| 17 | UMA CARTA DE VERÃO

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Em 1993, Mykonos, Grécia.

Na Grécia, Athena, eu idolatrava você e te enxergava como uma verdadeira deusa imortal, intocável e incurável porque apesar de toda a sua beleza resplandecente, querida, você era doente.

Doente de amor. Cada suspiro seu era uma poesia silenciosa de vazio e de dor. Minha amável Athena.

O fruto do nosso amor crescerá em meus braços e terá a dádiva dos seus olhos de safiras para sempre iluminar o caminho da escuridão que é ser um Sokolsky e também um Ludo, pois apesar de tudo, sei que Eudora será uma boa mãe.

Te digo antes do inverno, nesta carta de verão, que um pedaço do meu coração apodreceu quando sua carne se degenerou. Eu, tolo, quando jovem, te enxergava como uma deusa imortal, mas a verdade é que até às estrelas morrem quando deixam de brilhar para nós, Sokolsky's, e você, meu bem, me fez muito mal.

Antes de tudo, deusa, te peço perdão. Você deu a vida para o nosso pequeno anjo e por essa razão queimará o restante da sua eternidade no inferno.

Mas ele estará seguro...

Enquanto eu estiver no paraíso sem a sua doce companhia.

- Com amor, você sabe quem.

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