"Mais uma tarde inútil na biblioteca"
A cada dia que passa, essa frase se torna mais real na vida de Harry Potter. Muitos dizem que a faculdade é o melhor e mais badalado período de suas vidas, mas para ele se resumia apenas em: acordar cedo, mil trabalhos para fazer e trabalhar todas as tardes como auxiliar na biblioteca da faculdade para conseguir pagar pelo menos um salgado na cantina. Infelizmente, a família de Harry -que é composta, basicamente, por ele, seu padrinho Sirius Black e o namorado dele, Remus Lupin -, mal podia arcar com os custos da mensalidade, mesmo com a bolsa de estudos de 50% que ele honrosamente havia conquistado, então o mínimo que poderia fazer era se sustentar. Odiava passar suas tardes trancado na biblioteca, o que é bem irônico para um aluno de Direito, já que metade da sua faculdade ele passava com a cara enfiada em algum livro.
A única coisa que fazia suas tardes torturantes valerem a pena estava sentada a apenas dez metros do balcão onde Harry trabalhava recolhendo livros: Cedric. Cabelos loiro escuros e cheios, sempre bagunçados e tentando Harry, como se o convidassem a enfiar seus dedos naquela confusão loira. Olhos castanho claros e meigos, sardas loiras salpicadas pelo rosto e sorriso estonteante. O cara era simplesmente a personificação da palavra "gostoso" para Harry. Cedric era a pessoa mais simpática, divertida, bonita, cheirosa e tudo o mais que faziam Harry ter um crush do tamanho do Big Ben. Adorava quando Cedric se curvava para pegar algum livro nas partes mais baixas da estante e lhe dava a linda visão de sua bunda cheinha marcada pelo jeans.
Perdendo-se na bela visão que Cedric lhe proporcionava, Harry acabou suspirando e relaxando seu corpo na cadeira com desânimo. Será que era pedir demais que aquele loiro lindo fosse A sua pessoa especial? A maioria das pessoas que conhecia já tinha encontrado A pessoa certa e ele não via a hora de sentir o mesmo. Era estranho como saber que, em algum lugar por aí, existe alguém que está destinado a dividir a vida com você faz com que se sinta incompleto... Até mesmo quebrado, as vezes. Não fazia sentido na cabeça morena e descabelada de Harry como ele podia sentir falta de alguém que nunca tinha visto.
—Quando é que você vai sair dessa, Harry?
A voz de Hermione o despertou dos pensamentos tão subitamente que Harry quase caiu da cadeira.
—Inferno, Hermione! Quer me matar? -sibilou ele, passando os dedos entre os cabelos negros com irritação.
—Shiiii! -a garota botou o indicador nos lábios e sorriu. -Estamos em uma biblioteca, lembra? Não devíamos falar alto aqui dentro.
—Obrigada por lembrar depois de me assustar. -resmungou e a encarou de cara feia, ao que a garota apenas deu de ombros. Não sentia nem um décimo de culpa ou remorso.
Os dois se conheceram em uma festa quando ainda eram calouros, eram os únicos sentados em um canto, a bebida intocada no copo. Até então a garota não bebia nada alcoólico e Harry ficava bêbado com um copo de cerveja. Apesar de já estar ciente na época de sua clara preferência por homens, a primeira coisa que lhe chamou a atenção em Mione foi sua beleza; Os cabelos em longos cachos de um loiro escuro incomum, olhos da cor do chocolate, pele amendoada e sorriso doce. Não demorou para descobrir que, apesar da aparência fofa, a mulher é um poço de sarcasmo e fala coisas que deixam Harry com vontade de lavar sua boca com sabão. Ela é a antítese em pessoa. Talvez por isso tenham se dado tão bem, no fim das contas. Apenas dois anos haviam se passado e os dois sentiam como se fossem irmãos que cresceram juntos a vida toda.
Hermione enfiou a mão dentro da mochila, com um sorriso que arrepiou até a alma de Harry, e tirou de lá um pacote preto lacrado, o qual fez questão de jogar no moreno.
—Abra e reveja seus conceitos sobre mim.
Harry apenas levantou uma sobrancelha e abriu o pacote com a cautela de quem desarma uma bomba, despejando o conteúdo em cima do balcão em seguida. Eram duas pulseiras de plástico com lacre, uma preta e outra furta-cor, e duas máscaras pretas idênticas.
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Roda da fortuna
FanfictionNão existe nada mais chato ou deprimente do que se estar sozinho em uma sociedade onde todos têm sua alma gêmea, literalmente. Harry Potter, um estudante de direito perdido nos dilemas da própria existência, vive sob a constante pressão de quando e...