É, acho que "Lizzy Villa-Lobos" não soa tão ruim

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Lizzy

— Parece que essa viagem no tempo acabou sendo ótima pra vocês, hein?

— Acredita nisso? — Freddie riu com a cabeça no meu colo. — Eu contei sobre não querer ser músico, meu irmão abriu o jogo sobre ser gay...

— Parece que é mais fácil conversar com eles sendo da mesma idade, né?

— Sim. Acabou tirando esse peso dos nossos ombros.

Hoje eles não tinham aula, então eu e Freddie resolvemos sair, em meio aos protestos do meu pai e o apoio de tio Heitor. Nos arrumamos e fomos para o parque. Além disso, Eddie tinha saído com tio Lud e tio Bob, tio Heitor e tia Layla tinham ido num encontro e meu pai disse que tinha que "fazer uma coisa", o que eu suspeitava que tivesse a ver com a profecia.

— Acha que meu pai vai falar pra eles sobre a profecia?

— Não sei. — ele respondeu, pensativo. — Será que a gente devia se preocupar? Porque se não foi a gente que contou, talvez não tenha problema.

— E a gente não sabe quando eles descobriram, então não dá pra saber se isso devia acontecer.

— Ser um Villa-Lobos é mais complicado do que eu pensei.

— O peso de ser membro da família mais doida do Underground. — dei risada.

— Se prepara, daqui um tempo vai ser você.

Fiquei um pouco chocada com isso. Eu amo o Freddie, mas nunca cheguei a pensar em casamento. Na verdade, eu mal penso no futuro em si.

— Hã... desculpa, eu só pensei alto, Lizzy... — ele começou, parecendo magoado.

— Não é isso, Freddie. — comecei, colocando a mão no peito dele. — Eu te amo, só acho muito fofo que você já esteja pensando em casamento.

— Eu sei, tô sendo meio apressado. Acho que herdei isso do meu pai.

— Vamo com calma, Ok?

— Ok, então.

Deslizei a mão até a barriga dele, voltando para o peito. Eu adorava fazer isso por causa da reação do Freddie, porque ele fica vermelho igual o tio Heitor, com o coração acelerado.

— Você gosta de me provocar, hein?

— Adoro.

Ele se sentou de frente para mim, com as mãos nas minhas pernas.

— Isso não vai ficar assim, não. — ele riu antes de me beijar.


Fomos embora quando já estava quase escurecendo, indo comer pizza na casa do tio Lud. Quando chegamos, só ele, tio Bob e Eddie já estavam lá.

— Cadê todo mundo? — perguntou Freddie.

— A gente não sabe onde o Heitor e a Layla se enfiaram, mas às vezes eu prefiro nem saber. — disse tio Lud.

— O James falou que ia na biblioteca estudar pra prova, porque ele tá quase bombando em história.

Eu sabia. Puxei Freddie até um canto.

— Freddie, meu pai nunca foi ruim em história.

— Ele tá investigando.

— Será que não é melhor falar com ele?

— Fala, galera. — meu pai cumprimentou, entrando sem bater. — Eu fui o último?

— Não, falta a Layla e o Heitor.

— Se a Layla se atrasou, a gente já sabe que é suspeito. — tio Lud brincou.

— Gente, tem como não fazer essas piadas com a gente por perto? — riu Eddie.

— É, eu prefiro não saber detalhes da vida pessoal dos meus pais.

— Falando nisso, onde foi que vocês se enfiaram hoje? — é claro que ele ia perguntar isso.

Cheguei perto dele e sussurrei:

— Posso te perguntar a mesma coisa.

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