Richard Tozier & Eduard Kaspbrak (parte 2)

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Richie entrou no quarto e suspirou ao ver Eddie do mesmo jeito de sempre: deitado naquela cama, ligado a várias máquinas que o faziam ficar vivo e dormindo, sempre dormindo e pelo menos não morto. Mas Richie queria que ele acordasse, seu marido fazia falta.
Ele caminhou sem pressa até uma cadeira e a puxou para que pudesse se sentar perto de Eddie.

— Oi, amor — ele deixou a flor sobre a mesa, estava cheia delas, Richie sempre trazia uma todos os dias. E cada flor era diferente, já que Eddie não tinha uma favorita. — Eu trouxe flores como sempre, espero que goste.

Silêncio. Tudo ficou em silêncio. A única coisa que se podia ouvir era os batimentos do coração de Eddie por causa de uma das máquinas.

— Eu vou passar a noite aqui, de novo — ele segurou na mão do marido, fazendo as alianças dos dois roçarem uma nas outras. — Sinto a sua falta.

Richie retirou o óculo do rosto. Ele ia começar a chorar de novo, mas alguém entrou na sala o impedindo.
Colocou o óculo de volta no rosto e olhou para a enfermeira de cabelos loiros e o médico que já era um pouco velho, assim como ele.

— Senhor Tozier — o doutor disse. — Precisamos conversa sobre seu marido.

Foi quase difícil para ele falar a última palavra, porque os anos se passaram mas parece que Darry continua a mesma. Na cidade aonde estava morando com Eddie antes de tudo acontecer ninguém se importavam se eram gays. Richie até tentou transferir o corpo de Eddie para o hospital de lá mas o caso dele era tão grave que não seria seguro e Richie nunca iria arriscar perder o marido.

— Aconteceu alguma coisa, doutor?

— Talvez a gente tenha que desligar os aparelhos de Eddie se ele não voltar.

— O que? — ele quase gaguejou. — Vocês não podem fazer isso!

— Senhor Tozier — o médico suspirou. — Tente entender, o hospital de Darry é muito pequeno e o seu marido já está à um ano nesse estado. Ele não acorda. Vai morrer de qualquer jeito.

Richie ficou pasmo. Como eles poderiam falar coisas como aquelas?

— Ele não vai morrer! — gritou. — Não vai!

— Senhor Tozier, precisamos que se acalme.

— Me acalmar? — Richie sentiu vontade de socar a cara daquele homem por um momento. — É o meu marido ali! Não podem me falar para ficar calmo!

— Senhor Tozier. — a enfermeira tentou dessa vez mas ele não queria ouvir.
Sendo assim, os dois saíram do quarto e falaram que voltariam mais tarde.
Quando eles bateram a porta e deixaram Richie sozinho ele caiu no choro. Voltou para a cadeira e segurou firme na mão de Eddie.

— Nunca deveríamos ter voltado para Darry — disse. — Pode ser egoísta, porque outras pessoas morreriam para aquele palhaço maldito mas eu... eu sinto a sua falta, Eddie.

Richie continuou a chorar e chorou até acabar adormecendo ali mesmo.

* * *

Richie vomitou tudo o que tinha para vomitar.

— Senhor Tozier?

Ele olhou de relance e viu o homem que estava fazendo com que não acontecesse nada de ruim para o show de comédia. Richie tinha esquecido seu nome.

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