Any on
Lembro-me de uma vez ouvir alguém dizer que "amar nos faz ir além de si" e eu demorei para entender o que isso poderia ser. Achava impossível alguém querer ir além de si mesmo por outra pessoa, achava errado isso acontecer. Amar deveria ser algo leve, sem danos, apenas amar.
Amar é além disso. Amar de fato nos faz ir além de si, nos faz enxergar um mundo no qual só a nossa felicidade não basta, mas também a de quem nós amamos, nos faz ver possibilidades de tentar algo novo apenas por amar alguém. E eu fui além de mim.
Eu fui além não só por mim, eu fui além por Alice, fui além por Josh, fui além por todos aqueles que estiveram ao meu lado e me fizeram ser quem eu sou hoje. Fui além por amor.
E amor é isso. É fazer algo por alguém sem que isso te machuque, é se sentir bem por ver alguém bem, é achar conforto, proteção, é se sentir livre e ir além das suas barreiras para conquistar isso. Eu achei isso.
Eu sempre tive medo do que isso poderia ser, do que eu seria capaz, do que talvez eu não fosse deixar para trás. Tive medo de um amor assim, completo, com todos os turbilhões de sentimentos que pudessem me envolver. E então eu percebi que amor era muito além do que eu pensava. O que eu tenho pela minha filha é amor, o que eu sinto por minha família é amor, pelo Josh, adivinhem? É amor! O que mora dentro de mim por Joalin, Sabina e todos os meus amigos, também é amor. Isso é amor. É aquilo que mora no seu coração, é aquilo que te move a fazer o melhor, ser melhor.
E eu sabia o que tinha que fazer. De uma forma ou outra, o amor sempre acaba nos machucando, talvez não propositalmente, mas machuca. Faz com que percamos a cabeça e nos leva a cometer loucuras, daquelas enormes. E foi o que eu fiz.
Eu sabia que Joalin e Noah iriam surtar quando soubesse, sabia o dano que isso causaria e agora, um mês depois eu tenho certeza disso. Eu precisava morrer, precisava passar isso, dependia desse ato para só então, todo o meu plano entrar em ação, mas eu jamais poderia os envolver nessa.
Era essencial que todos achassem que eu havia morrido, foi preciso muito cuidado para que nada saísse de forma duvidosa. Cada detalhe foi muito, mas muito bem pensado. Eu morria por dentro todos os dias por estar tão longe de Alice, mas eu fazia isso principalmente para que ela tivesse um futuro. O seu futuro.
Tive que esperar duas semanas até a poeira "abaixar" e então, eu poderia fazer tudo que me fosse necessário para provar quem fazia toda essa tormenta em minha vida. Felizmente eu tinha uma boa quantia em dinheiro guardada, o que vai de fato me ajudar a levar tudo a diante, afinal, o primeiro ponto, era que eu sabia quem fazia isso.
Foi loucura demais, mas eu sentia que tinha tanta história atrás disso que eu precisava arriscar, de um jeito ou de outro.
Um pouco antes de eu ter sido "encurralada" novamente, eu passei a desconfiar de Lucas quando ele acidentalmente deixou escapar sem perceber que quando Adell o contratou, ele sabia que era arriscado o que ela fazia, mas que cuidaria de mim. O que foi um baque, já que ele me jurou que não sabia de nada quando me viu pela primeira vez.
Sei que após isso, eu passei a desconfiar de tudo que ele fazia, mas já que era necessário saber toda a verdade, eu saberia.
Tem mais ou menos uma semana desde que passei a segui-lo, o que se não fosse pela real situação, me sentiria como uma espiã. Eu estava completamente disfarçada, peruca, roupas, lentes e maquiagem eram parte de toda a postura que eu precisei adotar.
Hoje, sábado, resolvi ver qual seria sua rotina e para minha surpresa Lucas foi ao trabalho e eu estranhei, isso não era de acontecer e aquilo por algum motivo me causava arrepios. O que me resultou em talvez, o verdadeiro início do que eu queria. Depois de muito observar, lá estava ela, a pessoa que eu mais queria enfrentar, adentrando aquele ambiente e me causando curiosidade, afinal, o que ela faria ali? E com um impulso, a segui, sendo surpreendida por alguma recepcionista que quase me faz falhar no que chamava de "missão".- Com licença, posso ajudar?
- Ahn, claro. É, minha amiga acabou entrando na frente e eu não a acompanhei. Apenas um atraso.
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It has always been you
FanfictionNão há fórmula alguma que explique como duas pessoas podem se apaixonar tão jovens e cultivar um amor mesmo cinco anos após uma tragédia. Não é possível que o toque, ainda seja tão intenso quanto na adolescência, que a saudade tão imensa quanto a do...