Crepúsculo - (Riren - Ereri)

VII - Port Angeles

- Agora você fala? - Eren perguntou com um tom de acusação

- Não... - Levi respondeu, seu rosto por um segundo demonstrara uma expressão de dor - Eu sei que fui um pouco rude...

- Fala logo o que quer. - o moreno respondeu já não tendo paciência com a demora do outro em chegar onde queria 

- Eu sei que isso deve te deixar confuso...

"- Ah jura?" - Eren pensou sem conseguir evitar o ligeiro estreitar de olhos em seu rosto

- Mas é melhor assim, acredite, é melhor não sermos amigos

O moreno tomou uma expressão debochada, ah essa era demais

- Escuta aqui Ackerman - falou mantendo o tom de voz baixo para não chamar a atenção dos colegas, mas a raiva ardia em suas palavras - Não me importa se você se acha o suficiente pra decidir esse tipo de coisa, mas se você se arrependeu de ter me salvo era só ter me dito, não vou mais te incomodar com a minha presença

- Eren, eu não - Levi não teve tempo de terminar o rapaz já tinha levantado e saido da sala, Historia olhou para o de cabelos negros que lhe devolveu um olhar gelado, aquela garota tinha uma mania irritante de se intrometer quando se tratava do moreno e isso poderia não ser tão fácil de lidar quanto ele pensou que seria.

...

Ele teve aula de educação física, que se resumiu em ficar sentado no banco graças ao pulso quebrado, e de matemática, mas nem isso conseguia distrai-lo da raiva que estava sentindo, quem aquele baixinho irritante pensava que era afinal?

Nunca antes ele havia se sentido tão aliviado por entrar na picape quanto naquele dia e para melhorar um pouco seu humor, Grisha não estava em casa, mas tinha passado no mercado o que permitiu ao garoto fazer seu prato preferido, frango assado com molho curry especial.

Ele colocou o forno pra aquecer enquanto cortava o frango em files gordos onde fez pequenas aberturas para que o molho penetrasse melhor, misturou a manteiga, o sal, a mostarda, o mel, a pimenta e o curry em uma tigela que usou para mergulhar os files e os deixou ali enquanto pegava uma forma para o pôr no forno.

Feito isso Eren sorriu, teria cerca de uma hora até a comida ficar pronta então aproveitou para tomar um banho, deixando a televisão ligada em doutor House para que não houvesse silêncio para o deixar pensar, depois do banho ele vestiu só uma cueca e calça moletom cinza para que o calor da cozinha não o fizesse suar.

O telefone na sala tocou e ele se sentiu tentado a não atender, mas se fosse Grisha ou Carla ele sabia que ouviria broncas, mas ao atender ouviu a voz de Christa um pouco receosa o pedindo um favor, como Eren não iria ao baile ela e Sasha queria uma opinião masculina quanto as roupas que usariam, o que a princípio o fez recusar, mas a voz chorosa da amiga o convenceu a aturar aquilo, pelo menos assim podia conhecer um pouco da cidade vizinha um dos poucos locais onde alguém poderia se divertir por ali, talvez encontrasse algo interessante, e diga-se de passagem tinha curiosidade principalmente em encontrar livros de medicina que falassem algo sobre feitos surpreendentes do corpo humano.

Voltando sua atenção para a comida ele pegou o que sobrou de molho e misturou com o arroz de um pote que seu pai havia deixado pronto e acrescentou algumas folhas de salsa para o por no microondas.

Depois de mais trechos do seriado de medicina a comida estava pronta ele finalmente pode comer deixando uma boa porção na geladeira junto com um bilhete pro pai antes de dormir.

...

No dia seguinte uma das primeiras coisas que ouviu antes de sair pra uma corrida foi Grisha agradecendo pela comida que Eren sabia bem que o pai não havia comido algo tão bom desde que Carla o havia deixado, seu pai não tinha aptidão nenhuma para fazer comida. Aproveitando o bom humor do mais velho ele falou sobre os planos de sair com as amigas e não recebeu objeção, só ouviu alguns quase comentários sobre preservativos que fez o favor de vetar já que não possuia interesse algum nas amigas.

...

Quase no final da tarde Historia passou com seu carro para buscar o moreno que se sentou no banco se trás ouvindo as garotas conversarem até chegarem em Port Angeles onde o novo foco foi a busca por uma loja, o que para surpresa do moreno não demorou muito.

Ele foi arrastado, literalmente, pelas duas amigas que começaram uma maratona para ver quantos vestidos elas podiam rejeitar de apenas uma loja, e apesar de Eren ter sido convidado por sua opinião ela não parecia ser relevante já que elas sequer o ouviam. Foi depois de sete tentativas frustadas que ele convencera Sasha que o vestido vermelho godê não a deixava gorda e que o vestido de alcinhas prateado que Christa vestia estava "incrível", esta última ainda lhe disse baixinho.

- Está vendo o que está perdendo? - deu uma piscadinha - Mas sempre tem o baile dos alunos.

- Her... Claro - ele respondeu constrangido

...

Conseguindo em uma brecha escapar das duas Eren se viu procurando por alguma livraria que não parecesse mística como a maioria, uma questão de atrair fregueses, mas ele queria algo mais concreto antes de apelar para o misticismo.

Mas o que não esperava é que pra chegar uma das livrarias teria que passar por algum becos escuros que tinham algumas pessoas que faziam sua vontade de passar por ali sumir, Eren realmente já fazia isso quando sentiu uma mão em seu ombro

- Olha só que gracinha, não vejo algo tão lindo por aqui a tempos - uma voz grave falou e teve algumas risadas ao fundo - Não é mesmo Jonny?

- Verdade Ted - falou outra voz que quando o moreno se virou descobriu ser um ruivo e o que tinha a mão no seu ombro era um loiro tatuado - E olha só essa bunda! Que delícia gracinha

- Vem brincar com a gente! - gritou outro mais ao fundo que segurava uma lata de cerveja.

- É amor - falou Jonny pondo as mãos na cintura do moreno - Vai ser bem...

Eren chutou o ruivo entre a s pernas e ele se ajoelhou, Ted ia revidar mais uma Ferrari preta apareceu, os pneus queimavam o chão pela agressividade da forma que o carro fazia uma curva bruta que assustou o grupo que assediava o moreno.

Levi saiu do carro com uma aura mortal e deu um soco forte na barriga do loiro antes de olhar para Eren, os olhos cinza escuros faiscavam num olhar assassino que fez o mais alto se arrepiar

- Entre no carro - a voz fria não deixava opção, mas a surpresa fez ele ficar paralisado - Agora.

Eren despertou do transe e entrou no banco do passageiro ao mesmo tempo que o de cabelos negros entrava no lado do motorista. O motor rosnou e o moreno percebeu que não conseguia deixar de olhar Levi.

Este ainda tinha os olhos obscuros se focava na estrada com as mãos quase enganando o volante cujo couro já tinha marcas.

- Como você sabia onde eu estava? - O moreno perguntou, mas o outro só falou

- Ponha o cinto.

Não era para menos que Eren o obedeceu, a velocidade do carro era absurda e ele não se atreveria a reclamar agora.