LONDON, UNITED KINGDOM
Junho de 1833 — PrimaveraCaminhou a Marquesa com extrema graciosidade e elegância pelo salão de ouro como costumavam a dizer, ao lado do General que mantinha deveras circunspecção em sua face. Elliot que a acompanhava seus passos em uma distância considerável, permanecia calado à retornar ao jantar. A jovem por sua vez, sentou-se no mesmo local que outrora, e na cadeira vazia ao seu lado, assentiu com a cabeça para que o rapaz fardado sentasse-se. Todos a fitavam sem mensurar quais quer argumento contra suas vontades.
Levantou-se esboçando um sorriso desafiador em frente ao Duque de Cambridge, e com uma das mãos sobre o peito, deixou soar por seus lábios rosados.
— Mesmo que tenham pedido a ausência do nosso General Kim, responsável pela guarda da família real White, eu, a única Marquesa de Londres, revogo esta sentença em seu nome para que possas estar presente agora em nosso jantar.Colérico, Elliot não podia permitir o desaforo que havia ocorrido no jardim e nem se quer o que ocorria neste instante na mesa. Levantou-se então, dentre sorrisos debochados deixou por escapar.
— Ardilosa, porém não é comum em nossa família permitimos estrangeiros em nossas negociações.— Compreendo, Marquês, todavia, lembremos que esta situação por sua vez, não se trata apenas de sua família. — Rebateu instantaneamente.
— Felizmente, os laços que consistem entre nossos Duques tem sido uma forte amizade de confiança e sigilo. — Ambos mencionados se entreolharam assentindo na confirmação da argumentação.
— Por outro lado seria de grande risco abaixar-mos a guarda desta maneira, afinal somos a família mais influente em Londres. — Suspirou.
— A todo momento podemos ser alvos de ataques, invasões ou represálias de reinos vizinhos, e não estaríamos apenas colocando nossa vida risco como a de todos aqui presente. Tenho plena certeza de que não é oque o nosso Marquês desejas, correto? — O encarou com olhar de cinismo ao término de suas palavras diante da sua delegação de autoridade, observando que o rapaz apenas ajustava o casaco sobre os ombros em um bruto puxão para frente ao retomar seu lugar sentando-se na cadeira de madeira com estofados vermelho.Duque de Cambridge pronunciou então, pôs-se a levantar-se já que Fleur mantinha-se em pé diante de todos. — Mesmo que tenha o mérito pelo título aristocrático que recebeu, estas ciente de que suas ordens estão sendo um tanto duras e acima de suas capacidades dentro do estado?
Umedeceu seus lábios ao deslizar a língua sobre eles em seguida de um sorriso irônico. — Estou ciente dentro deste parâmetro, Vossa Excelência, e por este mesmo motivo tenho certeza de que meu pai, Duque de Londres, concorda com meu posicionamento, todavia não só pela segurança mas também por ter presente o seu braço direito nas negociações ao exterior. — Tornou a rebater, consequentemente repousando suas mãos em seu ventre ao encara-lo. — E já que estamos falando sobre expansão territorial ao unir forças com a França, não há motivos para deixar nosso General Oficial da Guarda Real ausente neste debate. — Sorriu forçadamente por mais uma vez observando que ninguém mais havia argumentos contra o seu posicionamento em defesa do soldado.
— Aproveitando o espaço, acho que devo salienta-los de que o nosso governo presa pelos direitos humanos de ir e vir, seja ele Inglês ou não, desde que não interfira em nossas leis. — De postura elegante e com o maxilar levantado em completa confiança em seus dizeres, usou de sua astúcia sem hesitar, delicadamente posicionou sua mão sobre a mesa em direção ao Duque que ainda se mantinha em pé do outro lado.Levantou a mão rapidamente quando sua mente a fez lembrar de um ocorrido deveras interessante.
— Soube uma vez, por uma carta que enviastes ao meu pai há alguns anos atrás, que sofrestes ataques por um de seus militares.— A onde você quer chegar com isso, senhorita? — Engolia seco temendo que algum sigilo fosse quebrado, e algum segredo fosse revelado aos seus outros soldados.
