Any on
Dois dias. Foi isso que eu tive para organizar tudo, me recuperar da última crise e enfrentar Josh. Ele marcou de vir aqui em casa no fim da tarde e eu nem sequer consegui dormir de tanto nervoso que meu corpo transpirava.
Sina e Noah ficaram comigo até ouvirmos o barulho da campainha e eu quase ter um ataque do coração. Noah foi quem abriu a porta, deixando um Josh sorridente logo com uma feição de supresa.- Nós já vamos, fica calma ok? Vai dar tudo certo e qualquer coisa, me liga- Sina dizia me abraçando e se virando para Josh - E você, tenha paciência e escute-a, tente entender o lado dela por favor.- pediu, abraçando o amigo e se retirando, junto à Noah.
- Tudo bem, eu me assustei agora- foi a primeira vez no dia em que ouvirá a voz dele e aquilo de certeza forma, ao mesmo tempo que me reconfortava, me deixava nervosa.
- Imagine eu- sorri fraco- sente-se a história é longa. Quer beber ou comer algo?.
- Por enquanto não. Só por favor, não me mate de curiosidade- ela dizia, ainda sim divertido.
Eu sentia todo o medo do mundo, sobre meu ombro agora. Não sabia como Josh reagiria, nem se acreditaria, muito menos se aceitaria minha filha. Eu já nem pensava mais no perdão ou no que ele pensaria de mim. O único medo, era que minha filha sofresse.
- Ok, eu não sei como começar mas acho que o melhor é te pedindo desculpas. Por tudo. Eu jamais sumi por vontade própria, eu jamais teria te deixado se pudesse escolher. Mas não pude. Tudo que te contei foi verdade, eu passei anos presa, apanhando e me perguntando o que eu fiz. - eu já sentia vontade de chorar e via que Josh me olhava de forma companheira, com quem acreditasse em tudo que eu dissesse- Tá vendo isso? - eu apostava para algumas marcas escondidas em meu corpo e vi o mesmo fechar os punhos - foram marcar que deixaram em mim ao longo dos anos, fora as outras que não convém mostrar agora, mas eu não tô dizendo isso pra você ter pena ou me perdoar, apenas para que você entenda tudo. Quando eu fui sequestrada, algumas semanas depois descobri estar grávida, o que revoltou os sequestradores e me fez apanhar até os cinco meses e depois de eu não ter mais alguém dentro de mim, foram mais espancamentos até dois anos depois. - notei que os olhos de Josh ferviam de odio- após isso, continuei presa sofrendo então, tortura psicológica que eu as vezes julgo doer mais que a física. Quando fui "solta" passei ainda quase um mês na casa, saindo apenas porque Lucas foi atrás da minha mãe. Antes que você julgue, ele me serviu de grande apoio em meio a tudo que acontecia. Ele foi enganado quando contratado e ao descobrir a verdade, só permaneceu lá por mim. Após esse tempo, voltei para o Brasil, eu havia desenvolvido alguns quadros e principalmente ansiedade e nem sequer saia de casa. Aos poucos reencontrei vocês, e você sabe do resto. Mas existe uma coisa que você não sabe e talvez nem queira olhar na minha cara depois, mas a pessoa não tem culpa e depois da forma como você me tratou, eu não sabia como contar e então, achei melhor não fazer isso. Só me perdoa por favor- nesse momento eu já não segurava nenhuma lágrima e senti a mão do canadense sobre a minha, em um gesto de carinho.
- Calma amor, eu prometo que suporto qualquer coisa, errado aqui sou eu por ter te criticado e não ter acreditado no que contou meses atrás.
- Josh... só me escuta.. mais uma vez, me perdoa mas...- essa era a hora- a criança, a gravidez, ela nasceu.
- Como assim, Any? - essa hora ele já não segurava mais minha mão e se encontrava em pé, do outro lado da sala- FALA!
- Me perdoa. Ela nasceu, ela tá viva, ela enfrentou tudo isso comigo e eu juro que jamais tive a intenção de esconder isso de você. Eu só, não sabia como te contar tudo e Josh, ela é sua filha, ela não tem culpa de nada- nesse momento Beauchump apenas caiu sobre o sofá e me olhava com desdém, eu sabia que ele não me perdoaria nunca mais, sabia disso.
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It has always been you
FanficNão há fórmula alguma que explique como duas pessoas podem se apaixonar tão jovens e cultivar um amor mesmo cinco anos após uma tragédia. Não é possível que o toque, ainda seja tão intenso quanto na adolescência, que a saudade tão imensa quanto a do...