— Como você conseguiu meu endereço? — perguntou Diana. — Devo me preocupar em chamar a polícia?
— O seu Steve me passou. E eu não invadi a sua casa, então acho que não tem motivos pra você chamar a polícia. — Carol tirou o boné e passou o dedo indicador e médio pelas madeixas, voltando a colocar o boné para trás.
— Espera lá embaixo, eu vou me arrumar. — Diana se levantou e abriu as persianas da janela com a mão esquerda; Carol continuou parada, em pé, ao lado da porta. — Carol?
— Não quer ajuda? — Carol puxou um sorriso para esquerda e piscou.
— Sai daqui antes que eu bata em você com esse gesso. — Puxou a porta do quarto pela maçaneta e empurrou Carol com o braço direito.
— Falando em gesso. — Carol parou no corredor, de frente para a porta, olhando para Diana. Levantou um pouco a camisa e tirou um envelope da cintura, que estava preso à sua pele pelo cós do shorts. — O dinheiro, pelas contas. Não sei quanto deu, espero que o dinheiro aí seja suficiente; caso não seja, você me fala que eu arrumo mais.
— Não precisa...
— A culpa foi minha, eu vou pagar. — Carol estendeu o envelope e o pressionou contra o peito de Diana. Estava séria; chegava a ser um tanto assustador ver Carol, a rainha do deboche, com o semblante sério. Diana pegou o envelope de suas mãos. — Vou descer e conversar com a minha futura sogra. — Carol piscou para ela novamente e sorriu. Estava aí, era essa a Carol que dava gosto de ver.
Carol desceu as escadas e se encontrou com a mãe de Diana, que estava sentada no sofá, fazendo crochê.
— Diana pode demorar um pouco — informou a mãe, sem tirar os olhos da agulha de crochê. — Ela sente algumas dificuldades em fazer algumas coisas sozinhas.
— Eu ofereci ajuda, mas ela negou.
— Ela gosta de ser independente. — A mãe de Diana finalmente tirou os olhos de suas mãos e olhou para Carol, por cima dos óculos de leitura. — Diana nunca me falou de você. — A mãe de Diana lançou um olhar para Carol como se dissesse "minha filha me fala de todos os amigos dela, por que não me falou de você?".
— Nos conhecemos esse ano, na faculdade. Eu não sou daqui, então não tinha como ela ter me conhecido antes, como os outros amigos dela.
— De onde você é? — A mãe de Diana colocou seja-lá-aquilo-que-ela-estava-confeccionando-com-crochê ao seu lado, no sofá, e passou a prestar atenção cem por cento em Carol, que adorou.
— Sou de Sacramento, senhora Prince.
— Ah, Carol, não há necessidade de tanta formalidade. Você pode me chamar de Hipólita.
— Que nome peculiar — comentou. — Bonito.
Um silêncio se estendeu. Hipólita voltou ao seu crochê, enquanto Carol puxou seu celular; respondeu algumas mensagens, curtiu fotos no Instagram.
Diana desceu as escadas, vestia calça jeans, camiseta com estampa de filme e tênis nos pés; o cabelo estava preso num rabo de cavalo.
— Você vai assim pra praia? — perguntou Carol, se levantando.
— Não gosto muito de areia, então, sim. — Diana foi até a mãe e lhe plantou um beijo na testa, em sinal de despedida.
— Tomem cuidado, vocês duas — advertiu Hipólita.
— É bonita a relação que você tem com a sua mãe — comentou Carol, assim que as duas saíram da casa de Diana e se encaminharam para o ponto de ônibus. Diana decidiu ficar quieta, afinal de contas, Carol não havia lhe contado nada, Diana não tinha o direito de fazer comentários ou perguntas sobre sua relação maternal. Carol contaria caso se sentisse à vontade.
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There's No Difference Between Us // Captain Marvel x Wonder Woman AU
FanfictionÉ o primeiro ano de Diana na faculdade. Ela não estava tão nervosa assim, não estaria completamente sozinha, já que tinha alguns amigos na mesma faculdade. Mas alguma coisa ainda a assustava. Mudanças sempre eram assustadoras, Diana sabia disso, pri...