Os passarinhos cantavam numa árvore do lado de fora. O sol entrava pela janela e iluminava o quarto todo, deixando os cabelos de Carol ainda mais claros. Devia ser umas sete da manhã, não dava para saber, já que o quarto não possuía nenhum relógio. Carol já estava acordada e olhava para Diana dormindo desconfortavelmente na poltrona. Desejou ter seu celular ali, com ela. Esperava que ninguém tivesse entrado em seu quarto e roubado suas coisas.
Diana se mexeu na poltrona e abriu os olhos. Espreguiçou-se e todo o seu corpo doeu, provavelmente por ter dormido de mau jeito. Carol a observava, em silêncio. As duas presentes no quarto cruzaram seus olhares.
— Bom dia — saudou Diana.
— Bom dia — respondeu Carol. — Que horas são?
Diana olhou em seu celular.
— Quase oito.
— Droga, queria ter meu celular aqui.
Uma enfermeira apareceu no quarto para checar Carol — seus sinais vitais, sua pressão e coisas do tipo — e trouxe também o seu café. Diana aproveitou o momento para sair e comprar café para si mesma. A enfermeira informou que tudo em Carol estava bem e que ela não demoraria a receber alta. Carol esperou Diana voltar para tomarem café juntas.
As duas tomaram café em silêncio. O café de Carol já estava frio quando ela o bebericou pela primeira vez, fruto da espera por Diana, porém a loira não se importou. Diana lia as notícias daquela manhã pelo celular, enquanto Carol olhava pela janela e observava um ninho de passarinhos.
Quando o café terminou e já não tinha mais nada a ser feito, Diana resolveu interromper o silêncio.
— Carol, eu acho que precisamos esclarecer umas coisas. — Carol transferiu seu olhar da janela para Diana e não disse nada. — Por mais que eu me importe muito com você, eu não quero que você ache que as coisas vão voltar ao normal depois que sairmos daqui.
— O que é normal pra você? — perguntou Carol, com uma sobrancelha arqueada.
— Conversando e tudo mais, como se nada tivesse acontecido. — Diana levantou da poltrona e ficou de pé na lateral da cama de Carol. — Eu estou aqui pro que você precisar, eu me preocupo com você e zelo pelo seu bem-estar, mas eu não posso agir como se você não tivesse me magoado. — Carol deu um sorriso sem graça e desviou o olhar do de Diana. — Eu talvez tenha dito palavras duras num momento de fúria, mas ainda me dói pensar que você foi capaz disso. Eu me senti um objeto.
Carol voltou a olhar para Diana, porém permaneceu em silêncio.
— Enfim — Diana suspirou, exasperada —, vou indo pra casa, o Steve tá vindo. Se você precisar de qualquer coisa, me manda mensagem ou me liga.
Diana olhou para Carol uma última vez e deu as costas, enfiando seu celular no bolso e pegando o livro que estava posto na mesinha ao lado da poltrona. Estava passando pela porta quando Carol a chamou:
— Espera. — Diana virou-se para ela novamente. — Você pode me deixar o livro?
Diana sorriu com a pergunta. Considerando o fato de Carol não gostar de ler, aquele pedido a deixou felicíssima.
— Claro! — Diana deixou o livro na mesa ao lado da cama de Carol e sorriu para ela, antes de deixar o quarto.
***
Carol ficou mais um dia e meio no hospital sob observação. No dia seguinte, apenas Steve Rogers foi buscá-la no hospital. Carol achou estranho, mas não era do seu feitio falar alguma coisa. Só que seu melhor amigo a conhecia muito bem.
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There's No Difference Between Us // Captain Marvel x Wonder Woman AU
FanfictionÉ o primeiro ano de Diana na faculdade. Ela não estava tão nervosa assim, não estaria completamente sozinha, já que tinha alguns amigos na mesma faculdade. Mas alguma coisa ainda a assustava. Mudanças sempre eram assustadoras, Diana sabia disso, pri...