Capítulo Sete: Diferentes

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— Como você conseguiu meu endereço? — perguntou Diana. — Devo me preocupar em chamar a polícia?

— O seu Steve me passou. E eu não invadi a sua casa, então acho que não tem motivos pra você chamar a polícia. — Carol tirou o boné e passou o dedo indicador e médio pelas madeixas, voltando a colocar o boné para trás.

— Espera lá embaixo, eu vou me arrumar. — Diana se levantou e abriu as persianas da janela com a mão esquerda; Carol continuou parada, em pé, ao lado da porta. — Carol?

— Não quer ajuda? — Carol puxou um sorriso para esquerda e piscou.

— Sai daqui antes que eu bata em você com esse gesso. — Puxou a porta do quarto pela maçaneta e empurrou Carol com o braço direito.

— Falando em gesso. — Carol parou no corredor, de frente para a porta, olhando para Diana. Levantou um pouco a camisa e tirou um envelope da cintura, que estava preso à sua pele pelo cós do shorts. — O dinheiro, pelas contas. Não sei quanto deu, espero que o dinheiro aí seja suficiente; caso não seja, você me fala que eu arrumo mais.

— Não precisa...

— A culpa foi minha, eu vou pagar. — Carol estendeu o envelope e o pressionou contra o peito de Diana. Estava séria; chegava a ser um tanto assustador ver Carol, a rainha do deboche, com o semblante sério. Diana pegou o envelope de suas mãos. — Vou descer e conversar com a minha futura sogra. — Carol piscou para ela novamente e sorriu. Estava aí, era essa a Carol que dava gosto de ver.

Carol desceu as escadas e se encontrou com a mãe de Diana, que estava sentada no sofá, fazendo crochê.

— Diana pode demorar um pouco — informou a mãe, sem tirar os olhos da agulha de crochê. — Ela sente algumas dificuldades em fazer algumas coisas sozinhas.

— Eu ofereci ajuda, mas ela negou.

— Ela gosta de ser independente. — A mãe de Diana finalmente tirou os olhos de suas mãos e olhou para Carol, por cima dos óculos de leitura. — Diana nunca me falou de você. — A mãe de Diana lançou um olhar para Carol como se dissesse "minha filha me fala de todos os amigos dela, por que não me falou de você?".

— Nos conhecemos esse ano, na faculdade. Eu não sou daqui, então não tinha como ela ter me conhecido antes, como os outros amigos dela.

— De onde você é? — A mãe de Diana colocou seja-lá-aquilo-que-ela-estava-confeccionando-com-crochê ao seu lado, no sofá, e passou a prestar atenção cem por cento em Carol, que adorou.

— Sou de Sacramento, senhora Prince.

— Ah, Carol, não há necessidade de tanta formalidade. Você pode me chamar de Hipólita.

— Que nome peculiar — comentou. — Bonito.

Um silêncio se estendeu. Hipólita voltou ao seu crochê, enquanto Carol puxou seu celular; respondeu algumas mensagens, curtiu fotos no Instagram.

Diana desceu as escadas, vestia calça jeans, camiseta com estampa de filme e tênis nos pés; o cabelo estava preso num rabo de cavalo.

— Você vai assim pra praia? — perguntou Carol, se levantando.

— Não gosto muito de areia, então, sim. — Diana foi até a mãe e lhe plantou um beijo na testa, em sinal de despedida.

— Tomem cuidado, vocês duas — advertiu Hipólita.

— É bonita a relação que você tem com a sua mãe — comentou Carol, assim que as duas saíram da casa de Diana e se encaminharam para o ponto de ônibus. Diana decidiu ficar quieta, afinal de contas, Carol não havia lhe contado nada, Diana não tinha o direito de fazer comentários ou perguntas sobre sua relação maternal. Carol contaria caso se sentisse à vontade.

There's No Difference Between Us // Captain Marvel x Wonder Woman AUWhere stories live. Discover now