Capítulo VIII

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LONDON, UNITED KINGDOM
Junho de 1833 — Primavera

   O beijo encerrou-se suavemente, neste em que a fadiga permanecia alvoroçada, e na carência de ambos os corpos, encararam-se por um curto período, antes que, fraquejando o General deitasse-se sobre a jovem deixando que seu rosto encaixasse-se perfeitamente sobre seu ombro, apreciando-se das carícias que continuara a sentir em seus cabelos permitindo seus lábios pressionado ao seu pescoço que neste instante seria capaz de desfrutar do cheiro de seu perfume feminino adocicado.

Marquesa... — Sussurrou quebrando o silêncio que reinava no cômodo, onde apenas podiam-se ouvir as batidas do corações dentre eles, que calmamente retornavam ao seu ritmo natural.
Espero que perdoe-me pela ousadia de meus sentimentos à vossa pessoa. — Prosseguiu.

Cerrou os olhos ao ouvi-lo chama-la mais uma vez naquela manhã ao virar o rosto em direção ao rapaz e depositar um beijo meigo sobre seus cabelos que cobriam-lhe a testa.
Não há motivos para perdoa-lo de algo que também sinto há muito tempo...
Respondia após suspirar suavemente para conter suas emoções à flor da pele.
Desde que dividimos os passos daquela
Valsa de Outono¹.

Com os olhos cerrados como os dela, suspirou profundamente no qual permitisse-a sentir seu tórax a estufar sobre si e a respiração a aquecer seu pescoço fazendo todo a sua pele estremecer.
— Prometo-te que daqui em diante, jamais dançarei com outra mulher. — Sussurrou.

Estavam prestes a adormecer quando o carrilhão no fim do corredor passou a badalar apontando suas dez horas da matina, som este que ecoava baixo dentro do escritório todavia o suficiente para que o General levantasse-se às pressas.

Preciso que vás! — Organizava suas vestes em frente a mulher que agora sentava-se no sofá à levantar os braços e espreguiçar-se suavemente.
Estas ausente há mais de duas horas.

Podendo apenas visualizar a silhueta do rapaz, Fleur aproximou-se uma última vez após levantar-se em seguida para beija-lo ardentemente, de forma que perdessem o fôlego como outrora.
Por favor... preciso que saías primeiro, dentro de meia hora estarei no jardim novamente.
Salientou à jovem que sorria espontaneamente.
— O Duque irá retornar após o almoço e preciso estar pronto para recebe-lo.

— Não te preocupes... — Sussurrou deixando que seus lábios roçassem-se enquanto suas mãos eram levadas a face do jovem, segurando-as com imensa ternura. — Não quero que saibam que nos encontramos aqui. — Ao final, selou os lábios dele com fervor, após, caminhava em direção a porta escura para retirar-se.

Sentiu ele segurar sua mão impedindo-a de prosseguir. — Espere... eu tranquei a porta.
Não pode conter o riso que aquelas palavras eufóricas dele causaram-lhe.
Fiquei preocupado que alguma criada viesse ao cômodo para limpa-lo e acabasse por nos ver aqui. Com a porta trancada ela não entraria. — Engoliu a seco temendo o que Fleur poderia pensar a respeito de sua ação precipitada.

Você é realmente imprevisível. — Sorriu uma outra vez segurando a chave que ele colocara em suas mãos após retira-la do bolso.

Fique com a cópia, pois quando não me encontrar no jardim, saibas que estarei aqui.

   Assim a Marquesa o fez, escondendo tal chave por dentro de seu vestido ao retirar-se do cômodo dentre sorrisos que não podia ocultar ao descer rapidamente as escadas, deslizando suas delicadas mãos pelos corrimãos também feito de madeira.
    Emoção esta que a levara às nuvens deixando o desejo de quero-lo um pouco mais a cada segundo que passava-se.
   Seu pedido de adolescente às estrelas acabara de se realizar, a ponto de pedir que uma das criadas que encontrou-a pelo caminho à reverencia-la em sua passagem, que à beliscasse podendo assim ter certeza de que não estava sonhando novamente.

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Recomendações/Inspirações Musicais

1. Valsa de Outono (Autumn Waltz)
Antonio Vivaldi, Autumn — Four Seasons

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