Capítulo 5

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  Abro meus olhos ainda muito sonolenta, mas em seguida já me sento na cama. Olho Louise no colchão no chão e minha mãe na cama ao lado. Meu coração dói ao ver isso. Mas hoje acordei mais disposta do que ontem a mudar tudo isso.
  Me levanto tentando não fazer barulho e troco de roupa, pego uma fruta mas não sei especificamente o nome dela, mas pela mordida que eu dou vejo que é doce.
  Abro a porta e saio de casa e suspiro olhando aquele lugar feio ao meu redor.
- Mais um dia. Eu sussurro para mim mesma.
  Vou andando pelos corredores, vejo guardas passando por mim. Quem será que morreu? Mas continuo meu trajeto até chegar em cima. Como é bom ver o céu penso sorridente comigo mesma.
   Ao caminhar posso ver várias placas de procura-se 3 ladrões encapuzados e quem souber ganha recompensa. Por um segundo me vi boquiaberta e com um certo medo. Mas segui em frente. Cheguei até a mercearia de uma senhora, amiga de minha mãe a muitos anos.
- Bom dia dona Clara. Digo eu sorridente.
- Bom dia filha, ainda bem que veio hoje precisarei de você. Ela me respondeu ainda sentada em sua cadeira de balanço.
    Dona Clara é uma senhorinha de uns 75 anos no mínimo, magrinha e com cabelos grisalhos e com uma disposição pra falar de uma criança de 5. Mas tem um bom coração, acho que ela deve ser a pessoa mais velha que conheço. Mas é porque ela é de cima e só pessoas daqui consegue chegar a tanto, não é das mais ricas mas tem uma herança de família inclusive essa venda e sua casa que fica em cima.
-  Tudo bem, por isso eu vim. Eu digo ainda sorridente. E vou até o balcão pegar meu avental.
   Realmente eu venho todos os dias ver se ela precisa de mim, ela me paga com comida. Sei que muitas vezes ela não precisa mas diz que sim só para poder me ajudar.
  Não tenho muito o que fazer aqui, são sempre os mesmos clientes. Mas me posiciono atrás do balcão e fico ali aguardando até uma alma viva entrar. E pra minha surpresa alguém já entra, mas não é alguém que eu reconheça.
- Bom dia, posso ajudar? Digo -lhe enquanto ele se aproxima.
  Ele me olha de uma forma tão diferente e então reparo em seus cabelos loiros e suas sardas. Parece aquele rapaz que me ajudou, mas séria impossível e eu também não lembro tão bem dele. Pensei tentando mentir para mim mesma.
- Eu quero um suco daquele ali. Ele diz apontando para parte das bebidas.
Me viro e pego e coloco em cima do balcão.
- São 00,25 senhor.
Ele me entrega o dinheiro e sorri.
- Obrigada. Eu digo
Ele parece estar meio confuso mas o sorriso permanece no rosto. E então ele se vira e sai, aí se aproximar da porta ele da a última olhada.
  Olho para dona Clara pra ver se ela percebeu o comportamento estranho dele, mas ela está dormindo em sua cadeira. Eu dou uma risadinha que a faz se mexer.
  Clara nunca teve filhos, seus 3 casamentos foram um fracasso. Por isso desde que eu e minha mãe viemos para cá ela trata minha mãe como a filha te ela nunca teve. Ela sabe que minha mãe está doente mas não sabe que é gravíssimo, e nem podemos contar por conta do seu estado de saúde também.
  O decorrer do dia passa normalmente até que anoitece, e aquele acontecido de mais cedo ainda martela em minha cabeça. Dona Clara me entrega uma cesta com comidas eu a agradeço e saio da loja.
  Já não tem tantas pessoas pela rua mas vou a caminho de baixo, mas percebo uma movimentação estranha, uma sensação estranha! Paro e olho para todas as direções  para me conferir que está tu normal. Mas não está. Aperto meus passos e chego até o corredor e me encosto na parede. Mas ouvi alguém vindo com a respiração ofegante e então quando da o primeiro passo dentro do corredor eu o puxo com toda força e o coloco sobre a parede.
- Porque você está me seguindo? Falo segurando a gola se sua camiseta.
- Calma me solta. Ele diz no mesmo instante.
  Eu o solto e a luz bate em seu rosto e posso ver, era o mesmo rapaz de hoje cedo.
- Você! Eu balbucio bem baixo.
-  Eu estava passando quando a vi entrando naquela venda, não pude me conter por isso fui atrás, eu precisava ter certeza que era você, Maya!
  Eu fico sem reação quando escuto meu nome.
- Olha aqui não sei quem você é, mas você não pode achar que  vai sair seguindo as pessoas. Eu digo firmemente empurrando ele sobre a parede novamente.
- Você tem razão, mas você não é qualquer pessoa. Ele me responde.
  O solto novamente e dou dois passo para trás.
- Era você aquele dia. Digo olhando nos seus olhos azuis.
- Sim e desde aquele dia nunca deixei de te procurar, eu nem posso estar aqui mas sabia que quando te achasse ia valer a pena.
  Meu coração palpitou no mesmo instante, respirei fundo.
- Mas porque você me ajudou aquele dia? É porque ainda queria me achar novamente? Eu lhe pergunto.
- Até conhecer você eu nem sabia que existia essa parte de baixo, e agora que eu sei o reino pode se tornar muito melhor quando eu assumir.
   Eu fico pasma, e ele percebe.
- Você é o príncipe de Dunster? Eu nem sabia que existia um príncipe.
- É percebi isso agora. Ele responde dando risada.
- Você tem coragem de rir na minha cara? Mal temos o que comer você acha que teríamos jornais em nossas lindas portas que custam mais do que 3 casas juntas daqui para poder saber o que acontece? Ele percebe a minha raiva então.
- Desculpa, eu não quis dizer isso. Ele diz se aproximando.
- Então por isso aquele dia os guardad vieram e você me mandou correr.
- Por mais que ninguém posso fazer algo comigo, eu não posso sair do castelo.
- Aquele dia nem se quer um guarda quis me ajudar e o que daria em você para querer me ajudar.
- Não sei o que vi em você aquele dia, mas sei que não achei em mais nenhuma outra. Ele diz pegando em minhas mãos geladas e pálidas.
- Eu poderia não saber que tínhamos um príncipe, mas sei bem que a lei não permite realeza com uma plebeia, então volta para o seu castelo e sua vida de luxo, e não me procure mais. Eu solto minhas mãos da dele.
- Você é forte, mas tem um coração muito orgulhoso.

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