Prosseguiu sem pestanejar ao questionamento de seu oponente de debates. — Seria uma pena revelar, que este indivíduo a tentar feri-lo era de fato um cidadão inglês... ou seja, concluímos que isso não torna nosso General de nacionalidade coreana menos influente. — Deu de ombros, vangloriando-se por sua percepção. — De grosso modo, não é através da etnia que representará o caráter de alguém. — Argumentação plausível que calou novamente o homem que retirou sua cartola ao sentar-se novamente. — E pelos motivos que todos necessitam saber, Kim Hongjoong não apenas lidera nossa guarda real, como também tem influências tão democráticas quanto todos vocês. — Repousou delicadamente sua mão sobre o ombro do soldado que mantinha-se em silêncio diante da tremenda discussão que Fleur causara. — Neste momento, em forma de imensa gratidão, quero pedir para que nosso General seja o primeiro a servir-se no banquete, cujo este tem seu bom feito para as leis tão bem regulamentadas que obtiveram sucesso e tem auxiliado o meu pai a fazer um ótimo progresso em nosso estado. — Dada suas últimas palavras, retomou e estendeu a sua mão em direção ao rapaz que engolia à seco por tanto ser defendido diante aos Duques. A Marquesa assentiu sorridente, e assim ele o fez, servindo-se antes de todos de todos.
Darwin White por sua vez, não revogou as falas de sua amada filha, pois em seu íntimo concordava com seu posicionamento em questão, apenas teria aceitado o pedido do Duque para manterem uma proximidade harmoniosa, já que este tinha a intenção de realizar um matrimônio entre seu filho mais velho e a filha única de seu amigo, Fleur.
Não contente, Elliot insistia por balbuciar entre seu irmão mais novo, quebrando ainda mais o silêncio estabelecido no local onde só pudera se ouvir os sons dos talheres a arrastarem-se sobre os pratos enquanto jantavam. A jovem ouvindo claramente cada palavra do rapaz a sua frente, não pode hesitar de limpar sua boca com o guardanapo que estava repousado sobre seu colo, e responde-lo como de fato merecias.
— Não quero perder a classe, mas a vossa pessoa não está permitindo que eu me comporte de maneira adequada. Entretanto, se dúvida for esta, terei a imensa honra de sana-la.Preocupado, o General segurou em seu braço por baixo da mesa para que a Marquesa não perdesse sua postura novamente. Todavia, de nada adiantou, a jovem o empurrou grosseiramente franzindo sua testa ao fixar seu olhar ao loiro à sua frente.
— Meu pai educou-me corretamente, sim senhor.
A tal ponto de saber exatamente que aquilo que propagam sobre democracia não estão ao vosso alcance. — Sorriu cinicamente com suas alfinetadas, no qual nenhum outro homem ousara debater.Na tentativa de apaziguar a situação, Darwin tocou a mão da jovem que encontrava-se repousada sobre seu próprio colo delicadamente, e entre cochichos, repreendeu-a amorosamente. — Querida, vamos ignorar estes pesares, apenas aprecie o jantar.
Irritadiça, levantou-se grosseiramente. — Eu não vou permitir que um Marquês de baixa aristocracia diga-me como devo portar-me e muito menos que não me educastes corretamente. — Esbravejou rancorosa ao fitar todos à sua volta. — Minha índole não permite-me dividir espaço com os mesmos. Se permitem-me, deem-me licença. — Seus passos pesados ressoavam por todo o cômodo, e como outrora fizera, quebrou o silêncio que ali pairava após desferir suas palavras em desavenças.
Sem mais discussões, constrangidos por tal ponto que chegaram, assim terminaram as suas refeições.
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❀ Como as Flores do Teu Jardim ❀
FanfictionMesmo que a Marquesa tivesse um casamento arranjado desde sua infância, jamais pudera impedir que seu coração tivesse outro dono. Amor este que arrastavam os dois para todos os cantos do palácio no qual pudessem esconder-se e desfrutar-se de sua...