I'm sorry

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  Eu estava aprendendo a brincar com a minha própria companhia, de um jeito ou de outro eu... Tinha que aprender, mesmo que ela seja a que eu mais odeio no momento.Contei os quadrados do teto, plantei bananeiras, encenei a melhor cena do reality de show. Cara como eu sinto falta dos realities de show. Como eu sentia falta do diisopril, também do Fez, Gia, Lexi, Jules...

—Jules.
—Jules, Jules, Jules, Ju les.

Eu não gosto do jeito que nos despedimos, do jeito que rompemos sei lá o que tínhamos, uma confusão e uma euforia que teu toque me causou, naquele momento senti que podíamos fazer o que quiséssemos, mas logo caiu a ficha que não podíamos não, apesar que Jules me ensinou a viver de outro jeito. Mas, ele não funciona sem ela aqui.

Provavelmente ela está num lugar muito melhor do que eu agora. Assim como Maddy, Kat, Cassie, Mckay, Lexi, até mesmo a porra do Nate.

—Rue? Chamou uma enfermeia entrando de surpresa pela porta. Vieram te visitar, não queremos quebrar as REGRAS, mas...Concluímos que seria melhor para você.—Disse.

Meu coração foi em mil, não sabia de onde vinha tanto nervosismo e medo, meus lábios começaram a tremer e meu peito a se fechar, a boca secou, a ansiedade batia forte na minha porta. —Quem é?

—Sua mãe.

—Eu não quero ver ela... Tento dizer limpando as lágrimas dos meus olhos.

—Rue...

—Por favor diga a ela que eu não consigo, por favor, por favor...

—Rue, isso é um grande privilégio que está tendo, ninguém aqui teve a mesma oportunidade que você. Você tem certeza que não quer vê-la?

Se isso fosse como um vale, com certeza eu passaria a frente, alguém que esteja menos ferrado do que eu.

—Me desculpa, eu não consigo, eu não consigo. Insisto abraçando os meus joelhos.

Eu sabia que aquela era a melhor opção, ser esquecida ali era o que passava pela minha cabeça. Da minha fraqueza eu alimentava todos os meus medos e vontades, decepções que corriam e acomodavam-se em mim, a covardia e o medo em voltar a vida real, em olhar a minha mãe direto dos olhos e a fazer senti-la insuficiente, fracassada, ela se sentia assim, eu fazia a sentir assim, mas pior ainda, eu a fazia sentir medo todos os dias, todos os dias que eu a via rezando em seu quarto ao passar pelo corredor, todos os dias que ela gritava comigo, que ela fazia de tudo para que um dia aquilo que vivíamos fosse suficiente para eu largar isso, de que tudo poderia melhorar. Não consigo fazê-la sofrer novamente, pois sei que vou já que não tenho forças e nem vontade para lutar contra isso. Me desculpa Leslie Bennett, Gia Bennett, Robert Bennett, me desculpa.

Euphoria : After JulesOnde histórias criam vida. Descubra agora