Dentre todas as cores, a sua fluoresce em mim

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Passado alguns meses, Byun Baekhyun tornou-se proprietário dos meus pensamentos, logo estes que sempre foram soltos e livres, andando perdidos por aí. No entanto, o garoto estava preenchendo meus dias, invadindo-me os batimentos cardíacos toda vez que aparecia no corredor da universidade, com fones de ouvido e os dedos dedilhando suas melodias favoritas.

Era engraçado quando ele me notava no intervalo, um enorme sorriso se formava em meus lábios ao assisti-lo trazer o lanche até a minha mesa e se sentar com a postura reta. Baekhyun ficava instantaneamente vermelho como um pimentão, sem saber exatamente como agir por estar na minha presença. Lembro-me que no dia seguinte depois dele ter me beijado pela primeira vez, foi difícil conseguir um diálogo e quando obtive a oportunidade, Baekhyun não parava de fitar os próprios pés nem de virar o rosto e brincar com os dedos no colo. Para ser bem sincero, era uma cena adorável de assistir.

Consegui confiança o suficiente apenas quando agi, deixando meu orgulho de lado para aproveitar quando estávamos passeando sozinhos pelo campus. Eu o chamei para um canto, o empurrei de leve até um muro próximo e o beijei de verdade pela primeira vez. No começo, o beijo foi um pouco atrapalhado, afinal, ele ainda estava conhecendo a sensação. Mas num todo, não havia sido ruim, pois com o tempo, Baekhyun ficou muito bom em fazer isso. A prática o trouxe a perfeição, chegando a pedir em meu ouvido, aos cochichos, por mais beijos escondidos e depois corria de volta para a sala de aula, como se nada tivesse acontecido.

Não era apenas o desejo de me beijar a qualquer momento que ele havia adotado para si, ele também  aprendeu que quebrar algumas regras de vez em quando era capaz de criar uma bagunça gostosa na minha barriga, era capaz também, de fazê-lo transluzir sua aura sobre a carne, provando que somos mais parecidos do que aparentávamos transparecer. 

Meu professor se encontrava de costas para os alunos, tinha um giz em um das mãos enquanto a outra carregava um livro de espessura grossa. O homem atentava-se á lousa, pensando no que deveria escrever no espaço a frente. 

E lá estava ele novamente! Minha atenção não estava mais no professor, não quando um Baekhyun inquieto me chamava do corredor, colocando metade do rosto na porta e me chamando com a mesma inocência diária.

Ele acenou de leve e depois fez um sinal para que eu saísse. Cochichei algo ao Jongin e ele não demorou a dar início ao plano. Levantou-se e fez de conta que iria jogar algo no lixo. Coloquei o pé em seu caminho e Jongin fez de conta que tropeçou no mesmo instante. Fez um careta de dor quando os outros alunos o lançaram a atenção e estava tudo ganho. O professor se assustou, dando um pulo e praticamente voou até onde o círculo de alunos se formava para saber se estava tudo bem com o Kim. Ayumi quase surtou de preocupação.

― Jongin? ― A garota se aproximou, ajoelhando-se próximo dele. ― O que aconteceu?

Entortei os lábios. Ela era tão óbvia!

― Enfermaria! Eu... ― Ele grunhiu um gemido. ― preciso ir lá, agora!

Sorri escondido. Jongin era um baita de um filho da mãe mesmo! Mentia como ninguém, um verdadeiro ator.

O professor passou entre os alunos e se aproximou, dizendo:

― Vai ficar tudo bem, pessoal! Eu irei chamar alguém pra buscá-lo.

Jongin arregalou os olhos e o impediu.

― Não! ― Gritou. ― Não precisa incomodar ninguém. Deixa que o Chanyeol e a Ayumi me levam para a enfermaria.

O professor torceu os lábios, preocupado, contudo, acabou dando-nos autorização.

Coloquei os braços de Jongin em meus ombros e Ayumi fez o mesmo do outro lado do mentiroso. O falso paciente foi mancando durante todo o caminho e fazendo uma expressão nada confortável, e quando estávamos longe o suficiente da sala, Jongin deixou de interpretar e se desprendeu de nós normalmente, dizendo:

FLUORESCENTES | ChanBaekOnde histórias criam vida. Descubra agora