Cap 34

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Narrador on

A cena poderia gerar certa comoção, o movimento não era tanto, mas já se ouviam os carros buzinando pelo provável trânsito que logo seria formado, os estilhaços de vidro pelo chão, o sangue que parecia ter sido contido tão rapidamente, mas ainda sim havia respingos perceptíveis, um poste derrubado sobre o veículo e pior ainda, um corpo desaparecido.
Aproximadamente 05h da manhã, o sol ainda não havia aparecido, mas seus indícios de surgimento já eram esperados, todo o tumulto poderia causar dor de cabeça para quem estivesse analisando tudo, a polícia cercava o local, a rua havia sido fechada, ninguém entendia o que estava acontecendo, a não ser pelo óbvio: era um acidente.
Acidentes de fato acontecem mais do que queremos ou podemos contar, pessoas desaparecem, ferimentos surgem, mas um acidente seguido de desaparecimento, é algo estranho e talvez curioso. A câmera que daria a visão perfeita do ocorrido, havia sido quebrada ninguém sabe exatamente quando ou como, porém, não é como se tivesse existido algo ou alguém para causar isso, era apenas um veículo, um poste e teria sido um caso infelizmente comum, se não houvesse esses indícios e um corpo quase que inencontrável.
A reportagem já fazia seu trabalho, os maiores jornais de LA por algum motivo já haviam chego até o local, claro que ninguém entendia bem o que estava acontecendo, mas um corpo desaparecido após um acidente assim, poderia ser uma matéria descomunal.
Sete horas da manhã, os hospitais já haviam sido monitorados, informados e preparados para caso alguém aparecesse, mas tudo parecia em vão.
Ninguém entendia como alguém poderia sofrer algum acidente assim e apenas desaparecer e o que ninguém mais sabia até o momento, além da polícia e agora por um descuido, todos os maiores jornais de LA é que minutos antes do ocorrido, alguém telefonou para emergência avisando que ocorreria um acidente e dando todas as localizações precisas do local e exatamente uma hora depois, alguém ligou dizendo que o acidente já havia ocorrido, mas que não havia mais o que fazer.

Perturbador.

Como uma ligação poderia ser tão precisa e coerente quanto a um assunto desse e logo após toda essa confusão ser gerada? Não havia corpo, não haviam sinais que levassem a alguma direção e quase dez horas depois do ocorrido, tudo parecia em vão, não havia nenhuma forma de descobrimento, não havia vestígios de quem dirigia o carro, tendo em vista que o mesmo quando identificado, estava em nome de uma empresa de aluguéis e quando conferida, a pessoal na qual alugou não existia. A ligação não pudera ser rastreada e nada mais ali fazia sentido a não ser abafar o caso e esquecer que aquilo havia existido.
Mas o destino as vezes pode nos ser favoráveis, a vida em si pode ser, existem pessoas que por mais comuns que venham parecer, se tornam luz e designam um novo caminho para alguém. Com toda euforia que o local apresentava e com a polícia de LA já se retirando do caso, existia uma garotinha de aproximadamente dez anos que apontou para a mãe uma câmera um tanto que escondida, mas que tinha total visão da rua, em uma casa a poucos metros de distância que poderia dar um novo rumo para essa história.

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Enquanto isso, alguns minutos de distância daquele local, existia dentro de uma casa uma pessoa inquieta, pensativa e sem conclusão alguma do que havia lido.

"Eu pedi para guardar com todo amor, espero que tenho feito isso, lá tem todas as respostas.

Me perdoa"

Joalin proferia as palavras repentinamente para si mesma afim de entender o que dizia. Curiosamente neste dia ela não havia dormido em casa e quando chegou na mesma durante a tarde, encontrou uma carta, precisamente um bilhete sem identificação e com um recado um tanto inusitado.
Não havia nada que se passasse em sua mente que a designasse em uma direção, que a fizesse entender o que aquilo poderia ser, nada parecia fazer sentido. Mas ela estava cansada demais, havia passado a noite em claro com Alice na casa de Josh, a pequena havia chamado pela mãe a noite toda e ninguém sabia mais o que fazer, então depois de toda exaustão, a loira apenas largou o papel e seguiu à procura de um banho calmo e relaxante.
Acontece que relaxar é uma palavra que podemos talvez considerar ampla, quer dizer seu sentido é "Diminuir a tensão de algo; deixar frouxo; afrouxar", mas existe uma amplitude para que isso aconteça, logo a tornamos com grandes extensões para acontecer. Então é claro que naquele momento tudo que Joalin queria era esquecer de tudo e sentir a água quente correr por seu corpo, mas as vezes nosso cérebro nos impede de que isso aconteça, para que futuramente o resultado venha ser maior, mesmo que involuntariamente.
Cada gota que caia em seu corpo, fazia com que a noite anterior e o bilhete encontrado rodeasse mais a sua mente, ela não entendia o que estava de fato explícito naquela mensagem ou quem poderia ter mandado e ela não sabia mais o que fazer para não ter que contar toda a verdade para a sobrinha, já que havia sido um pedido de sua amiga. Any. Era isso.
Em um ato rápido, a loira se enrolou em uma toalha e correu para pegar o bilhete, leu atentamente mais uma vez o que estava escrito e correu para procurar a carta que Any havia deixado antes do que fizera. Lá estava. "Eu deixei algo a vocês e espero que guardem com todo o amor, pois um dia, vocês serão capazes de entender."

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