memórias

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Olhando pra trás eu vejo que meus surtos não tiveram muito sentido
Mas também vejo que ninguém se importou muito
Meus avós se sentaram do meu lado
Na cama do meu quarto imundo
Essas memórias estão tão cruas
Como se eu estivesse lá
Às vezes eu sinto que eu pertenço a aquele lugar
Sem falar com ninguém
Sem conseguir ir pra escola
analgésicos, calor e agonia
Professores gritando comigo por não parar de chorar
Colegas parecem preocupados
Dormir no colo da minha tia

"Eu não posso cair de novo, não posso ficar tão doente"
Disse no chão do banheiro nua morrendo de frio e chorando como uma criança que se perde no mercado.

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