Devil Eyes

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M a r g a r i t a      M a r t i n e l l i

12/01/2020          07:17        Florença

- Chegou cedo. - Sorrio ao ouvir a voz do meu primo. Pietro sempre acordou junto as galinhas e eu já imaginava o encontrar de pé assim que chegasse em casa. - Como foi com ele? Imagino que bem, já que dormiu lá. - Jogo-me em minha cama, caindo de cara no travesseiro.

- Não rolou nada, se é o que está pensando. - Digo, levantando o rosto e olhando para o Pi pela primeira vez. Sabe, Alexsandro, Pietro e Fernando são homens injustos, eu não acho que seja justo haver caras como eles andando por aí, ainda mais quando não os pode ter, por sorte, eu tive dois deles.

- Nada mesmo? - Ele caminha até mim, deitando-se ao meu lado e puxando meu corpo para o seu. Lembro-me de deitar-me no peito dele, como estou agora, depois que transávamos, ficávamos conversando sobre coisas aleatórias e rindo de situações passadas. - Nem um beijinho?

- O beijo rolou, mas nada mais que isso. - Suspiro. - Achei melhor assim, pelo menos até pegarmos o quadro. Não sei qual são as intenções do Alexsandro em tentar se reaproximar de mim, não sei se são puras como ele diz ser. E se ele estiver me distraindo?

- Você o tem tão baixo assim? Quer dizer, por que mantem o encanto por ele, se não confia?

- Alexsandro é complicado, Pi. - Levanto o rosto de seu peito, olhando Pietro nos olhos. - Vocês são tão parecidos fisicamente, mas queria tanto que ele fosse como você por dentro, seria mais fácil. - Ele ri e acaricia minha bochecha com o polegar.

- Não queria não. - Franzo o cenho em confusão. - Se ele fosse como eu, você não teria se apaixonado por ele. Você gosta dele daquele jeito, perturbado e complicado. - Abro a boca para protestar, mas não tenho nada para dizer, ele tem razão.

- Por que eu não me apaixonei por você? - Questiono, pensando seriamente no assunto. Eu e Pietro daríamos um casal muito lindo de se ver.

- Porque, priminha... - Ele inverte as posições, me fazendo deitar de costas e ficando quase por cima de mim, ainda encarando-me dentro dos olhos sem tirar o sorriso do rosto. - Você é perturbada e complicada. - Pietro beija a ponta do meu nariz e se afasta, saindo de cima da cama e estendendo a mão direita. - Vamos, a galera se reuniu cedo para discutir esse tal roubo que vocês farão.

- Estão no subsolo? - Questiono e Pietro assente. Pego em sua mão e ele me puxa para fora do macio, fazendo com que eu fique de pé. - Queria tanto dormir mais... - Resmungo.

- Preguiçosa.

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Assim que as portas de aço do elevador se abrem sorrio ao entrar na sala tecnológica do meu tio. Tudo aqui tem a cara do Frank. Todos estão aqui, Lola, Vitor, meu pai, Frank e.... Ivan?

- E o filho pródigo voltou ao lar... - Ironiza meu pai, abrindo os braços para me receber. O abraço apertadamente, respirando seu perfume e cheiro de loção pós barba. - Fiquei preocupado com você a noite toda. - Sussurra.

- Eu estava com o Alexsandro, não precisava se preocupar.

- Isso era para me tranquilizar? - Ele pergunta me afastando, segurando em meus ombros e olhando-me com desaprovação.

- Bambina... - Ivan Nikolai, um dos meus grandes e talvez, o melhor amigo. Solto meu pai e viro-me para ele. Não o vejo desde Seattle, Ivan voltou para a Rússia e eu para cá. - Acredite ou não, senti sua falta. Fiquei decepcionado quando cheguei e descobri que estava com o diabo. - Reviro os olhos e sorrio, indo o abraçar.