que eu mais gosto em toda essa história, Tia Léth? - Eu digo.

- O que? - Sua testa se enruga.

- Essa não é uma história sangrenta e violenta, claro que ela tem seu lado obscuro, mas comparado as histórias de outros povos, isso é historinha pra dormir. - Rio ao fim da fala.

- Sim! As bruxas e os híbridos tem uma boa relação, o problemas do mundo bruxo mesmo é com os comuns, por toda a história de caça às bruxas e etc. Isso já gerou grandes brigas entre os híbridos e bruxos, por nós apesar de tudo protegermos pessoas normais de alguma forma. Mas isso foi a muito tempo.

poemas além de mim, além de Vênus, além de tudo.Onde histórias criam vida. Descubra agora