painful truths

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Eu encarava  o meu celular curiosamente aguardando para que aqueles três pontinhos aparecessem,.

─Jules, está aí? Eu havia perguntando.

Apesar de Gia ter me pressionado, eu não diria isso como uma ação intencional, pois eu pensei nisso, eu pensei nisso em todos os dias antes de dormir mas, eu não sabia como a responder. Apoiada na porta eu encarava aquela tela luminosa num escuro sem fim do meu quarto. E então, de repente os três pontinhos apareceram, ela estava ali, distante, mas estava comigo. Confesso que senti um alívio, nunca adivinharia o que nos tornaríamos, o se tornaríamos alguma coisa depois da noite que partiu.

─Sim, e sempre irei estar...Eu estava preocupada.

─Você não precisa.

─Quando soube eu...Quase peguei um trem de volta.

─E o que a impediu?

..,

─Eu estava com medo, eu...Não acho que eu seja uma boa companhia pra você agora.

Numa distância absurda eu não sabia que naquele exato momento Jules estava no terraço de um prédio, não era um prédio qualquer. Ela observava os carros na rua enquanto sentia o vento silencioso em seu rosto. Um dia calmo, um dia completamente tranquilo. Ela apoiou os seus cotovelos naquele pequeno muro que a impedia de cair lá embaixo e respirou fundo tendo consciência que iria sentir muita falta da sua amiga, da sua melhor amiga que fez nessa merda de mundo em tão pouco tempo que se mudou para aquela merda de cidade. Ela pensava se era o certo a se fazer, se ela conseguiria fazer ou se era apenas um surto passageiro. Ela estava confusa, como sempre foi, e sabia que precisava resolver isso. Distante ou não, ela tinha que resolver isso. E então eu a respondi:

─OK ;), talvez tenha razão.

—Onde está agora? Ela perguntou de repente.

—Encostada na porta do meu quarto, sozinha, me escondendo da Gia. Você?

—Apreciando uma vista incrível, eu... Me sinto livre.

...
—Rue?

Quando eu finalmente apertei o botão lateral aquele celular o quarto ficou em total escuridão. Tudo que eu escutava era a cigarra do lado de fora da minha janela e sentia o meu coração batendo forte. A adrenalina correu por minhas veias por longos minutos até que por fim se esgotara restando apenas um vazio da ausência de Jules. Por mais que eu me esforçava em não pensar nessa porra, a minha mente insistia e insistia até eu me transbordar em milhares de pensamentos que me vaziam vulnerável e insegura de novo.

Logo eu abri a porta do meu quarto e andei lentamenre aquele corredor, Gia e a minha mãe me olhavam preocupadas, e antes mesmo de falarem algo eu desabei e ali chorei desimpedida mostrando-as finalmente o que eu segurava dentro de mim. Leslie andou rápido em minha direção e me abraçou forte.

—Eu sinto tanto a falta dela. —Digo choramingando e enlaçando meus braços fortemente em volta do corpo da mulher.
...Foi culpa minha?

—Rue, é claro que não filha.
—Por que todo mundo que eu amo e me importo me abandonam de alguma forma?
—Voce nos deixou duas vezes... Sussurou Gia, claramente alto demais para todas escutarmos.
—GIA!! Gritou a nossa mãe furiosa.
—Ela tem razão. Haha...Gargalho ironicamente afastando-me da minha mãe e enxugando as lágrimas.
—Por que eu não pergunto pra mim mesma? É questão é... Nem eu gosto de mim mesma, por que os outros iriam gostar?

—Rue eu não quis dizer isso. —Gia pareceu assustada com um tom de arrependimento.
—Está tudo bem, é sério, tranquilo. Eu disfarçava a minha crise fazendo sons esquisitos com a boca.

Quando caminhei até o meu quarto me deitei na cama abraçando os meus joelhos, a respiração estava difícil os batimentos devagares e a garganta doía para segurar aquele choro com ela. Logo eu fechei os meus olhos e o dia amanheceu, o sol entrava por algumas pequenas divisões das persianas enquanto eu encarava o teto em silêncio.

—Você finalmente acordou... Disse Fez assustando-me completamente.

Euphoria : After JulesOnde histórias criam vida. Descubra agora