Capítulo 1 - Yendo al infierno

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Aline

Eu corri o mais longe que pude,sem sequer olhar pra trás e quando dei por mim,estava num beco sem saída, quer dizer, tinha uma porta no fim do beco, a minha única salvação.Não pensei duma vez, e empurrei vagarosamente a porta para entrar, fechando-a logo em seguida atrás de mim. Estando ainda na porta, pude perceber que dentro daquele lugar havia uma casa meio grande, mas debilitada, rodeada por árvores de coqueiro e outras que eu não soube distinguir, ela tinha uma característica de casa meio abandonada, pois estava acimentada somente. Adentrei aquele quintal na tentativa de encontrar outro caminho para sair daquele beco, entrei cuidadosamente, sem fazer barulho.
Ao adentrar no quintal da casa, foi tamanha a minha surpresa, pois só aí percebi que por dentro a casa parecia maior,e na verdade era.Ouvi algumas vozes no interior da mesma, o que me assustou, porque pensei que a estivesse abandonada.Corri para me esconder num dos coqueiros que tinha por ali, logo em seguida, notei alguns movimentos, mais de duas pessoas pelo que pude escutar. Continuei escondida, assustada, e quando pensei na possibilidade de fugir dali já tinha uma arma apontada bem na minha testa.

Capanga 1: -Quem é você e quem te mandou aqui?- falou tão rude, que eu fiquei mais nervosa ainda.

Eu: -O quê? Eu.... Não... Ninguém me mandou aqui.

Capanga 2: -Leva ela pra dentro antes que outra pessoa veja.-Dito isto,ele me segurou pelo braço e foi me arrastando para dentro da casa, eu me debatendo para que me soltasse.

Para a minha surpresa, a casa no seu interior, não condizia em nada com a aparência externa, por dentro,tinha uma sala bem estruturada apesar da meia desordem, tinha um sofá de veludo bem grande, onde no centro tinha uma mesa, e no sentido oposto á essa, tinha uma televisão, tudo isso estava por cima de um tapete escuro, combinando com o sofá, foi nesse sofá que o capanga me jogou, aí eu pude ver que do outro lado da sala, que seria a sala de jantar, tinha de tudo, menos o jantar servido lá. Tinha um conjunto de homens, que ao me verem sendo jogada no sofá,todos me olharam de um jeito que me deu tanta náusea, na sua maioria com cabelos mais compridos, e fumando charutos, com anéis e cordões de ouro, por cima da mesa tinha um conjunto de armas diversas que eles estavam a manusear, das mais curtas, até aquelas cumpridérrimas, sim eu não sei nada de armas.Tinha um curto e largo corredor no meio da sala que dava somente numa porta,portas tipo de escritórios, e do lado oposto á sala tinha um outro corredor, que tinha 3 portas,onde uma delas dava á outra parte traseira da casa, que eu não consegui ver.
O primeiro capanga que me apontou a arma, bateu numa das portas, e quando teve permissão adentrou, de lá só ouvi gritos e ao sair de lá, ele veio com outro homem, branco, cabelos loiros, na casa dos 20 e poucos acho, com olhos azuis? Não, são cinza, ou cinza azulados, Ahhh é difícil distinguir quando toda a minha vida só convívi com pessoas da mesma cor de olhos (olhos castanhos). Bom, o moço lá, estava com uma cara de poucos amigos.

Capanga 2: -Senhor Arthur, encontramos essa garota espiando a casa, diz que ninguém a mandou aqui, mas ela já viu muita coisa, o que faremos com ela?

Arthur: -Seus incompetentes!! Para quê que são pagos então? Como deixam alguém bisbilhotar uma casa, sendo que é difícil alcançar essa localização?
Não há nada que fazer, matem-na e deitem o corpo no rio Maputo.

Nesse instante meu coração gelou,mas não sei de onde tirei forças para falar.

Eu: -Por favor não me matem, eu não conheço ninguém aqui e não fui....

Arthur: -Quem te deu permissão para falar? – diz exasperado e todo avermelhado, se não fosse da minha vida que estávamos discutindo, eu até me riria do estado dele.

Eu: - Ah, perdão, mas é a minha vida que estão decidindo aí.

Arthur: - Mas que insolente...!

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