Tomtord - We don't believe whats on TV

Primeira linha

Após um final de semana cheio de surpresas e sentimentos, já era hora de voltar a rotina. Segunda feira. O dia em que Tord teria sua reputação queimada viva pelos populares e o dia em que Tom e Edd entregariam suas inscrições. Então, acordaram ambos nervosos e ansiosos. Não havia nem mais espaço pra tantas borboletas em suas barrigas. Mas estavam lá, balançando suas asas da forma mais agitada que podiam, fazendo ambos suarem frio. Tinham ambos pra se protegerem e juntos protegerem Edward, como prometeram. Na maioria das vezes eles costumavam correr até a escola, mas dessa vez, fizeram questão de acordar mais cedo para dar passos tranquilos e incertos em direção a seu inferno diário.

Como estava a relação dos dois depois na noite anterior? Podemos dizer que bem. Não surgiu nenhum clima estranho ou uma tensão inquebrável depois daquela noite. Continuavam amigos, próximos. Mas isso não anulava as inúmeras dúvidas que tinham em sua cabeça. Bem, isso seria problema pra mais tarde, atualmente. Estes tinham mais com o que se preocupar no momento. Caminhavam até a escola tendo uma conversa pacífica e casual, pra aliviar o fato dos dois estarem aflitos e quase desesperados. As coisas corriam bem até chegarem em frente a escola. Haviam alguns alunos em frente aos muros do local acompanhando os dois garotos com olhares estranhos. Aquilo deixava Tord desconfortável, mas ele não esperava menos.

— Vai ficar tudo bem. — Sussurrou o britânico antes de por uma de suas mãos sobre o ombro.

Enfim seguiam pra dentro do lugar. Parando para cumprimentar sua amiga, Miyu. Que parecia estar estranha naquele dia. Assim que pôs os olhos nos dois, parecia que ia começar a tremer. Como se não quisesse que os outros vissem ou descobrissem algo. Eles notaram uma certa diferença em seu comportamento, mas decidiam relevar tudo aquilo.

— Heya, Miyu! — A abordava com seu gesto de amizade cotidiano, que repetia o mesmo ato.
— Hey, meninos. Como foi ontem? — Perguntou. — Digo, seu final de semana?
— Foi ótimo. E o seu? — O norueguês mantinha um ar amigável.
— Ah, sim. Também. — Forçou um curto sorriso lateral.

Seguiram os dois em seu caminho. Notando que cada olhar se voltava para os dois, decidiram apenas ignorar tudo e seguir em frente. Mas os sussurros, risadas e comentários sempre surgiam de todos os cantos. Estes mantinham o headcannon de que apenas estavam fofocando sobre a saída do de agasalho avermelhado do círculo popular e sobre a briga de sexta feira. Mas ah, era um pouco pior do que imaginavam. A ideia nem se passou pela sua cabeça, e não passaria pelo resto de dia se não fosse uma garota se aproximar de ambos.

Usava um vestido vermelho e tinha curtos cabelos castanhos. Usava uma maquiagem leve, ainda sim, notável.

— Ora, ora. — Comentava num sorriso. — Mas se não são o mais novo casal daqui?

Ambos franziam a testa, desacreditados, desnorteados.

— Hm, perdão. Eu acho que houve um engano. — O de olhos vazios explicava. — Eu e ele não. — Então era interrompido pela firme e um tanto elegante voz da mulher.
— Ah, fofinhos. Não tem o que esconder. O que aconteceu naquele campo vazio já está sendo comentado por todo o lugar.

E foi nesse momento que tudo pareceu desabar de uma vez só. Os colegas simplesmente não queriam acreditar no que estava acontecendo, não podiam. Aquilo não era real, era? Não tinha mais ninguém ontem com eles, era impossível. Inacreditável. Tudo dentro deles era transformado em desolação. Seus corações chegavam a errar as batidas, mas dessa vez, não era por algo bom. Poderiam surtar e começar a gritar a qualquer momento, poderiam ir tirar justificações com a mulher, poderiam fingir que era apenas um boato. Poderiam fazer qualquer coisa.

Mas ficaram ali de pé. Os olhos arregalados, de boca aberta. Não apenas sua vozes no momento, mas tudo se tornava trêmulo. Um simples comentário fora capaz de trazer arrepios em seus ossos. Podiam sentir um aperto, um desespero. Apenas não conseguiam fazer ou dizer uma só coisa. A garota os encarava, ainda com um sorriso nos lábios. Sua atenção se direcionava aos olhos acinzentados carregados de perturbação.