Pensamentos de momento.

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Sei que minhas palavras são apenas impulsos,

os quais me atormentam e carregam-me pelos pulsos,

nos ares metálicos das noites uniformes de Curitiba,

ou nas brechas inópias de uma mente pensativa.


Seja qual for o fio do destino a mim reservado,

é tecido em partes sob um molde que já foi utilizado,

talvez para compor a bela tapeçaria da mortalidade,

que se estende nesta mesa preenchida por ambiguidade.


Mas nada nesta vida se resume pela aparência,

por fora aguardam elogios, por dentro penitência,

e sei que não mereço reverências de nenhuma maneira,

a gratidão é rara, enquanto a morte é corriqueira.


Desde então estes impulsos me movimentam,

sei que não são paixões como os outros pensam,

apenas instintos que moldam a espécie que pertenço,

e se manifestam outrora amenos, alhures intensos.


Entretanto, neste corpo em que habito,

não há controle em sua totalidade, apenas estrito,

acredito que é o preço que pagamos por viver,

a liberdade ser uma ilusão que insistimos crer.



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