Editado em 16 de janeiro de 2023.
AMÉLIA MALORE
— O que acha que vamos encontrar? — Perguntei para Jacob, repentinamente ansiosa. — E se não acharmos?
— Precisamos tentar, não é? — Ele retrucou. — Temos entender o que ele está fazendo, Mia.
Encarei grande hospital imponente a minha frente. Não era nem de longe um dos maiores que havia visto, mas esse ainda me dava arrepios apesar de tudo. Hospitais eram lugares que me deixavam ansiosa, talvez fosse todo aquele branco, ou as vidas perdidas, ainda sim eu não gostava deles. Não depois de tudo.
Jacob apertou sua mão quente contra a minha me dando um olhar de esguelha. Assenti para avisar que estava tudo bem, ele parecia ainda mais preocupado comigo apesar de tudo e eu o entendia. Muita coisa havia acontecido.
Subi os degraus de mármore e entrei na recepção, pronta para seguirmos o nosso plano.
— Olá, bom dia. — Sorri simpaticamente para a moça nova. Ela tinha a pele pálida dos habitantes de Forks e cabelos muito escuros presos em um rabo de cavalo, sem falar no chiclete que mascava incessantemente. Meu sorriso caiu por alguns instantes.
Os olhos da recepcionista correram diretamente para o garoto ao meu lado como se ela nem houvesse me notado. Deus me ajude.
— Bom dia. — Ela deu um daqueles enormes sorrisos brancos para Jacob.
Arquei as sobrancelhas.
— Bom dia. — O Quileute sorriu em resposta. Olhei em sua direção. Eu queria quebrar a cara dele. — Estamos procurando o doutor Cullen.
— Vocês estão com sorte. — A mulher disse animada. O bottom no seu uniforme dizia Miranda em letras garrafais. — Ele iniciou o trabalho hoje, acabou de ser readmitido depois de uma temporada fora.
Molhei os lábios. Sorte? Quem me dera. Essa parecia estar há quilômetros de distância de nós.
— Vou chamá-lo aqui na recepção. — Ela tirou o telefone do gancho.
— Não, não. — A impedi, rapidamente. — É uma surpresa, na verdade, para comemorar a readmissão. O filho dele, Edward, organizou essa pequena comemoração.
— Entendo. — Ela me olhou desconfiada, mas logo a expressão mudou ao ver o sorriso de Jacob. — Segundo andar, a sala dele é a 24.
Não fiz menção de agradecer, dei passos rápidos em direção ao elevador e fiz uma careta quando o Quileute entrou.
— Você fica uma graça com ciúmes. — Ele beijou minha bochecha rapidamente. Um sorriso idiota no seu rosto.
— Foco no plano. — Murmurei, cruzando os braços sob meu peito.
— Você pode me lembrar porque aceitamos todos seguir o plano da sua amiga? — Jacob olhou para mim pelo espelho.
— Porque ela é uma caçadora, fodona, experiente em espionagem? — Inclino a cabeça em sua direção.
— Ela poderia estar levando todos nós para a morte.
Dei de ombros. Confiança. Tão fácil de quebrar e tão difícil de se ter.
— Vamos. — Murmurei quando a porta abriu a nossa frente.
Andei pelo corredor enorme e todo esbranquiçado com um arrepio percorrendo meu corpo. Havia portas e mais portas. Eu podia sentir em meus ossos a dor e o terror dos pacientes exalando naquele lugar. Meu corpo tremeu. Jacob segurou minha mão, entrelaçando seus dedos nos meus, havia uma pergunta em seus olhos. Mas eu mesma não poderia entender aquela reação.
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Alvorada [JACOB BLACK]
WerewolfAmélia Malore teve uma vida no limite desde criança: Um pai ausente, um padastro abusivo e uma mãe que era sempre vítima de violência. Sem falar, é claro, dos seus sonhos que estavam ficando cada vez mais recorrentes e mostravam duas coisas em comum...