1- Esbarro em uma estranha conhecida

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Oi galera!
Eu estou na dúvida se vale mais a pena escrever capítulos menores e postar com mais frequência ou capítulos menores com menos frequência...
Se alguém tiver alguma preferência, escrevam aí nos comentários.

Eu estou com uma capa decente agora!! Quem fez essa capa linda pra mim foi a nowuqueen (obrigada de novo, inclusive), ela tem talento para essas coisas



Eu poderia começar de novo.
     Uma nova chance, uma nova eu em um lugar onde ninguém me conhecia.
     Respirei fundo quando senti que meu coração bater mais rápido.
     Eu poderia ter experiências novas, conhecer pessoas novas.
      Quer dizer, eu poderia fazer tudo aquilo se eu achasse a merda do portão C64!
      Eu estava começando a desistir de usar o mapa online do aeroporto, ele não estava me ajudando em nada já era a terceira vez que eu passava pela porra daquele Duty Free.
Talvez fosse melhor perguntar para alguém e correr o risco de essa pessoa me achar uma idiota incapaz de achar um portão do que perder o meu voo.
Não era sempre que eu poderia conseguir uma chance de estudar em outro país por um ano, não é mesmo?
Eu estava ansiosa, claro, e preocupada. Bem preocupada.
Eu passaria um ano em outro país em um internato sem conhecer ninguém. Se eu não fizesse amizades, eu passaria um ano excluída a treze horas de avião de todos que eu conhecia.
        Não que eu já não fosse excluída aonde eu morava, mas eu não queria ser em um lugar novo. Isso só provaria que o problema está em mim e não nas outras pessoas.
- Tudo vai dar certo- eu murmurei para mim mesma para me deixar mais calma. Não funcionou muito bem.
Eu respirei fundo e decidi que eu perguntaria para a primeira pessoa que eu visse para onde eu deveria ir antes que eu perdesse a mínima coragem que eu tinha acabado de criar.
Alguém estava passando na direção contrária a minha, com a cabeça abaixada enquanto procurava apressadamente algo em uma mochila preta apoiada na dobra do braço.
- Com licença- eu perguntei, entrando na frente da pessoa- você sabe onde fica o portão C64?
Talvez ter entrado na frente dela não tenha sido a melhor ideia. A pessoa, depois que eu quase atropelei ela, tentou se afastar afobadamente e quase caiu no processo.
- Ai meu deus, me desculpa- eu falei, ficando imediatamente sem reação. Era por isso que eu evitava interações sociais.
- Eu que tenho que me desculpar- ela disse depois de se abaixar e pegar a mochila, que tinha caído no chão com a sua tentativa de se equilibrar- eu deveria olhar para onde estou indo.
Eu senti que a voz era familiar, mas eu não percebi nada. Não até seus olhos encontrarem os meus, em uma expressão de choque, que rapidamente mudou para algo mais melancólico.
Alessa.
Nós não nos víamos a mais de um ano. Ela estava diferente agora, eu quase não a reconheci com o novo corte de cabelo, que estava curto o bastante para ver a sua nuca e tinha as laterais raspadas. Suas roupas continuavam pretas, como sempre, e ela tinha um delineado perfeito feito nos olhos castanho-claros.
Assim que eu a reconheci, eu fiz o que qualquer pessoa na minha situação faria: virei de costas e saí andando o mais rápido que eu pude sem correr.
Na minha defesa, eu entrei em pânico! O que mais eu poderia ter feito? Falar "Oi Alessa, o que você fez nesse último ano desde que eu comecei a te evitar?" não me pareceu uma boa ideia.
Eu ouvi ela chamar o meu nome algumas vezes e pedir para eu esperar, mas eu ainda estava no meu "modo pânico" e continuei andando.
No meu caminho, eu notei um segurança parado ao lado de uma loja e eu percebi que seria muito mais inteligente da minha parte perguntar para alguém que trabalhava no aeroporto do que para pessoas aleatórias na minha frente (que poderiam não ser tão aleatórias assim).
Eu fui até ele e descobri que o portão para o qual eu precisava ir ficava para o lado onde estava Alessa. Que ótimo.
Segui tensa naquela direção, mas quando eu passei passei por onde nós estávamos, ela não estava mais lá. Eu não sabia se eu me sentia triste ou aliviada por isso.
       Não consegui deixar de me perguntar para onde ela estaria indo, se ela estava bem, como ela estava sem mim. Não que eu precisasse saber de nada disso. Eu que me afastei, foi uma escolha minha, Alessa não me devia respostas.

Não dormi direito no avião, mas eu acho que quase ninguém consegue fazer isso. Eu passei a maior parte do voo escutando música, vendo séries e tentando não pensar no que teria acontecido se eu não tivesse a evitado.
     De qualquer forma, não importava. O nosso encontro tinha sido apenas uma coincidência, isso provavelmente não aconteceria outra vez.
     Eu nunca mais a veria de novo.

 Milhões de EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora