Circus of cards

Chapter Three

Os dias estavam passando rápido, quando Victor ofereceu o ingresso a Charles, o amigo logo aceitou.

Victor roubou mais alguns tecidos para sua irmã Elisa. Pela manhã e tarde, ela trabalhou nos vestidos encomendados por damas da classe alta.

Durante a madrugada, sua irmã trabalhou em fazer um vestido para si e roupas novas para seu irmão, Elisa era a que estava mais animada.

Victor passava o tempo pensando em uma desculpa para distrair seu pai, mas já tinha uma em mente.

A tarde do dia 7 de fevereiro chegou antes do que eles esperavam. Elisa foi a primeira a se trocar, a garota colocou o vestido longo azul claro, nas mangas possuía um babado branco, apertado na cintura e o decote quadrado.

Seus cabelos castanhos foram meio presos e o resto deixado solto, ela colocou um salto baixo gasto que não apareceria por baixo do vestido.

Elisa beliscou sua bochecha e mordeu seus lábios para ambos atingirem um tom rosado. Se olhando no espelho, ela até parecia uma filha de uma família rica.

O irmão apareceu na porta do quarto com um colar de pérolas, Elisa se virou e sorriu para o irmão.

- Você daria um chilique se não tivesse nenhuma joia.- Victor diz entregando o colar nas mãos da irmã.- Você está aceitável.

A irmã bateu no braço do irmão e colocou o colar envolta do seu pescoço.

Victor voltou para seu quarto, onde tomou um banho gelado para tirar a sujeira da rua.

Depois colocou as roupas feitas pela irmã, uma blusa branca de manga, um colete preto, calça pretas novas.

Victor colocou as botas marrons que sempre usava, agora elas estavam mais limpas. Foi para frente do espelho bagunçando um pouco os cabelos.

O garoto era um dos mais bonitos da cidade, muitas já pediram para passar noites em seus lençóis, mas Victor não conseguia ter tantas chances no amor.

Apenas amou uma garota, Charity, mas quando ela descobriu que ele era pobre, deu-lhe um pé na bunda e partiu seu coração.

Victor pegou o sobretudo azul escuro e o colocou, passou a mão tirando uma poeira invisível, pegou os ingressos no criado mudo, guardando-os no bolso e saiu do quarto.

- Você parece um cavalheiro.- a irmã lhe provocou quando o garoto apareceu no corredor.

Victor ia bagunçar os cabelos arrumados da irmã, mas Elisa foi mais rápida desviando e lançando um olhar de raiva para o irmão.

- Vamos, Charles já deve estar nos esperando.- Victor foi seguido por Elisa até a porta de sua casa.

No sofá que seu pai sempre se sentava, Victor deixou uma carta explicando que eles iriam para a casa de Charles está noite.

O senhor Jones nem deveria ler a carta, apenas a ignoraria.

Os dois irmãos andaram pela rua recebendo olhares de seus vizinhos, mas no final dela estava Charles em uma carruagem.

- A onde você conseguiu essa carruagem?- Victor foi o primeiro a falar entrando na carruagem.

- Consegui convencer um amigo do meu pai, eu inventei uma desculpa para ele.- Charles terminou de falar assim que Elisa se sentou na poltrona vinho acolchoada, fechando a porta logo em seguida.- Lisa...você..você está linda.

- Obrigada Charles.- Elisa diz corando de leve e abaixando o rosto, suas mãos se juntaram no seu colo.

Charles bateu na parede avisando para o cocheiro, a carruagem começou a se movimentar. Os três pegaram a estrada para Sandfiel.

- Eu estou tão animada.- Elisa diz pela quinta vez durante a viagem, Charles a olhava com um sorriso fraco e Victor revirava os olhos olhando para a janela.- Dizem que tem um jogo, devemos participar?

- Será que é seguro?- Elisa levantou os ombros de dúvida.- Podemos tentar, temos que aproveitar essa oportunidade ao máximo.

Victor estava perdido em seus pensamentos enquanto os dois conversavam, parte dele não acreditava que depois de anos escrevendo cartas, finalmente ele iria realizar seu sonho e o da irmã.

Bom, mais da irmã.

Ele estava animado e ansioso, mas jurou a si mesmo procurar quem que mandou os ingressos, para agradecê-lo.

Hoje a noite eles não seriam irmãos pobres e tristes, Victor queria ver a alegria nos olhos de sua irmã.

- Elisa você parece uma criança, não para de falar.

- Não seja chato Victor.- Charles defendeu a garota.- Admita que você também está ansioso? Estou doido para provar as comidas que dizem ter.

Victor abriu a boca para responder mas foi interrompido com a carruagem parando fazendo seu corpo ir um pouco para frente.

- Chegamos!- o cocheiro diz do lado de fora da carruagem.