Devil Eyes

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M a r g a r i t a      M a r t i n e l l i

10/01/2020            08:05            Florença

O avião acaba de pousar, fazendo-me despertar do sono profundo que foi induzido por uso de medicamentos. Cutuco o braço de Frank, que acorda bocejando e piscando os olhos com lentidão.

Estou preocupada com a garota, a tal Mackenzie, Ivan disse que a menina entrou em coma, espero que ela se recupere, é corajosa para ter feito o que fez e eu admiro isso. Dei meu número ao ricaço, ele poderá me ligar quando quiser se precisar de ajuda.

- Nós chegamos. - Sussurro.

.......

- Papai mandou alguém vir nos pegar? - Questiono. Estamos em pé, frente à esteira, esperando nossas malas aparecerem.

- Não, mas chamei alguém, já deve estar aqui.

- E quem é? - Meu tio sorri de lado, olhando-me com rabo de olho. Franzo a testa, ficando curiosa. - O que aprontou?

- Você irá ver. - Sorrio, mas decido não falar nada, apenas esperar. Pela cara do meu tio, eu acho que irei gostar. Luigi talvez?

As malas aparecem alguns minutos depois, está lotada de armas, que foram muito bem camufladas, invisíveis aos scanners.

Meu tio pega as três e eu fico apenas com duas malas de mão, já que não sou tão forte quanto ele.

O aeroporto está um pouco cheio, dificultando que eu ache a bendita pessoa que Frank chamou.

Um pigarro atrás de mim chama minha atenção, fazendo-me virar o corpo. Arregalo os olhos ao ver quem é, largando as malas no chão e voando no pescoço dele.

- Puta merda, Pietro. - Ainda grudada ao corpo do meu primo, afasto-me um pouco para olha-lo nos olhos. - Caralho, você está uma delícia, primo. - Ele ri, confirmando com a cabeça.

- Eu digo o mesmo, é bom vê-la novamente.

Pietro é filho adotivo do Frank, meu tio o tirou das ruas quando ainda era muito novo, nós passamos o colegial todo juntos, quase todo na verdade, ele é mais velho. Mas assim que se formou, Pietro decidiu ir para faculdade e ter uma vida comum, já eu, assumi meu posto na máfia.

Pietro também é responsável pela perda do meu BV e pela perda da minha virgindade, se não é de sangue, não há problemas. Ainda continuo com o mesmo pensamento, e considerando a maneira como ele está me olhando agora, parece que ele também continua pensando igual.

Faz anos que não o vejo, ele foi estudar em Londres e acabou ficando por lá, fez medicina e é um pediatra de renome no Hospital de St. Mary. Eu fiquei orgulhosa quando soube, mas triste por ter perdido meu querido e belo priminho.

Puta merda, ele está realmente gostoso. Sempre foi, mas agora....

- Para de me olhar assim, Margarita. - Ele sussurra entre os dentes. - Meu pai está olhando.

Frank o mataria se soubesse que ele foi o meu... professor, na adolescência, mas a parte da putaria pesada, Alexsandro ainda é o responsável.

Desvencilho-me de Pietro, abrindo espaço para que meu tio o abrace. Frank ama-o da mesma maneira que meu pai me ama, e sente um orgulho absurdo dele, pela vida que construiu, por ser um médico e por ter o nome limpo. Já meu pai, sente um orgulho absurdo de mim por todos os motivos opostos aos de Frank.

- É bom vê-lo filho, senti sua falta. - Frank diz, agarrado ao loiro.

- Também senti, Londres é um saco sem você.