O Dia Que eles morreram

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Abro meus olhos, estou em uma cabana velha, deitado em uma cama dura, me sento e sinto um cheiro familiar, algo muito apetitoso então vou em direção a ele e ao sair do quarto vejo um corredor no que parece dar a cozinha, algo me é muito familiar.
Vou andando por ele passando a mão pela parede que descascava a madeira velha então ouço uma voz.
- Alexander acorda vai se atrasar para a o seu treinamento.
De imediato reconheço a voz, como poderia esquecer da voz dela, era minha mãe me chamando para o café como sempre fazia.
Antes que eu tenha qualquer reação um garoto com a metade do meu tamanho passa correndo por mim indo em direção a cozinha.

- Há aí está você, dormiu bem filho?
- Não muito, não estou tendo muito sono durante a noite.
- Você sabe que se não tiver uma boa noite de sono não ira ter uma boa disposição para as obrigações do dia certo!?
- Aí mãe me deixa em paz.

O garoto não acaba de tomar seu café, pois sai andando deixando a mulher falar sozinha e é nessa hora que eu congelo, literalmente sinto cada músculo, sinto meu coração pulsar no meu peito e o pior; sinto calafrios. Era eu, eu e minha mãe ha dez anos atrás, estava revivendo minhas lembranças.
Logo o garoto (que é assim como eu irei me chamar) pega sua bolsa e sai de casa, eu já sabia a onde ele iria uma hora dessa, era nossa aula de luta, na minha infância eu tinha paixão por lutar, adorava arrancar sangue dos meus adversários.
Vou atrás dele, mas assim que passo pela porta me vejo em outro lugar, era bosque onde eu costumava andar e brincar sozinho, nunca fui muito de amigos, sempre preferi a minha própria companhia, Enfim. Vou andando para o lugar onde ficava nossa casa na árvore e lá estava ela intacta, olha para trás e não vejo mais casa, apenas um bosque de fato, sinto o cheiro das frutas que ali estavam nas árvores carregadas de vida. Meu silêncio satisfatório é quebrado por gritos e eu os reconheço, SÃO OS MEUS GRITOS.
Logo a frente me vejo correndo em direção a casa da árvore e atrás de mim três garotos "ELFOS" maiores do que eu na época.
"Eu me lembro disso" penso alto, eu tinha ganhado a luta contra um garoto muito magro porém alto e um dos três que me perseguiam era irmão mais velho dele.
Chego mais perto para observar apesar de que já sei o final dessa história, eu havia subido na árvore para tentar me proteger deles mas foi em vão, a árvore era alta devia ter uns 12 metros de altura, eles subiram também e chegando lá começaram a me bater, primeiro com chutes, depois com socos eu estava sangrando, mas não aguentava gritar por socorro.
Eu observo lá de baixo já sabendo oque está acontecendo lá em cima e com um aperto por estar vivenciando isso novamente.
Voltando para a casa na árvore eles ainda continuavam a me bater até que um deles "Ambrose" era o seu nome se não me engano me joga em cima de uma pequena mesa que havia lá e ao bater nela sinto minhas costas latejar e a mesa se quebrar toda.

- Isso é para você não ficar se achando por ter ganhado do meu irmão, entendeu seu merdinha.
Eu mesmo caído e todo quebrado igual aquela mesa não segurei minha boca.
- Posso até ser um merdinha, mas nada vai mudar o fato de eu ter ganhado dele, oque faz dele um merdinha pior do que eu.

Nessa hora ele vem para cima de mim e começa a me enforcar, consigo sentir o sufoco lá de baixo, e num ato de desespero começo a passar a mão ao meu redor a procura de qualquer coisa que me ajudasse e encontrei, um pedaço pontudo de madeira da mesa, então quase perdendo a consciência em um ato de sobrevivência enfio aquele pedaço em seu pescoço, sinto pingar sangue em meu rosto e em seguida ele cair em cima de mim sem vida. Nossa sinto um prazer imenso com aquilo, foi a primeira vez que eu havia matado e não estava arrependido, a adrenalina no meu sangue fazia tudo parecer mais acelerado, mais brilhante.
Os outros dois garotos não dizem nada apenas observam enquanto seu amigo sangrava no chão sem vida e quando foram ter alguma reação todos nós sentimos o chão tremer, era um terremoto no pior dos momentos, pois a casa desabou com a gente dentro.

Ao ver aquela cena da casa caindo e pelo que eu tinha acabado de viver novamente fico apenas parado sem reação, nada do que eu fizer terá algum efeito, tudo isso é só uma lembrança, não tenho como mudar e mesmo se tivesse não mudaria então só continuo observando. Vejo os dois se levantarem do chão e saírem andando meio mancando e com arranhões pelo corpo enquanto eu, demoro alguns minutos a levantar e quando levanto sinto uma dor imensa no braço, tinha fraturado um osso, é o que imagino, vou andando bem devagarinho ao lado do meu eu mais jovem que mal consegue andar.
Chegando em casa, logo aquela mulher, minha mãe, sai correndo desesperada em minha direção ou melhor do "eu mais jovem"
Ela me leva para dentro de casa e pergunta oque havia acontecido enquanto faz alguns curativos em mim, eu conto e ela não tem a reação que eu esperava, como se algo a mais a preocupasse, olho ao redor e vejo algumas coisas quebradas então pergunto oque havia acontecido ali, mas sem resposta alguma, então vou para o meu quarto e me tranco.

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⏰ Última atualização: Apr 16, 2020 ⏰

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Tiefling: uma aventura DemoníacaOnde histórias criam vida. Descubra agora