A hora da mudança na vida de Lídia esta prestes a chegar.
Ela que saiu do interior de Minas para ir fazer faculdade em São Paulo, vai ter que lidar com muitas provocações, tanto dos colegas de classe, quanto do seu primo.
Saio de casa sem rumo, só percebo onde estou quando estaciono em frente a casa de Heitor, meu amigo de infância, desço da moto e bato na porta.
- Quem é?
- Satanás - respondo e ele abre.
- Ta fazendo o que aqui praga? - ele pergunta me dando passagem pra entrar.
Vou direto para o pequeno bar que ele tinha na sala e me sirvo de uma dose de wisk.
- Se ja chegou bebendo, alguma coisa aconteceu, manda a bomba - ele diz ao se jogar no sofa.
- Meu pai agora acha que la em casa virou abrigo pra sem teto - me sento enquanto viro todo o wisk na boca.
- O que ele fez? Resolveu abrigar cachorro de rua?
Nego com a cabeça.
- Uma cadela, da roça ainda, honestamente, de caipira la em casa ja basta ele né.
- E como essa menina é? - ele pergunta erguendo a sobrancelha.
- Sem noção, dinheiro a família dela tem, porque não compra uma casa?
- Ela saiu da roça por que?
- Faculdade eu acho, não prestei muita atenção.
- Sabe o que eu acho, que você precisa relaxar.
- Tu tem algum ai?
- Ta louco? Não uso essas merdas desde a adolescência. Relaxar não quer dizer fumar, levanta a bunda dai e vamos dá um tolê.
Ele pega a camisa que estava no braço do sofá, o capacete e vamos cada um para sua moto.
- Vamos pra onde?
- So segue o mestre muleque.
Ele diz e acelera, eu acelero atrás. Rodamos por quase meia hora ate chegar em um pequeno vale, ele começa a entrar com a moto pelas árvores e vou atrás, paramos frente a um grande portão de grade, um homem que estava ali se aproxima.
- Fala ai Heitor, quanto tempo cara - os dois fazem um toque com as mãos.
- Como você tá Cesar?
- Tamo na luta, mas e ai, quem é a mocinha ai atrás?
- Um grande amigo, vim trazer ele pra desestresar.
- Justo, aproveitem - ele diz se afastando e manda abrir o portão.
Andamos, devagar e lado a lado, aproveito a oprtunidade para abrir a viseira e perguntar:
- Que porra de lugar é esse?
- Ainda se lembra como se corre?
- Nasci com o manual embutido.
Paramos as motos próximas a outras, vejo varias pessoas sentadas em uma espécie de arquibancada improvisada, não demora para eu ouvir o som da largada e começara pilotar, o percurso era fácil, mas exigia habilidade, quanto tempo que não me sentia assim, ali eu estava sendo livre, aquela sensação era tão boa que ao menos percebi que havia chegado ao final, em primeiro lugar, segui assim por mais um tempo, ao todo quatro corridas, todas em primeiro, depois disso Heitor me apresentou para alguns amigos. Olhei as horas e vi que passava das duas, me aproximei de Heitor e disse:
-Cara, vou vazar.
- Ta cedo ainda, fica mais um pouco.
- Tenho algumas coisas da empresa pra revisar amanhã, tu sabe como sou com o trabalho - digo e ele concorda
- Então a gente se vê amanha de noite.
- Ta programando o que?
- Como assim? Amanhã é o aniversário da minha irmã porra, minha mãe disse ue tinha ligado pra sua.
- Se ligou dona Rosalinda esqueceu de avisar, a Miranda vai querer matar ela.
- O pior tu não sabe, a Lara quis festa a fantasia, quero só ver o que vocês vão arrumar, so entra a caráter.
- Eu me viro, ja a Miranda - digo e começo a rir - fui irmão.
Sigo com calma aproveitando o percurso ate em casa, era quase três da manhã quando cheguei, estacionei a moto e tirei o capacete, entrei em casa e jogue índice a jaqueta de couro no sofá da sala, vejo um reflexo de luz vindo da cozinha e vou ver quem é, ao chegar lá me deparo com uma sena inesperada.
- Mas não é que a caipira é gostosinha Brasil?! - digo escorado na bancada.
Ela estava bebendo um copo de água vestindo apenas uma calcinha preta e uma camisa masculina bem velha, provavelmente do pai dela.
Ela poe o copo na pia e se vira para mim, é a primeira vez que a olho, o cabelo casranho estava em um coque bagunçado, seus olhos eram castanhos e a boca bem desenhada, ela era ate bonita.
- Da pra arreda pé do meu caminho, cadiquê tô querendo passar - ela diz com p sotaque carregado e eu me afasto.
De que adianta ser bonita e ser uma caipira, e o que penso antes de ir tomar banho para dormir.
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Heitor Camargo, paulista, 25 anos, modelo e melhor amigo de Alex
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Mais um concluído, se tudo der certo vou postar os dez primeiros, um por dia.
