One shots - Bungou Stray Dogs

Kunikida Doppo - Feliz Aniversário

    Era um dia especial para Kunikida e para todos da agência. Mesmo no próprio aniversário Kunikida não deixava de ir ao trabalho, chegar cedo como ele sempre chegava, dedicado a fazer sempre o seu melhor como um detetive armado. Para Kunikida a data em questão não era a coisa mais importante como algumas pessoas poderiam achar, claro que ele gostava de uma comemoração, quem não gosta? Mas algo simples e sem grandes coisas. Porém não adiantava dizer isso para o pessoal da agência, que sempre faziam uma festa cheia de comida e brincadeiras, ele já até esperava e já tinha desistido de pedir para eles fazerem algo mais simples.

    Ainda era de manhã, Kenji já tinha ido falar com ele, desejar o tão famigerado "Feliz aniversário" com o jeito dele inocente e cativante de sempre. Kunikida agradeceu e recebeu de presente um vaso com uma plantinha, sabia como ele gostava de plantas e ainda veio do interior, era um dos presentes óbvio que ele gostaria de dar para alguém. Fukuzawa também foi até ele para lhe dar os parabéns, ele era um homem de poucas palavras mas dava para enteder bem tudo que ele gostaria de dizer. Então estendeu ao Kunikida uma caixinha retangular que, quando ele abriu, viu um relógio muito bonito prata, o rapaz não queria que ficassem gastando dinheiro com ele para dar presentes daquele tipo, mas agradeceu ao Fukuzawa, sabia que o presidente não aceitaria o que ele poderia falar.

    Então Fukuzawa foi embora, Tanizaki já tinha falado para ele que faria um almoço caprichado, cheio de doces como todos gostavam. A manhã toda ele ficaria na cozinha, Naomi deveria estar com ele ajudando. Ele ajeitou os óculos, tirando o caderno de ideais do bolso e indo para sua cadeira de sempre, o notebook estava fechado e ele foi conferir no seu caderno se tinha alguma coisa além do habitual para ele fazer. Foi então que um envelope vermelho caiu sobre seu colo, que fez Kunikida fazer uma cara de sério, parecendo preocupado. Se ele próprio tivesse colocado aquele envelope ali ele teria se lembrado, não esquecia de nada que tinha relação com seu caderno. Ele fechou o caderno deixando ele sobre o notebook, estava curioso para saber o que tinha ali, qual era o conteúdo da carta.

    Ele pegou o envelope e virou, lendo então o remetente e ele arregalou os olhos em surpresa. Mas um sorriso se abriu, um sorriso contido como ele sempre dava, agora fazia sentido. Aquela carta foi [Nome] que escreveu, estava explicado como que conseguiram colocar a carta no caderno dele. Ele não ia esperar para ler aquela carta, abrindo então o envelope vermelho e grossinho, tirando de lá o papel de carta. Estava dobrado em três partes, como em uma carta formal e só de passar o olho pode reconhecer a caligrafia caprichada de sua companheira.

    Então se lembrou de como foi a manhã. Ele acordou e ela não estava ao seu lado, o que ele estranhou, ficando já preocupado, será que ela não estava bem? Kunikida se virou para a escrivaninha que ficava ao seu lado para pegar os óculos, colocando no rosto e se sentando na cama. Ele olhou para porta e viu [Nome] com um sorriso no rosto, uma bandeja em mãos cheia de coisas de café da manhã. Tinha bolo, um croissant, suco, geleia, manteiga, torradas, até um vasinho pequeno de vidro com uma florzinha tinha. Ela chegou mais para perto da cama, se sentando ao lado do loiro e colocando a bandeja na cama entre eles, deu um beijinho na bochecha dele e desejou feliz aniversário. Kunikida estava meio impressionado pois não esperava receber um café na cama tão caprichado. Estava com um sorriso meio sem graça, se virou para olha-la e deu um beijo em sua testa, agradecendo a surpresa e como ela era atenciosa com ele.

    Aquele café na cama com certeza deixou ele bem mais animado para o próprio aniversário e para o restante do dia. Ele tinha um sorriso meio bobo só da lembrança deles comendo juntos na cama, se abraçando e conversando, ela até perguntou se ele poderia ficar em casa mas ele disse que não, que ele precisava ir. Kunikida sempre achou que demoraria muito tempo até encontrar alguém que ele sentisse que era perfeita para ele, a pessoa ideal, mas não foi bem assim. [Nome] apareceu sem aviso prévio na sua vida, de uma hora para outra, sem ele nem perceber estava pensando nela, querendo o bem dela e estar junto. Foi quase como amor a primeira vista, e para ele isso era até... Estranho. Tantos ideais, tantas anotações que ele fez sobre o amor e todos os sentimentos que estariam em seu coração, os pensamentos, nas suas estimativas demoraria meses, talvez mais, até se apaixonar completamente por alguém. Mas parece que nem sempre as coisas do coração saem como a gente planejou e Kunikida não poderia estar mais feliz com isso.