Itachi andava um pouco sonolento. Sua mãe o acordou bem cedo naquele dia, e junto com seu irmãozinho no colo, saíram andando pelas ruas de Konoha. Enquanto andava, o pequeno garoto de 5 anos estranhava o clima da vila. Tudo estava calmo, as ruas continuavam com o movimento normal, as lojas estavam funcionando normalmente. Mas desde aquela noite, à uns dois dias atrás, ele sente a tensão pairando no ar. Ele tinha se assustado muito com aquele chakra maligno e tinha se preparado para o pior, porém o pior não aconteceu para ele. Quando seus pais chegaram, apenas o acalmaram dizendo que tudo estava bem.
Mas ele sabia que tinha algo errado, sua mãe estava cabisbaixa desde então, a viu chorando na manhã seguinte olhando um álbum de fotos antigos. Seu pai e os outros adultos do clã estavam sempre atentos, e pareciam bem nervosos. Ele fazia seu melhor, era uma criança gentil afinal. Ajudava sua mãe no serviço de casa, fazendo almoço ou apenas varrendo a casa, e sempre cuidava do seu irmãozinho. Ele amava a pequena criança, e ficava muito feliz quando o pegava no colo e ele parava de chorar.
Naquela manhã, mesmo estando com sono por ter acordado cedo, ele não reclamou, apenas seguiu sua mãe até o hospital de Konoha. Ele achava que estava indo para uma consulta do seu outoto, mas ficou surpreso quando sua mãe parou em frente a uma parede com vidros enormes
Ele notou uma placa no corredor: recém nascidos, e do lado de dentro do vidro, haviam vários leitos pequenos, uma parte deles com bebês que dormiam. Estava confuso, sua mãe olhava para um bebê em especial, um loiro que tinha pele dourada. O bebê dormia pacificamente, embrulhado como um rolinho, parecia bem confortável. Mikoto estava com um semblante triste, uma lágrima escorrendo no belo rosto, e ele ouviu a mãe dizer uma única palavra
-Kushina
Itachi sabia quem era a dona do nome. Era uma amiga de sua mãe, uma ruiva falante e agitada, que apertava suas bochechas sempre que ia visitar sua mãe. Pelo o que entendia, elas eram amigas de infância, moravam perto uma da outra. Mesmo sua mãe sendo mais reservada, ela se dava bem com a ruiva
Algumas coisas pareciam fazer sentido agora. Sua mãe havia chorado vendo fotos antigas, Kushina não estava presente no momento, e sua mãe chorava vendo o bebê que deveria ser filho da ruiva... Isso significava que ela havia morrido e sua mãe sofria com isso. Itachi não sabia o que falar para sua mãe, então se limita a apertar os dedos delicados dela, como se dissesse "Estou aqui por você".
Eles ficam lá mais alguns minutos, olhando o pequeno dormir, até que ele acorda e comeca a chorar cada vez mais alto
Algumas enfermeiras olham estranho para o leito do bebê, com uma expressão de raiva?medo? Nenhuma delas parecia disposta a cuidar da criança, mas como ele não parava de chorar, uma delas vai até ele, e de forma rude, alimenta a criança.
Itachi achou aquilo estranho. Sua mãe pediu para ele ficar ali, e foi em direção às enfermeiras. Ele fica ali, olhando unicamente para o pequeno loiro e viu a criança abrir os olhos, e achou a coisa mais linda aquele azul vívido, como o céu limpo. O pequeno ficava mexendo seus dedinhos, tentando pegar algo invisível nos ares, seus pézinhos se agitavam sem um ritmo, ele parecia feliz naquele momento. O menino ficou bobo com aquilo. Sasuke era seu irmão, então era fácil gostar dele, mas aquele bebê estava o encantando
Minutos depois, sua mãe o chama para ir embora. Ele não queria deixar de ver aqueles olhinhos azuis, mas obedeceu
Já em casa, Itachi não conseguia lidar com sua curiosidade sobre o bebê. Ele tinha que ir treinar, e decidiu fazer isso sozinho, não queria ficar mais distraído ainda. Passou horas treinando seu jutso de fogo, até se sentir sem chakra ou força para continuar. Ao voltar para casa, ele criou um plano arriscado, iria descobrir mais sobre Kushina e o que havia acontecido, e para isso ele precisava descobrir quem era o pai do bebê. Como eram amigas, sua mãe talvez tenha fotos de Kushina e seu marido. Ele poderia pedir para a mãe, mas não queria arriscar
Já em casa, ele se apressa para tomar um banho gelado. Depois de se trocar, ele faz um kage bunshin, e desce para jantar. Seu kage bunshin esperou até ouvir os sons do jantar, e foi devagar até o quarto dos pais. Não parou para olhar em volta, e se dirigiu para o armário onde viu sua mãe guardar as fotos. Haviam vários álbuns, mas Itachi pegou um azul com detalhes em arabescos dourados. No álbum tinham fotos de sua mãe criança, na escola, dela adolescente ao lado de seu pai, e nas últimas páginas, fotos de um casamento. A noiva era Kushina, e ela estava linda, o cabelo ruivo contrastando com o kimono branco. Ao seu lado, um jovem alto e loiro sorria olhando para a noiva, aquele homem era ninguém menos que Minato, o Yondaime Hokage. Guardou o álbum no lugar e voltou para seu quarto, esperando a hora certa para liberar o jutso.
