One shots - Bungou Stray Dogs

Só escutar - Chuuya Nakahara

    Chuuya já estava em casa sentado no sofá, aproveitando o silêncio enquanto o tinha. Foi uma semana bem estressante dentro da Máfia do Porto com novos subordinados fazendo merda, ordens do Boss e maiores problemas surgindo com a Guilda vindos para Yokohana, mas nada que ele não pudesse dar conta. Ele tirou o chapéu colocando ao seu lado no sofá, tirou o sobretudo jogando em cima do chapéu, pois queria ficar mais confortável enquanto estava em casa. Estava meio cansado e queria relaxar antes de se levantar e ir para o banheiro tomar um banho para conseguir dormir.

    Seus pensamentos foram cortados pelo barulho da porta abrindo. Ele virou o rosto para olhar a entrada, o som da chave ele até reconhecia de tantas vezes que ele já ouviu. Eram as chaves de [Nome], que tinham alguns penduricalhos que ele achava completamente desnecessário, mas se ela gostava, fazer o que? Ela entrou em casa com um sobretudo branco pois estava bastante frio na rua, uma calça jeans e uma bota com saltinho. Chuuya a achava sempre muito elegante e bonita, com os seus cabelos soltos e segurando sua bolsa com a outra mão.

    [Nome] tirou a chave da fechadura e encostou a porta trancando novamente, quando ela se virou finalmente viu Chuuya sentado no sofá observando sua entrada.

—Oi Chuuya! - ela disse. Sempre que via o ruivo, [Nome] abria um sorriso que ele nunca achou que poderia receber de alguém tão delicada e gentil. Ela foi entrando mais na casa, deixando a bolsa dela pendurada num cabideiro que tinha ali perto da entrada. - Tudo bem? - ela perguntou, já tirando sua bota. Ela não era tão menor que ele, mas como gostava tanto de saltos costumava ficar um pouco mais alta.

—Tudo. Tá muito frio é? Esse seu sobretudo é quente pra caralho.

    Eles já moravam juntos há um tempo, sabia que aquele sobretudo era uma armadura dela contra o frio que fazia. Ela riu do comentário dele sobre sua peça de roupa e concordou, ficando de meias no chão que já estava até bem quentinho graças ao aquecedor - já estava ligado graças ao Chuuya. Ele sabia como [Nome] era friorenta, mesmo que ele não estivesse sentindo tanto frio ligou por ela. Ela caminhou para mais perto enquanto desabotoava os botões grandes e pretos do seu sobretudo.

—Muito frio! Hoje lá na loja as pessoas entravam se tremendo, ainda mais com a chuva fina que ficou o dia todo. - ela ia dizendo, desabotoando e tirando o sobretudo sendo muito bem observada por Chuuya, querendo ver o corpo que ele tanto admirava que estava escondido pelo sobretudo. Ela estava usando uma blusa preta de manga comprida e sua calça era cintura alta. Ele as vezes se incomodava em como aquelas calças que ela gostava eram tão altas assim, mas não discordaria de como ela ficava bonita. [Nome] foi colocar seu sobretudo no cabideiro antes de ir até o sofá para se sentar com ele.

—Chuva eu acho bem pior que frio. - ele disse, chuva era sempre um saco, atrapalhando o trânsito e pegando de surpresa as pessoas como ele que não andava com um guarda-chuva sempre, pois ele não ia ficar andando com um pra cima e pra baixo. [Nome] então chegou no sofá e se sentou ao lado dele reparando que, do outro lado, tinham as peças de roupa que ele sempre usava.

—Mas o barulho da chuva é gostoso. - ela comentou, sorrindo de lado. Adorava dormir com Chuuya e o barulho da chuva sempre deixava tudo mais aconchegante. Logo então o ruivo percebeu que ela se virou mais para ele, parecendo mais agitada - Tenho um negócio pra te contar sobre o trabalho! - aquela frase já fazia Chuuya pensar "Que merda!". Não era a melhor pessoa para ouvir nem comentar sobre esse tipo de problema, afinal, os problemas dele ele resolvia com um chute, uma ordem ou coisa parecida. Ela não ligou muito para a cara dele de não estar nem aí e começou a falar: - Lembra daquela minha colega de trabalho, a Akane? Então, ela fez mais uma burrada hoje...

—Cacete, porque você só não fala disso pra sua chefe? - Chuuya interrompeu. Ele já sabia muito bem quem era essa tal de Akane das outras vezes que [Nome] falou dessa criatura. Ele mesmo já estava quase indo dar um jeito nessa pessoa, mas [Nome] não pareceu muito contente com ele falando daquele jeito meio grosseiro - Você é a gerente e não é possível que sua chefe seja cega ou burra a ponto de não ter percebido que já tá na hora de fazer alguma coisa! Parece que não quer resolver o problema, eu em! - ele falou meio irritado. Já estava de saco cheio de toda vez ter alguma coisa nova pra falar e reclamar dessa tal mulher que parecia ser uma idiota. Se fosse ele já teria mandado embora.