Eu sou velho, eu nasci velho
Eu era velho nas brincadeiras
Nas baladas, nos discos
Era velho aos domingos
Nas matinês
E nos programas de "tevê"
Não me descia gota de juventude
Pois eu era velho
Quando o cigarro era descolado
E as moças o puro "grude"
Era velho quando a proposta
Era anterior ao amor, a dor
Era aberto para o desconhecido
E ainda assim, era velho
Quando criança, não havia brincadeiras
"Sem tempo para palhaçadas"
Dizia meu velho,
que me criou como um
Se eu era velho enquanto bebê?
Era um velho enrugado,
pronto para nascer
Velho de conhecimento,
velho demais para absorver.
Vivi, revivi, reli, e me descobri hoje
jovem, não jovem de corpo,
Jovem de alma.
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Eu, por outro eu
PoetryMudanças. É isso que se espera a cada capítulo de "Eu, por outro eu". O amor, a velhice, a dor, perseguição, todos depositados em um só local, prontos para serem devorados. E para o meu eu do futuro, que ele olhe os poemas passados e relembre os sen...