Estava frio,
A noite caía como uma nota aguda na mão de um compositor.
Eu estava deitada, defronte a estatueta de vidro que me deste,
tão sublime e calma.
Será que a estatueta sobreviveria aos ventos fortes que ressoavam
na janela?
Será que eu, embora já entre os cobertores, me levantaria
e salvaria a estatueta?
Apesar de frágil,
tu colocaste na ponta,
Na beira do abismo, imóvel.
Apenas um baque,
E somente o caos dos cacos ao chão de madeira poderiam contar a história de uma estatueta que já estivera ali.
Se me faltasse segundos,
se tivesse minutos
Ela estaria ao meu lado, aquecida
Graças a frequência
cardíaca acelerada
De um coração que embora aberto estava vazio
Quando me dei conta,
estava aos prantos
A estatueta havia se desfeito.
E como um alivio repentino, percebiTu se desfizeste com ela.
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Eu, por outro eu
PoetryMudanças. É isso que se espera a cada capítulo de "Eu, por outro eu". O amor, a velhice, a dor, perseguição, todos depositados em um só local, prontos para serem devorados. E para o meu eu do futuro, que ele olhe os poemas passados e relembre os sen...