02 | Jane

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Assistimos um filme que Jennie havia escolhido, ou tentamos. Apesar do filme ser legal, se tornava impossível prestar muita atenção com a falação, já que os meninos não calaram a boca durante uma grande parte do filme.

Então sem mais tentar me concentrar, só aproveitei o carinho que Samuel estava fazendo na minha panturrilha.

Quando os créditos começaram a subir pela tela, Wilk retirou sua mão da minha perna, acabando com a boa sensação que eu estava tendo, o que me fez o olhar com reprovação.

— Jennie, parabéns pelo filme, mas nunca o assistiremos novamente. - Johnson diz com um certo sarcasmo.

A morena então deixa um tapa no seu braço, arrancando um riso de Shawn, que volta a ficar sério e desviar o olhar quando, em um sobressalto, Johnson começou a fazer cócegas na barriga de Jennie.

Izzy se levanta, com uma expressão fechada no rosto, provavelmente porque ela havia dormido no meio do filme.

— Pra que filme de terror quando se tem a cara da Izzy? - Taylor segura o riso depois de falar.

A cacheada dá um sorriso falso.

— Por favor Taylor, me ame menos.

— Impossível, sweet, você tem todo meu coração. - ele se levanta e abraça ela, que em questão de segundos se desvencilhia.

— Depois eu que mereço um oscar né?! - ela retruca e ele ri.

Em menos de uma hora, já tinhamos arrumado toda a bagunça que estava na sala, para que depois Samuel não tivesse que limpar toda ela sozinho.

Então, após tudo limpo, o pessoal decidiu ir embora, considerando que teriamos aula no dia seguinte.

Demi precisava de carona, sua mãe havia a trago, mas ela não viria buscá-la, pois ela ficaria na casa de Carter. Por isso e como Gilinsky teve que ir embora mais cedo, tivemos que mudar a distribuição dos carros, resultando em mim sem carona.

— Eu posso voltar pra te buscar. - Nate diz rodando a chave do carro entre os dedos.

— Não precisa, eu levo ela. - Ouço a voz de Samuel atrás de mim.

— Por mim, sem problemas. - dou de ombros e vejo Nate fazer o mesmo.

Maloley sorri fazendo um toque com Samuel, depois de se certificar que não precisaria mesmo voltar para me levar embora, ele deixa um beijo no rosto. Izzy volta do banheiro, vindo até nós três, ela beija o rosto de Samuel e depois me abraça.

— Vejo você e a Jennie amanhã. - ela comenta com um sorrisinho madolso.

— Infelizmente na aula. - reclamo, fazendo careta.

Izzy concorda rindo e então sai com Nathan. Só faltava os dois para irem embora, então quando fizeram, ficamos apenas eu e Samuel naquela grande sala.

Não era uma situação desconfortável, nem de longe. Minha relação com Samuel era ótima, somos melhores amigos, e não temos que nos preocupar em escolher palavras certas para falarmos um com outro, embora o respeito fosse mútuo.

Peguei o último e único sanduíche que havia sobrado, Jennie realmente acertou quando decidiu fazê-los, e dou uma mordida.

Wilk então se joga no sofá, respirando fundo e ganhando toda a atenção dos meus olhos curiosos. Acredito que ele percebeu, pois seu olhar veio de encontro ao meu em segundos.

— Olha, não vou te levar. - ele diz simples.

O encaro incrédula, quase me engasgando com o pão que comia.

— Por que você não me disse? Eu pediria um táxi, seu otário.

— Estou com preguiça. Mas eu deixo você dormir aqui. - ele dá de ombros, sorrindo para mim.

— Um babaca mesmo. - afirmo, vendo o sorriso de Samuel aumentar. —Amanhã temos aula e eu nem avisei minha mãe.

Samuel me olha com tédio, me fazendo segurar o riso. Não era a primeira vez que eu dormiria na casa de Wilk, e sinceramente, às vezes parecia que minha mãe gostava mais dele do que de mim.

— Preciso dizer o óbvio? - indaga, ainda com o tédio no olhar.

Balanço minha cabeça de um lado para o outro em negação. O loiro então abre um sorriso, sem mostrar os  dentes e fechando os olhos.

— Certo, pode dormir no sofá. Eu vou dormir na sua cama. - digo simples e dou de ombros.

Quando começo a subir as escadas, percebo que Samuel está em pé agora vindo atrás de mim. Rio e no momento em que ele vai me alcançar, corro, chegando primeiro que ele no seu próprio quarto.

Assim que ele atravessa a porta, me jogo em sua cama. Ocupando todo o espaço possível dela com o meu corpo.

— Ai que macia. - provoco, girando meu corpo.

Não mentia quanto a maciez do colchão, mas a melhor parte ainda era o perfume de Samuel que estava ali e parecia mais intenso quando me virei.

— Mas a cama é espaçosa.

— Mas eu não perguntei nada. - viro meu rosto para olhar Samuel.

Mas tudo que vejo é ele tirando a camisa, não consigo mover meu olhar, por curiosidade de ver o final daquela ação. Também não era a primeira vez que eu via Samuel sem camisa, mas nas outras vezes estavamos juntos com nossos amigos.

Seu corpo caminha até mim, parando a pouco centímetros de distância da cama.

— Cuidado para não babar, Jane. - o sarcasmo na sua voz é quase palpável.

— Vá se ferrar. - rio, arrancando uma risada dele.

Então eu apenas estendo meu pé em sua direção, para que ele tirasse o meu tênis. Ele parece entender logo atendendo o que eu indiretamente havia pedido.

DARE ➹ Sammy WilkOnde histórias criam vida. Descubra agora