Capítulo 7 - Acordo

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Sinto o embate do meu corpo de lado no chão, e a minha cabeça dói. Viro-me e fico deitada de costas no chão, coloco as duas mãos sobre a cara, e percebo o quão suada eu estou, inspiro e expirou profundamente, sinto-me completamente estranha, com um aperto no coração tão forte e profundo, que acabo soltando um suspiro profundamente e me levanto até estar sentada.

Eu: - O que se passa comigo? - digo a mim mesma, finalmente abrindo os olhos, sem entender o porquê desse meu estado, pelos vistos dormir sentada encostada de bruços na mesa não havia sido uma boa ideia.

"...mataram a sua mãe e os seus irmãos..." - lembro me dessas palavras e num sobressalto, levanto-me estando de pé.

Eu: - NÃO!! - falo com a voz mais elevada. Olho onde estou e vejo que é o porão onde eu estava, nada havia mudado, excepto a bandeja de comida que já lá não estava. "Devem ter tirado na madrugada porque eu não ouvi nada e...", " Foco Aline. O ponto é que, tudo aquilo foi um sonho", debati comigo mesma em pensamentos.

Eu: - Mas... Não consigo lembrar-me de mais nada. - respiro, fecho os olhos e tento ao máximo concentra-se para recordar o sonho que tive a minutos e... Nada.
Comecei andando de um lado para o outro, aquela situação estava começando a me deixar nervosa, e eu não sabia o que fazer, além de permitir que vários pensamentos invadissem a minha mente.
"Não é possível, eu tenho que lembrar... Aquela frase... E se for aquele tipo de sonho revelador e me revelaram que eles estão mortos?"
"Não, não pode ser esse não. Tenha pensamento positivo e tenta denovo, vai"
"Minha família morta, eu não aguentarei isso , meu Deus."
" Já está pensando neles mortos? Tenha fé e esperança moça."

Fui até a cadeira onde dantes eu caí e me sentei, tentava respirar de maneira calma para poder me acalmar, até que fechei os olhos e me concentrei novamente e dessa vez... dessa vez eu pude ver como se fosse em flashback.

"...traiu a sua família ..." - lembrar essa cena me trouxe á tona os mesmos sentimentos que antes: uma enorme vontade de chorar e puro desprezo no olhar do meu pai.

Várias perguntas começaram a rondar á minha mente, aumentando a minha dor de cabeça. Apoio a minha cabeça com as mãos e os cotovelos na mesa. A minha boca está seca e sinto-me fraca, a 3 dias que estou trancafiada aqui e não aceitei a comida que me davam, se arrependimento matasse...
Fecho os olhos para dormir e aliviar as minhas dores, mas não consigo, estou muito inquieta e com muito a processar.
Volto ao sonho e poucas coisas começam a encaixar-se, comecei então analisando aquele sonho.
" Se ele me levou a ver o meu pai, significa que eu aceitei o acordo... Mas o meu pai dizia que foi uma traição, então eu não devo aceitar o acordo."
"Mas a tua família morreu por esse acordo"(no sonho)., pensei.

Eu: - Mas eles estavam o espancando e o esconderijo era deles... Nao faz o menor sentido.- disse por fim, pensar fazia minha cabeça doer mais, então resolvi conversar comigo mesma.

Eu: - O Ethan encontra o meu pai e lhe espanca querendo algo que ele quer? Não. Não faz sentido.
Talvez isso tudo foi só um sonho,sem nenhum significado.- disse.

Eu: - Tenho que falar com o Ethan. - Corro em direcção ás escadas, subo-as e bato intensivamente a porta, logo de seguida um dos capangas abre.

Eu: - Preciso falar com o seu chefe.

Capanga: - O chefe não está, ele...- não terminou pois eu fui logo cortando, estava com olheiras e olhos vermelhos como se tivesse acabado de acordar.

Eu: - Pra onde ele foi? O que ele foi fazer? Foi com o Arthur? - essas eram as únicas coisas que me importavam ao ouvir que o Ethan não estava.

Capanga: - E a esposinha quer a resposta em ordem alfabética? - disse colocando as duas mãos na frente em tom de deboche, eu só pude revirar os olhos.

Capanga: O patrão saiu pela madrugada ontem e ainda não voltou. - disse isso é logo em seguida abocejou.

Eu: - Afinal, que horas são?

Capanga: - São 6:23, madame. - novamente o deboche aí.

Eu: - Ahh. Eu pensei que fosse mais tarde.
- Quando ele voltar, por favor, me leva a falar com ele.

Capanga: - Era só isso? Posso ir agora?

Eu: - Sim.- ele estava fechando a porta quando lembrou-se de algo.

Capanga: - Poderei levar a sua refeição hoje?

Eu: - Não te dês ao trabalho, não vou comer mesmo.- disse dando de ombros e descendo as escadas, e atrás eu escutava a resposta dele.

Capanga: - Já imaginava, só queria confirmar. - dito isto, fechou a porta.

Termino de descer as escadas e sento-me na cadeira, ficar parada não ajudaria em nada e só me deixava mais nervosa ainda.Apoio-me de bruços na mesa e acabo adormecendo.

2 horas depois

Acordo com o som de carro do lado de fora da casa, esfrego os olhos e levanto-me para ver pela janela. Não dava para ver nada dali além da movimentação dos capangas que por lá passavam, pois se Ethan tivesse chegado, entraria através da porta principal é dali não dava pra ver, mas vi o capanga com quem falei mais cedo passando por lá, provavelmente vai fazer o que o pedi.
"Ele vai falar com o Ethan, acalme-se.", pensei enquanto um nó formava-se na minha garganta, pensar em vê-lo novamente criava algo diferente em mim e eu não gostava nem um pouco disso.
Saio da janela e sento-me no chão mesmo, com os pés cruzados como se estivesse fazendo yoga, aguardando por ele.
Uns cinco minutos depois, ouço o barulho na porta.
"Será que ele?... Mas tão já?"
Levantei-me depressa olhando sempre para a porta e, sim... Era ele que por lá descia, a passos firmes e certeiros que me deixavam meio nervosa. Estava sem o seu terno dessa vez, mas ainda assim, vestido formalmente, com calça cinza e uma camiseta preta de mangas cumpridas e gola alta, que mostrava de maneira súbtil e discreta os seus músculos. Difícil era não olhar aquele monumento, principalmente quando ele terminou de descer as escadas, encostou na mesa de frente a mim, cruzando os braços.

Ethan: - Disseram-me que querias falar comigo.- disse logo que encostou a mesa. Ouvir a voz grave e presente dele, foi... reconfortante.
Ficou um silêncio constrangedor até que ele subiu as sombrancelhas como se dissesse "Sim? O que quer?"

Eu: - Bom dia para o senhor também.- disse por fim, revirando os olhos. Ele abanou a cabeça em afirmativa de olhos fechados e ao abri-los, saiu de onde estava como se estivesse indo embora.

Eu: - Hey! Eu... Ainda não disse o porquê de ter lhe chamado.

Ethan: - Ao que parece, só querias o meu "Bom dia".- disse indo embora sem olhar pra trás.

Saí de onde estava para o seguir, até que parei porque senti tudo girar ao meu redor, tentei em vão chamar por ele e vejo tudo escuro por fim.

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Ariana Grande - Imagine


Olá minhas pessoas favoritaaaaas, espero que estejam bem. Aqui está mais um capítulo, espero que gostem.
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Não desistam de mim tão cedo meus queridos. 😅

Beijos açucarados!!! 😘😘

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