De volta ao quarto, Itachi libera o justo, e alguns minutos depois, sua mente age a mil. Kushina era esposa de Minato, o Yondaime Hokage. No dia anterior, ele ouviu o anúncio sobre a morte do Hokage. Ele havia salvado a vila do ataque da Kyuubi, a temida raposa de nove caudas, mas nada foi dito sobre seu filho ou Kushina. Deveria ter um segredo envolvido. Kushina havia morrido, e por algum motivo, o filho do Hokage era um segredo.
Enquanto se prepara para dormir, fazendo suas higiene, ele volta a pensar no bebê loiro. O moreno estava incomodado com o tratamento das enfermeiras, afinal, seja qual for o segredo, o bebê era inocente, não merecia ser tratado daquele jeito. Itachi se deita, decidido a saber mais sobre o que tinha acontecido
Os raios de sol ainda estavam fracos, mas foram o suficiente para acordar o primogênito Uchiha. Ainda era cedo, mas ele não conseguiria dormir novamente. Ele ouviu uma discussão vinda do quarto ao lado. Se levantou o mais silenciosamente que podia, queria saber o motivo dos seus pais discutirem, e vai até a parede que divia os quartos, e se aproxima para ouvir
-Fugaku, por favor, ela era minha amiga! - Sua mãe dizia com a voz embargada, talvez estivesse chorando
-Isso não importa, não podemos cuidar daquele monstro! - Seu pai soava irritado
- Naruto não é um monstro! Ele é um bebê, inocente. Ele não tem culpa do que aconteceu, e não merece ser culpado. Ele precisa de alguém que cuide dele, e pelo o que eu vi, nenhumas daquelas enfermeiras querem cuidar dele - Mikoto tinha começado com a voz triste, mas depois foi falando com mais convicção
- Mikoto por favor, pense bem! Já temos bebê para cuidar, mais um seria muita loucura
- Eu sei que vai ser difícil - Sua mãe dizia, agora num tom doce - Mas eu não posso simplesmente deixar ele lá! Kushina iria me matar se soubesse, porque se fosse ao contrário, ela não iria nem pensar duas vezes antes de fazer o mesmo que eu
Itachi estava atento, mas os pais pararam de falar por longos minutos, quando ele estava quase desistindo de ouvir mais alguma coisa, quando seu pai se pronunciou
- Ok meu amor, você venceu, parcialmente. Hoje vou falar com o Hokage para pedir a permissão dele. Mas saiba que no momento que aquela criança trouxer o mínimo de risco para o clã Uchiha, ou para meus filhos, ele sai daqui!
- Obrigada meu amor! Eu concordo com você, e acredite, eu farei o meu melhor por nossa família sempre
Itachi estava estático, ao que parece seus pais iriam adotar o pequeno menino dos olhos azuis mais puro que ele já tinha visto
N/A Essa história se passa no universo original e não me matem antes de chegar ao final, pois vai valer a pena. Final feliz
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Meu Sol
RomanceItachi conhece Naruto desde que ele era um bebê, o que ele não podia pensar era que um amor como de irmão poderia mudar e se tornar algo mais 🥇 1° lugar em itanaru dia 23 de setembro 🥈2° lugar em naruita dia 19 de outubro 🥇 1° lugar em Kyuubi di...