Encontro

5.6K 444 59
                                    


Gizelly se aproximava aos poucos da mulher, Rafaella ainda não tinha a notado, estava mexendo em seu celular enquanto esperava. A advogada estava a poucos passos da mulher, quando ela levantou seu olhar. Rafaella soltou um sorriso sincero enquanto se levantava para cumprimentar a advogada. A mente de Gizelly que antes trabalhava demais, agora estava tão silenciosa, não sabia o que pensar ou como se portar, Rafaella era ainda mais bonita pessoalmente.

– Oi – Rafaella se aproximou e deu um beijo na bochecha da advogada, que sentiu sua respiração parar com aquela proximidade. – Você é mais linda ainda pessoalmente. – Gizelly teve que abaixar seu olhar, estava envergonhada com o elogio.

Rafaella vestia um cropped laranja e uma calça cargo preta, o que deixava sua barriga definida amostra, coisa que não ajudava em nada a mente de Gizelly trabalhar. Naquele momento percebera como a mulher a sua frente era alta, quando por fim levantou seu olhar encontrou um sorriso sacana de Rafaella.

– Gosta do que vê? – As bochechas de Gizelly se tornaram vermelhas com aquele comentário, fora pega secando o corpo da mulher a sua frente.

– Desculpa... – respondeu nervosa.

– Vem, vamos. – Rafaella ignorou o perceptível nervosismo de Gizelly e segurou sua mão com delicadeza, a puxando para fora do hotel. – Já almoçou? – A advogada negou com a cabeça – Ótimo, eu não tive tempo de comer também. – Rafaella abriu a porta do carona para que Gizelly entrasse em seu SUV.

– Primeira parada: Seen – A loira disse após colocar seu cinto de segurança e ligar seu carro.

Durante a viajem, a loira mostrava algumas coisas ou contava alguma história sobre determinado bairro ou prédio de São Paulo. Gizelly mostrava interesse, e dava respostas que puxassem mais o assunto, mas seus olhos sempre voltavam para a melhor vista de todas: Rafaella.

A primeira parada daquela tour era um restaurante. Quando Gizelly pois seus olhos no local, ficou preocupada, não estava vestida para estar em um ambiente como aquele. Vários homens de terno almoçavam e as mulheres ali usavam tantas joias, que era possível deixar algum garçom cego. Da janela do restaurante via-se a grande São Paulo em 360º. Era um restaurante com vista panorâmica no último andar daquele prédio.

O maître guiava as duas para uma mesa próxima a janela, quando se sentaram, Gizelly pode enfim falar – Rafa, não estou vestida para um local como esse. – Rafa que antes mirava a vista da janela, voltou seu olhar para advogada.

– Você está linda, por que está dizendo isso?

– Sério, Rafa? – Gizelly falou levantando suas sobrancelhas sugestivamente.

– Olha em sua volta, Gizelly, todas essas pessoas são de mentiras. Aquela mesa ali – Rafaella apontou disfarçadamente para uma mesa composta por dois homens, um aparentava ter 23 anos e o outro 46 – Preste atenção, o que você consegue dizer sobre eles? – Um garçom nesse momento se aproximou da mesa das duas para anotar o pedido e Rafaella tomou a dianteira escolhendo o que ambas comeriam.

Gizelly olhava a mesa ao lado, não entendia exatamente o que a loira queria que ela avaliasse. – Bom, o homem de terno azul parece ser muito engraçado, o outro não para de rir. – Gizelly disse confusa.

– O homem de terno azul não é engraçado, na verdade, o mais novo que é interesseiro. – A advogada olhou confusa para a loira – O homem de azul está vestindo um terno de grife, enquanto o mais novo usa um terno genérico. O olhar do rapaz mostra o quanto seu riso é falso, provavelmente aquele ali é seu chefe. – Gizelly encarava Rafaella, ainda não sabia aonde a mais alta queria chegar.

– Você diz que não estamos vestidas adequadamente para o ambiente, mas eles são os falsos e nós estamos apenas curtindo da forma que nos sentimos bem. – Fez uma pequena pausa – Para mim, eles que não se adequam ao ambiente.

A comida tinha chego, e para surpresa de Gizelly, Rafaella havia pedido picanha na chapa, prato que ela tinha confessado no dia anterior que era o seu favorito, e para beber um suco de maracujá. A refeição passou de forma leve, as vezes Rafaella a encarava demais, deixando a advogada constrangida.

– Nunca pensei que uma mulher tão bonita como você ficaria envergonhada por um simples olhar – A mais alta disse de forma implicante

– Não é qualquer olhar, é o seu olhar. Você tem um olhar sedutor, Rafaella... – A mais alta novamente abriu um sorriso cafajeste.

– Isso é um problema?

– Para o meu namorado é – Rafaella não pode deixar de rir, enquanto o riso de Gizelly foi um riso de nervosismo. Realmente, a loira a sua frente era um problema para o seu namoro, mas naquele ponto, Gizelly já tinha escolhido seguir em frente.

Rafaella pagou toda a conta, sob os protestos de Gizelly, porém o olhar duro sobre si a fez ficar quieta. O olhar de Rafaella a intimidava. Se levantaram para ir embora, e a advogada sentiu a mão da loira sobre suas costas, a guiando para o elevador.

Quando chegaram no elevador a advogada podia ver a mais alta a encarando pelo espelho, a mão que antes estava em suas costas se moveu vagarosamente para sua lateral e Gizelly pode sentir um pequeno aperto em sua cintura enquanto era puxada mais para trás, sentindo o corpo de Rafaella encostado no seu. Ela desceu seu rosto pela lateral de Gizelly, aproximando sua boca da orelha da advogada e sussurrando "Pronta para nossa próxima parada?" O arrepio subiu pelas costas da Gizelly, ela podia sentir que sua perna fraquejaria a qualquer momento.

Sentiu Rafaella virar seu corpo de frente para ela. A respiração da advogada parou ao perceber quão próxima estavam. O olhar de mais alta descia para seus lábios de maneira provocante, e coração de Gizelly não respondia mais por si, a capixaba pensava que a qualquer momento ele poderia parar. 

Ella - GiRafaOnde histórias criam vida. Descubra agora