One shots - Bungou Stray Dogs

Um Livro em Comum - Edgar Allan Poe

Hello!! Finalmente uma com o Poe, queria fazer muito com ele! Espero que vocês gostem de ler, agradecer ao _Imaginesland_ por me ajudar a postar essa história! Brigada e boa leitura!! 

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    Edgar Allan Poe entrava na livraria como sempre. A postura para dentro, sem olhar nos olhos de ninguém, apenas seguindo o caminho para a bancada da biblioteca, com a intenção de devolver os livros que já tinha lido. Viver no Japão, na agência, estava sendo uma experiência bem diferente, e aquilo o deixava nervoso. Mas uma biblioteca era sempre uma biblioteca, independente de onde fosse. A única diferença era a língua em que os livros estavam escritos, mas não era algo tão complicado para Poe.

    A bibliotecária, como sempre, muito gentil e respeitosa. Já conhecia aquele leitor que sempre vinha e toda a sua questão com timidez, então só pegava os livros e o deixava livre para ler o que mais quisesse, sem ficar puxando muita conversa ou coisa desse tipo. Ele pode nunca ter agradecido verbalmente, mas ficava muito aliviado dela nunca ter invadido seu espaço.

    Naquele dia, estava afim de se aventurar em algum livro de mistério envolvendo uma coisa mais realista. Talvez tivesse alguma dica do que ele poderia fazer em seu novo romance para, enfim, superar Ranpo. Mesmo que, agora, pensasse sobre a possível morte que seu amigo enfrentaria caso ele o superasse. Mas não podia deixar de tentar. Prometeu que o iria superar, passou seis anos em seu plano e falhou. Precisava melhorar, ficar mais afiado.

    Foi para a sessão de mistério, uma que já era bem conhecida por ele, mas sempre tinha alguma coisa nova. Passou o olho atento, lendo os nomes e procurando algum que fosse alguma novidade. Até que chegou, encontrou um livro roxo com detalhes dourados, bem grosso. Levantou a mão devagar, admirando a lombada toda cheia de detalhes. Porém, antes que conseguisse chegar ao livro, uma mão apareceu e foi mais rápida, tirando o livro da prateleira.

— Aqui deve ter vários contos... Legal, legal... — disse uma voz feminina ao lado dele, tão distraída que nem reparou na presença dele.

    Ela só notou quando virou-se para a área que tinha as mesas, vendo um homem alto e de sobretudo com a mão estendida bem próxima ao buraco que ficou na prateleira quando tirou o livro. Fez uma expressão meio assustada pois, de fato, não tinha notado sua presença, e analisou melhor a situação em silêncio. Quando percebeu o que poderia ter acontecido ela riu.

— Oh, me desculpe! Eu não notei você aí, estava tão distraída! — respondeu, divertindo-se com a situação. Logo estendeu o livro para ele. — Você queria? Pode pegar!

— N-não... Não queria... P-pode ficar, eu p-pego outro...

    Sem nem olhar para a prateleira, Poe pegou qualquer livro, abraçou-o e virou de costas para a mulher, andando o mais rápido que conseguia sem chamar atenção das pessoas. Desviava da maneira que dava, meio desengonçado pelo nervoso, mas finalmente chegou em uma mesa que só tinha dois lugares. Sentou-se e suspirou de alívio, finalmente analisando melhor o livro que pegou. A capa era negra com detalhes brancos, como se alguém tivesse espirrado tinta, dando a impressão de estrelas. Um martelo bem detalhado e... Mitologia Nórdica?

    Poe não era o maior entusiasta de mitologias. O que aquele livro estava fazendo na área de mistérios? Alguém deveria ter colocado ali sem querer. Pensou em levantar-se e devolver, pegar algum outro. Mas e se encontrasse a moça novamente? Ela iria querer lhe entregar o livro, e ele não queria que soubesse que tinha pegado o livro errado. O jeito era sentar e ler um pouco, ver o que achava.

    Sem saber o que esperar daquela leitura, abriu o livro para começar, se distraindo completamente do mundo ao seu redor.

    Quem chegava na área das mesas era a moça do corredor. Com uma mochila nas costas e três livros em mãos, procurava um lugar para sentar-se. Enquanto olhava ao redor, pôde ver o homem que, provavelmente, queria o mesmo livro que ela. Sorriu de lado, tinha um jeito que parecia ser bem tímido, então resolveu ajudar. Caminhou até próximo a mesa, parando de frente para ele.